18 de mar. de 2022

Poetrix de José de Castro

carnaval no planalto

nem confete nem serpentina
tragédia e farsa
um bufão, pierrô e cloroquina

josédecastro

Poetrix de Andréa Abdala

FOLIA PREGUIÇOSA

Carnaval bate a porta
Convidado indigesto
Pierrot quer colo

Andréa Abdala

17 de mar. de 2022

Melhores Poetrix Fevereiro/2022

 1º lugar


PSICOGRAFIA

sem inspiração ...
palavras conspiram
esse poema não me pertence

(Marilda Confortin)


2º lugar


MEMÓRIA SINESTÉSICA

perfume de verão
abraço doce
seu nome lilás... esqueci

Diana Pilatti



3º lugar, empatados

CARNAVAL 2022
Lílian Maial

sem baile ou desfile
bloco do dente caiu, vi estrelas
era o Oscar


O CIO DA TERRA
Dirce Carneiro

Enigma da estação
Discretas cópulas
Beija-flor é cupido


POETRIX PARA DEUS
Lorenzo Ferrari

Um som se perde
Vastidão sem fim
Silêncio

OLHAR TRAIDOR
Angela Bretas

Corneada córnea,
viu o que não queria...
Chora águas passadas

****

11 de mar. de 2022

Apresentação das Diretrizes da AIP


É com imensa satisfação que apresentamos a todos as DIRETRIZES DA ACADEMIA INTERNACIONAL POETRIX/2022!

Após longo debate colaborativo entre os acadêmicos, aprovamos as DIRETRIZES DA ACADEMIA INTERNACIONAL POETRIX – AIP - no dia 09/03/2022, em Assembleia Geral.

O documento Diretrizes da AIP é um texto institucional, de coautoria dos membros desta Academia, visando orientar a composição do Poetrix, da melhor maneira possível.

Temos a Bula, documento histórico, que foi a base utilizada por vinte anos pelos integrantes do Movimento Internacional Poetrix - MIP, até sua extinção e consequente criação da Academia Internacional Poetrix, no ano de 2020.

As Diretrizes da AIP, ora apresentadas, foram redigidas com o objetivo de proporcionar a todos os poetrixtas, sejam iniciantes, estudantes, professores, pesquisadores e veteranos, um texto didático, com exemplos e explicações do uso dos principais elementos que compõem e distinguem o Poetrix de outros estilos de tercetos, além ser um documento sobre o qual a AIP possa legislar sempre que necessário. É um texto que também visa sanar lacunas eventuais.

Esperamos que tenham uma agradável e produtiva leitura!

A DIRETORIA

Diretrizes da AIP - Academia Internacional Poetrix

COMO COMPOR UM BOM POETRIX



O QUE É O POETRIX?

O Poetrix é um poema de forma fixa composto por título e três versos, com um total de, no máximo, trinta sílabas poéticas. Entretanto, há vários elementos específicos na estrutura do Poetrix que o diferenciam de outros tercetos:

1. ESTRUTURA DO POETRIX

1.1. TÍTULO

Na composição do Poetrix, o título é sempre obrigatório, podendo se apresentar como complementar à ideia, ou dar sentido ao texto e até propor novas leituras, associando-se a cada verso ou com a estrofe como um todo.

É importante ressaltar que o título não participa da contagem de sílabas poéticas, o que permite várias possibilidades. Vejam exemplos abaixo:

exemplo de título longo

A Rosa de Hiroshima não era flor que se cheire

Apelido: Litlle Boy
Roupa: Ultravioleta
Alvo: Nosso planeta

(Marilda Confortin)

A autora deste Poetrix optou por usar um título longo para aproximar a famosa metáfora "Rosa de Hiroshima", conhecida por se referir à explosão de uma bomba atômica, à expressão popular "não é flor que se cheire''. Com isso, evidencia-se o caráter duvidoso, venenoso e mal intencionado daquela Rosa.

exemplo de título complementar ao texto

SOU

humana

uma anã
uma nau sem norte

(Sandra Boveto)

Neste Poetrix, a expressão escolhida para título parece se relacionar individualmente com cada verso do texto. Individualmente também funciona como ideia de síntese ou âmago para definir o sujeito lírico com apenas um verbo: sou.

exemplo de título com duplo sentido

Cortejo

bem-te-vi no cemitério
canto fora de hora
boas-vindas à vaidade.

(Saulo Pessato)

O contexto deste Poetrix viabiliza dupla interpretação para seu título, já que cortejo significa galanteio — e o pássaro parece estar "cortejando" alguém com seu canto; mas também pode se referir à ideia de procissão — já que se trata de um cemitério onde um cortejo fúnebre ocorre.


1.2. INDEPENDÊNCIA SINTÁTICA DE CADA VERSO

No Poetrix, cada verso apresenta independência sintática, de modo que não se separam os termos de uma oração em dois ou três versos só para compor o terceto. Para efeito de rima e métrica, isso é comum em outros poemas, mas, no Poetrix, cada linha tem seu sentido plenamente definido.

No Poetrix, essa fragmentação desaconselhada é chamada de “fatiamento”. Observe como esses dois textos apresentam comportamentos sintáticos diferentes em relação aos seus versos:

Texto I

a gente nunca erra
quando faz da paz
nossa arma de guerra

(Álvaro Posselt)


Texto II

i m p r e s s õ e s

Tua pele na minha
Quero mais
D i g i t a i s

(Martinho Branco)

No texto I do haicaísta Álvaro Posselt, a ideia principal do poema é construída num único período dividido em três versos – com uma oração principal no primeiro verso e uma oração subordinada no segundo e terceiro versos. Essa fragmentação, natural em outros poemas, é contra-indicada no Poetrix. Consequentemente, conjunções coordenativas e subordinativas, bem como as próprias orações coordenadas sindéticas ou orações subordinadas, não são adequadas ao Poetrix.

Já no texto II, do poetrixta Martinho Branco, cada verso traz consigo seu significado completo em construções sintáticas independentes como propõe o Poetrix. A compreensão do texto se dá por meio da aproximação dessas três leituras, sintaticamente independentes, mas associadas umas às outras, especialmente o título com o terceiro verso.


1.3 DIVERSIDADE VOCABULAR

Por ser conciso, o Poetrix desaconselha repetição de palavras e expressões – a menos que tenham no texto um propósito especial. Da mesma forma, construções sintáticas repetitivas tornam o texto monótono e cansativo, de modo que quanto mais diversificada for a escolha de palavras e a construção de um Poetrix, mais surpreendente ele será.

Observe nos exemplos abaixo como se dá o aperfeiçoamento na construção de um Poetrix. Da ideia inicial, ao poema final, o texto passa por uma espécie de lapidação vocabular. Exemplos trabalhados em oficinas de Poetrix em escolas públicas do Paraná.

Exemplo 1 – Jéssica, aluna do Ensino Fundamental

Primeira escrita: sem título ainda

Estou tentando compor um poetrix,
porém acho muito difícil de fazer,
mas quero muito aprender!

(Jéssica)


Segunda escrita: ainda sem título, mas com o lapidar do texto, conversando com a professora sobre sua construção.

Tento compor um Poetrix.
Encontro muitas dificuldades,
enquanto aprendo.


Terceira escrita: Poetrix final, já com um título, após adequá-lo às Diretrizes da AIP.

Trampolim

Componho Poetrix
Tropeço nas palavras
Salto adiante

(Jéssica)


Exemplo 2 – André, aluno do Ensino Ensino Médio

Primeira escrita: apresentação da ideia inicial já com o título definido.

Só você para me fazer rir

Eu adoro o teu sorriso e teu jeitinho de falar comigo
Só de pensar em você
Fico dando risada sozinho

(André)


Segunda escrita: exercita-se a ideia de síntese, eliminam-se as repetições, adequam-se as medidas dos versos para não ultrapassar trinta sílabas poéticas.

Só você...

Adoro seu sorriso
e o seu jeitinho de falar
Dou risada sozinho só em pensar


Terceira escrita: Poetrix final com conjunções eliminadas e salto alcançado no último verso com a exploração de duplo sentido (rio sozinho = córrego solitário ou riso solitário?)

Você

Adoro seu sorriso.
Seu jeitinho de falar...
Rio sozinho.

(André)


Exemplo 3 – Professora Maria de Lourdes

Primeira escrita: apresentação de um terceto baseado em um fato ocorrido em sala de aula

Desenho de um aluno da quinta série, na aula de Geografia

Em vez de desenhar a mata amazônica
a criança pintou um imenso deserto dentro do mapa
do nosso amado Brasil.


Segunda escrita: aprimoramento do terceto para torná-lo Poetrix

Desenho de uma criança

Em vez da mata amazônica
a criança pintou um deserto
no mapa do Brasil

Terceira escrita: Poetrix final com conjunções eliminadas e salto alcançado em elemento surpresa.

Desenho infantil

Cadê a mata?
Deserto no mapa.
- Pátria amada, Brasil.


1.4. ELEMENTO SURPRESA

No Poetrix, há ainda um componente especial, outrora definido como “salto" ou "susto”. Trata-se de uma palavra, expressão ou verso que quebra a obviedade do texto e provoca nele um estranhamento, uma surpresa, que dá à leitura nova e enriquecida perspectiva. Alguns exemplos:


Texto I

Ponto e nó

ora agulha
ora linha
vida bord(o)ada

(Aila Magalhães)

O uso da letra "o" entre parênteses no meio da última palavra deu a ela uma nova leitura, explorando outro significado: de vida bordada à bordoada. Com isso, o sentido do texto como um todo também acabou enriquecido, dando novas perspectivas para cada substantivo do poema.

Texto II

Ortografia

Uma gaivota só
um til sobre a palavra
imensidão

(Anthero Monteiro)

O texto estabelece uma curiosa comparação entre a ave gaivota e a marca gráfica conhecida como "til". Este Poetrix é surpreendente na forma como se encerra, pois apresenta, no último verso, apenas uma palavra que sintetiza a comparação feita: trata-se de um exemplo de termo que faz uso do til e ao mesmo tempo uma expressão lírica acerca do voo da ave no céu.


Texto III

Democracia

Mancha de óleo
Poluição na praia
Bronzeado em dia

(Andréa Abdala)

Há um elemento surpreendente na conclusão deste Poetrix e ele se encontra na relação entre o último verso e o título. Uma vez que a democracia implica direitos e deveres, participados de forma igual aos cidadãos de uma nação, quão fútil pode parecer uma pessoa atenta ao seu bronzeado, completamente alheia aos problemas ao seu redor?


1.5. CONCISÃO E SÍNTESE

Apesar da estrutura breve, o Poetrix deve ser capaz de transmitir mensagens completas e, por vezes, complexas de forma leve, exata e concisa. Alguns exemplos:

Texto I

Graal

meu corpo
cálice sagrado
arca da aliança

(Goulart Gomes)

Observe como este Poetrix associa a ideia de "corpo" a elementos religiosos e sagrados. Em poucas palavras, propõe a ele, portanto, uma relação de respeito e santidade.


Texto II

Sem espaço

Sou fluido
ocupo todo o sentir
mesmo nesse corpo escasso

(Lorenzo Ferrari)

Para escrever sobre a quantidade e grandiosidade dos sentimentos humanos seriam necessárias várias páginas. Esse Poetrix, no entanto, mostra que é possível expressá-los, em poucas palavras, estabelecendo uma interessante relação de abundância num cenário de limitação também em seu tema.


Texto III

Maturação

Descansa o poema na gaveta
Hoje, casulo
Amanhã, borboleta

(José de Castro)

Da mesma forma, neste Poetrix, descreve-se, com o mínimo de palavras, o processo longo e complexo da transformação da borboleta e do poema.


1.6 LINGUAGEM POÉTICA


O Poetrix é, antes de tudo, uma composição literária. Como tal, tem o propósito de provocar encantamentos nos seus leitores e chamar a sua atenção muito mais pela maneira como algo foi dito do que pelo que efetivamente foi dito. Privilegiar múltiplos significados, atentar-se à sonoridade, ritmo e outros elementos estruturais de um texto, contribuem para a criação de uma linguagem especial, poética, daí a importância do uso de Figuras de Linguagem. Veja alguns exemplos de Figuras de Linguagem em Poetrix:


Texto I

PASSAGEM

Medicina se esgotou
entrou na eternidade
descansou

(Dirce Carneiro)

A Figura de Linguagem utilizada nesse Poetrix é Eufemismo. Consiste em suavizar um fato, consolar alguém. Neste caso, amenizar a morte de uma pessoa querida.


Texto II

TEMPO ALHEIO

uma gota de suor: tibum!
perdeu-se na caligrafia...
falta muito pro recreio?

(Diana Pilatti)

Aqui, a autora usou a Onomatopeia (tibum), que é a formação de palavras ou fonemas com o objetivo de imitar sons de coisas, animais ou ações.

Texto III

CONDENSADA

degelo no teu corpo
estiagem e tormenta
chovo

(lílian maial)

Neste Poetrix a autora usa a Metáfora, para se identificar com fenômenos da natureza. Usa também a Figura Paradoxo (estiagem x tormenta).


2. TEXTOS RECOMENDADOS

Alguns elementos do Poetrix descritos nas Diretrizes, receberam um texto complementar escrito por acadêmicos da AIP. Recomendamos a leitura:

A arte do título – Por José de Castro
Elemento surpresa – Por Lílian Maial
As Figuras de Linguagem no Poetrix – Por Saulo Pessato
Fatiar ou não fatiar, eis a questão – por José de Castro

Além desses, estão postados no Blog da AIP vários outros textos significativos para quem quiser se aprofundar na arte de escrever um bom Poetrix. Todos os textos podem ser encontrados no gadget (agrupamentos em caixas, nas laterais do blog) sob o título "Textos sobre Poetrix"   

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Ainda em Diretrizes, a AIP aprovou em Assembleia, em 13 de maio de 2024, o documento abaixo tratando sobre as Formas Múltiplas e derivados. 

FORMAS MÚLTIPLAS DO POETRIX E DERIVADOS

(Assembleia realizada em 13/05/2024)

 

Em treze de maio de 2024, às 19 horas, foi realizada assembleia para definição das formas múltiplas do poetrix e seus derivados, com a presença dos seguintes acadêmicos: Andréa Abdala, Bianca Reis, Cleusa Piovesan, Dirce Carneiro, José de Castro, Lílian Maial, Luciene Avanzini, Marcelo Marques, Marilda Confortin, Oswaldo Martins, Pedro Cardoso, Sandra Boveto e Valéria Pisauro. Ausências justificadas: Antônio Carlos de Menezes, Angela Bretas, Goulart Gomes, Lorenzo Ferrari. Ausências não justificadas: Angela Ferreira, Claudio Trindade, Diana Pilatti, Francisco José Torres, Marília Tavernard, Martinho Branco, Ronaldo Jacobina, Saulo Pessato.

Foram definidas como formas múltiplas do Poetrix: duplix, triplix e multiplix, que são feitos de dois, três ou mais Poetrix. 

Quanto às formas derivadas, somente grafitrix e videotrix. 

 

DEFINIÇÕES:

 

Duplix é um poema composto por dois poetrix autônomos e independentes, de dois autores diferentes, sendo o primeiro um poetrix fonte (ou raiz), com outro (o secundário), cuja complementação se dará com o título e verso a verso, podendo o poetrix secundário ser disposto tanto à direita, quanto à esquerda do poetrix fonte. É importante que o autor de um duplix (o poetrix secundário) apresente-o ao autor do poetrix fonte, para a aprovação e, por conseguinte, autorização para publicação.

Quanto à estrutura gramatical, é obrigatória a manutenção, no poetrix secundário, dos tempos verbais e pronomes pessoais do poetrix fonte.

Por convenção, a separação dos dois poetrix será feita com duas barras inclinadas e paralelas( // ) e, abaixo de cada poetrix, deverá ser discriminado o autor ao qual pertence o poetrix fonte e o secundário.

 

Triplix é um poema composto por três poetrix autônomos e independentes (um duplix, mais um poetrix), feito, preferencialmente, por três autores, sendo admitido que um dos autores do duplix se repita (A + B + C ou A + B + A ou B + A + B). A complementação se dará com o título e também verso a verso, podendo o poetrix terciário ser disposto tanto à direita, quanto à esquerda do duplix, sempre intercalado entre os autores (o próprio autor não pode fazer duplix com ele mesmo). Há, ainda, a possibilidade de o terceiro poetrix ser disposto entre os dois poetrix do duplix (no meio), situação prevista apenas para o caso de três autores.

É importante que o autor de um triplix (o poetrix terciário) apresente-o aos autores do duplix, para a aprovação e autorização para toda e qualquer publicação.

Quanto à estrutura gramatical, é obrigatória a manutenção, no poetrix terciário, dos tempos verbais e pronomes pessoais do duplix de origem.

Por convenção, a separação dos três poetrix será feita com duas barras inclinadas e paralelas( // ) e, abaixo de cada poetrix, deverá ser discriminado o autor ao qual pertence o poetrix fonte, o secundário e o terciário.

 

Multiplix é um poema composto por mais de três poetrix, autônomos e independentes, preferencialmente por autores diferentes. A complementação se dará com o título e também verso a verso, podendo os poetrix ser dispostos tanto à direita, quanto à esquerda ou intercalados, desde que não se repita nenhum autor lado a lado.

É recomendado que não se faça multiplix muito longos, sob o risco de o poema resultante ficar disforme e incoerente.

É importante o autor de um multiplix apresentá-lo aos autores do triplix, para a aprovação e autorização para toda e qualquer publicação.

Quanto à estrutura gramatical, é obrigatória a manutenção, em todos os poetrix, dos tempos verbais e pronomes pessoais do poetrix de origem.

Por convenção, a separação dos poetrix será feita com duas barras inclinadas e paralelas( // ) e, abaixo de cada um deverá ser discriminado o autor ao qual pertence o poetrix fonte e os subsequentes.

 

Grafitrix é um poetrix inserido em uma imagem, quer fotografia, desenho, pintura ou criação virtual, que interaja com o poetrix a ser ilustrado.

São recomendações para o grafitrix: a fácil legibilidade (fontes grandes e não rebuscadas, cores contrastantes), atribuição de crédito à autoria da imagem, e que a imagem seja fixa ou estática. A atribuição do crédito da imagem é de responsabilidade do autor do grafitrix.

Para um entendimento mais detalhado, sugerimos recorrer ao blog da Academia, no link Poetrix Ilustrados: Leitura Recomendada 

 

Videotrix é o poetrix associado a imagem e/ou letras em movimento, com possibilidade de som (música, efeitos sonoros e/ou narração).

Importante observar a legibilidade (fontes grandes e não rebuscadas, cores contrastantes), créditos à autoria da imagem e créditos à autoria do som.  A atribuição do crédito da imagem e do som são de responsabilidade do autor do videotrix.

 


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A arte do título no Poetrix - José de Castro


Colocar títulos em poetrix é uma arte. Aliás, o título é de suma importância, pois ele situa e contextualiza o poetrix e dá significado ao texto.

Geralmente, o título é o que vem por último num processo de criação literária. Assim acontece em poemas, contos e romances. Depois de escrever, o autor atribui à sua produção um título que servirá como um convite à leitura, atraindo a atenção do leitor.

Pode acontecer de alguém, primeiramente, ter um título em mente para depois escrever o poema ou texto.

Assim, podemos ter dois pontos de partida:
– um poetrix em busca de um título;
– um título em busca de um poetrix.

Escolhe-se, de acordo com a situação.

Para ser um bom título, precisará atender a alguns requisitos.

Primeiramente, que tamanho deve ter o título?

Sabe-se que o título de um poetrix pode ter o tamanho que se quiser, pois as palavras não entram na contagem das sílabas. Isto não quer dizer que devemos abusar, criando títulos quilométricos, pois o poetrix é um gênero minimalista.

Então, reflita: existe algum propósito específico para um título longo? Você tem uma justificativa sólida, uma razão forte e intencional para causar algum impacto? Mesmo assim, saiba que não existe nenhuma garantia se isso funcionará a favor ou contra a sua ideia.

Portanto, prefira um título minimalista que diga muito com poucas palavras.

O título pode ser uma síntese ou um guia de leitura do poetrix e até mesmo um complemento, um algo mais. Poderá também estabelecer analogias ou provocar contrastes em relação ao tema.

Um bom título deve ser instigante e provocativo para chamar a atenção do leitor. É recomendável que

Elemento surpresa: Salto, susto - por Lílian Maial


Dentre as Diretrizes do Poetrix, está o elemento surpresa, ou, como muitos preferem, o salto ou susto. Na verdade, é esse susto que dá a graça do poetrix.

O que seria esse susto?

Segundo a Bula, é o elemento inusitado e imprevisível que provoca surpresa ao leitor; é a fuga do lugar-comum, da obviedade, que desconstrói e amplia horizontes, mostrando outros caminhos, possibilidades, contextos.

Na prática, é o que nos faz rir ou chorar, o que nos causa espanto, tanto pelo inusitado, quanto pela boa sacada do autor. É aquele “choque agradável” que levamos quando terminamos de ler um determinado poetrix, como estes:

Mesa doze

Última dose.
Ele sempre chega tarde.
Eu sempre cedo.

(Marilda Confortin)

Aqui vemos que a autora utiliza o duplo sentido da palavra “cedo”, que tanto pode ser antes do tempo ou da ocasião própria, combinada, como pode ser a primeira pessoa do indicativo do verbo ceder (abrir mão de; renunciar). Foi uma surpresa encontrar esse duplo sentido, o que faz dele um excelente poetrix.


Bumerangue

Eu voto,
Tu votas...
Eles voltam!

(Ângela Bretas)

Neste caso, a autora usou de ironia, em relação às eleições, e o último verso foi realmente surpreendente. Muito boa sacada!


A pedra e o estrondo

um grito rasgou a tarde
voa criança pra todo lado
festa do marimbondo

(Diana Pilati)

Neste, a autora surpreende no terceiro verso e nos transporta à algazarra das crianças diante de um ataque de marimbondos.


(D)efeitos

livros:
abertos, leitor
fechados, eleitor

(Giuseppe Caonetto)

Neste, o autor joga com as palavras desde o título, e traz o inusitado no terceiro verso, mudando o prisma da interpretação inicial do poetrix.


Briga de Amor

A palavra se vinga
No papel em branco
A tinta f a l h a

(Lílian Maial)


Aqui vemos a surpresa ao usar o recurso de ir clareando as letras da última palavra, mostrando a “vingança” da caneta.


Matemática dos infinitos

Um mais um, oito
Deitado
Fazendo mais um

(Lorenzo Ferrari)

Aqui o autor usa de seus conhecimentos matemáticos para nos surpreender com o sentido do símbolo do infinito que seria um 8 deitado. Muito inteligente!

Então, como podem ver, é necessário ao bom poetrix essa quase “brincadeira séria” com as palavras, que surpreende o leitor e o faz reler o bom Poetrix.

Recomendamos a leitura das Diretrizes da AIP, dos demais textos sobre Poetrix postados neste site e, principalmente, a prática continuada, para alcançarmos a excelência.


Lílian Maial cadeira 12 AIP


As Figuras de Linguagem no Poetrix - por Saulo Pessato


  • Introdução: o papel da arte literária

Entre as múltiplas formas de comunicação humana, destaca-se o discurso artístico, especial por sua preocupação com uma linguagem incomum. A comunicação artística supera o senso comum, propondo novas perspectivas nas relações com o mundo por meio da linguagem.

A Literatura em si é uma atividade artística que tem a humanidade, a sociedade e o mundo como matéria prima de seu trabalho: esteticamente, ela aborda-os, critica-os e modifica-os por meio dessa atividade especial com a língua escrita.

O Poetrix, enquanto manifestação artística, absorve todos esses atributos, que podem se organizar nas seguintes funções:

[FUNÇÃO ESTÉTICA]

Se a intenção artística do Poetrix é despertar admiração por sua beleza, podemos afirmar que nele se destaca a função estética. É importante ressaltar aqui que o conceito de beleza difere-se das noções naturais de bonito ou feio. A função estética, enquanto arte, exalta também o horrível e o monstruoso.


[FUNÇÃO LÚDICA]

Um texto literário pode ter como propósito simplesmente entreter ou divertir o leitor. Essa é a função mais elementar da Literatura e busca alimentar a fantasia e a imaginação.


[FUNÇÃO CATÁRTICA]

A catarse, em essência, é um instrumento de libertação. Quando um Poetrix proporciona "explosão" de sentimentos, inspirando o leitor a manifestar intensas emoções pessoais – riso, choro, raiva, ansiedade, calafrios, destaca-se nele a função catártica.


[FUNÇÃO ENGAJADA]

A função engajada apresenta-se quando o texto prioriza demonstrar, criticar, satirizar ou denunciar problemas sociais. Um Poetrix engajado pretende mudar a realidade ao expressar desconforto com relação ao mundo que o cerca.


[FUNÇÃO COGNITIVA]

É a manifestação artística com o propósito de informar, de produzir conhecimento. Se num Poetrix se destaca a função cognitiva, ele provavelmente versa sobre acontecimentos históricos, eventos culturais ou simplesmente dialoga com conhecimentos científicos.

Fatiar ou não fatiar - por José de Castro

 


“FATIAR OU NÃO FATIAR, EIS A QUESTÃO.”
(Shakespeare Poe...trixta)

Por José de Castro*


Venho observando que o poetrix tem um certo charme e grande facilidade para angariar adeptos. Só no Recanto das Letras contabiliza-se quase 180 mil poetrix, um volume bem maior que o do seu ancestral milenar, o haicai. Uma das razões para isso deve-se ao fato de as pessoas acharem o seu cânone simples e fácil de seguir. Afinal, é um terceto com até 30 sílabas poéticas, dotado de título. Um poema pequeno que, ao contrário do haicai, pode situar-se tanto no presente quanto no passado ou no futuro. Além do mais, a temática é livre, podendo tratar de qualquer assunto. Permite figuras de linguagem, pode ser surreal, usar o nonsense e explorar outras possibilidades, quase infinitas.

Por tudo isso, observa-se essa produção significativa. Só que muitos estão escrevendo tercetos comuns, que não se enquadram com perfeição dentro do cânone, pois não percebem certos detalhes sutis que se escondem entre o título e os versos para se conseguir escrever um poetrix genuíno, “puro sangue”, como se diz.

Um dos principais equívocos ou descuidos cometidos refere-se a algo que, infelizmente, é uma prática ainda muito comum: versos construídos a partir de uma frase quebrada em duas ou três partes. Na maioria dos casos a pessoa nem se dá conta disso. Às vezes, o próprio título incorre nesse mesmo pecado de não se bastar por si só.

A Bula Poetrix toca nessa questão, sem aprofundá-la. Um dos objetivos desse texto é lançar um pouco de luz sobre essa questão. Vejamos o que a Bula diz no subitem 5.1, do item 5, Contraindicações: “Evitar as orações coordenadas. Um poetrix não é uma frase fragmentada em três partes.” 
Já o texto “Diretrizes da AIP”, no item 1.2 Independência sintática de cada verso, alerta: “No Poetrix, cada verso apresenta independência sintática, de modo que não se separam os termos de uma oração em dois ou três versos só para compor o terceto. Para efeito de rima e métrica, isso é comum em outros poemas, mas, no Poetrix, cada linha tem seu sentido plenamente definido.

Sob minha ótica, qualquer tipo de fragmentação entre versos, ou entre o próprio título e o primeiro verso, deve ser evitada. Por exemplo, a quebra de uma frase em duas, entre o primeiro e o segundo verso não deve ocorrer. Deve-se evitar também quando isso ocorre entre o segundo e o terceiro versos. Em todos esses casos há um desperdício, uma subutilização dos versos, perda de oportunidade poética.

Outra coisa: na poesia, existe um conceito batizado de “enjabement”, que é a ruptura de uma unidade sintática no final de uma linha ou entre dois versos, caracterizando uma quebra, quando um verso continua no outro. Isso pode ser válido para os poemas mais longos, nos quais há espaço para se trabalhar com folga. Não é o caso do poetrix, no qual o campo expressional é um espaço mínimo que precisa ser bem aproveitado. O poeta deve extrair o máximo de poeticidade, tanto no título quanto nos três versos. Deve utilizar o máximo de recursos que embelezam um poetrix, como as metáforas, por exemplo. Ou procurar dar o “salto” ou surpreender o leitor com algo inesperado. Então, no lugar de quebrar frases, deve buscar elementos narrativos que encantem o leitor. Por isso, acho estranho quando o poeta se dá ao desperdício de elaborar versos, cada um deles, sem expressão própria. Com isso, perde-se a oportunidade de experimentar novos caminhos para o poetrix avançar em sua linguagem minimalista. Na verdade, estão criando tercetos, como tantos que existem, e os chamam indevidamente de poetrix.

Algumas pessoas costumam dizer que a segmentação de frases pode ser permitida quando existe poeticidade. Discordo, pois o conceito de poeticidade é muito subjetivo. O que parece poético para alguém pode não ser considerado assim por outro. Contudo, uma quebra de frase sempre será vista como um arranhão no cânone poetrix, que precisa ser respeitado e valorizado como definidor do que é ou não é um poetrix.

Outros, têm receio que essa observação em não segmentar frases afaste iniciantes do gênero, que achariam o cânone complicado. Não enxergo dessa maneira, pois é melhor que todos aqueles que quiserem escrever poetrix, desde o começo, já saibam que nem todo terceto pode ser considerado um poetrix. Sob pena de termos uma infinidade de pessoas escrevendo algo que, na verdade, não é poetrix. Considero que o não segmentar frases, seja em dois ou três versos, é uma das principais características definidoras do gênero, ao lado de outras que já foram mencionadas, como figuras de linguagem, o salto e a surpresa, além de se buscar atender aos valores preconizados pelo teórico e escritor Ítalo Calvino, nascido em Cuba e radicado na Itália, em sua obra Seis propostas para o próximo milênio.

Vejamos alguns exemplos de “poetrix” segmentados em frases. Mostraremos alguns artifícios para se corrigir isso. Para evitar constrangimentos, usarei, nestes casos, poetrix elaborados por mim.

O primeiro caso:

1.

DÚVIDA

Aquela canção
Daquela noite de lua
Foi amor ou bebedeira?

Observe que o primeiro verso tem seguimento no segundo: “aquela canção daquela noite de lua”.

Como resolver isto? 

Metrificação - por Ana Mello


Métrica é a medida do verso, a divisão dos versos em sílabas poéticas. A contagem das sílabas poéticas é chamada de escansão e o estudo do metro (medida do verso) - metrificação. Fazer a escansão é escandir, dividir o verso em sílabas poéticas.

As sílabas métricas, ou poéticas diferem das sílabas gramaticais, a sílaba poética é baseada na tonicidade. Contam-se as sílabas ou sons até a tônica da última palavra de um verso.


A medição de versos obedece às seguintes particularidades:

Sinalefa: Junção de duas sílabas numa só, por elisão, crase ou sinérese.

Elisão: Supressão da vogal final átona quando esta estiver diante da vogal que inicia a palavra que se segue.

Crase: Fusão de vogais iguais.

Sinérese: Contração de duas vogais contíguas em um ditongo.

Diésere: Separação de vogais numa mesma palavra, constituindo duas sílabas distintas.

Hiato: Encontro de duas vogais átonas, constituindo uma única sílaba.


Então na prática é assim:

Conta-se da primeira sílaba da primeira palavra até a sílaba tônica da última palavra do verso; o que vier depois é ignorado.

Quando uma palavra termina em vogal e a palavra seguinte começa em vogal, as sílabas em que essas vogais estão se juntam e contam como uma só.

Os dígrafos –rr– e –ss– não se separam. 

Exemplo:

O/ poe/ ta é/ um/ fin/ gi/ dor - 7 Sílabas literárias

O/ po/ e/ ta/ é/ um/ fin/ gi/ dor - 9 Sílabas gramaticais

Fin/ ge/ tão/ com/ ple/ ta/ men/ te - 7 Sílabas literárias

Fin/ ge/ tão/ com/ ple/ ta/ men/ te - 8 Sílabas gramaticais

Que/ che/ ga a/ fin/ gir/ que é/ dor - 7 sílabas literárias

Que/ che/ ga/ a/ fin/ gir/ que/ é/ dor - 9 Sílabas gramaticais

A/ dor/ que/ de/ ve/ ras/ sen/ te - 7 sílabas literárias

A/ dor/ que/ de/ ve/ ras/ sen/ te - 8 Sílabas gramaticais

(Parte de “Autopsicografia”, de Fernando Pessoa)


Quanto ao número de sílabas poéticas, os versos são classificados da seguinte forma:

Monossílabos - 1 sílaba
Dissílabos - 2 sílabas
Trissílabos - 3 sílabas
Tetrassílabos - 4 sílabas
Pentassílabos (ou Redondilha Menor) - 5 sílabas
Hexassílabos (ou Heroico Quebrado) - 6 sílabas
Heptassílabos (Redondilha Maior) - 7 sílabas
Octossílabos - 8 sílabas
Eneassílabos - 9 sílabas
Decassílabos - 10 sílabas
Hendecassílabos - 11 sílabas
Dodecassílabos - 12 sílabas
Bárbaros - mais do que 12 sílabas

Quando os versos têm o mesmo número de sílabas poéticas, ou seja, são regulares, eles recebem o nome de isométricos.

Quando os versos não apresentam regularidade, são chamados de heterométricos. Versos livres aqueles que não obedecem a qualquer forma e versos brancos aqueles que podem apresentar métrica, mas não possuem rimas.

Ana Mello - cadeira 3 da AIP

A importância do título - por Pedro Cardoso


Na maioria das vezes se inicia uma composição pelo título, mas nem sempre isto é possível ou razoável, até porque o processo de produção não é o mesmo para todas as pessoas que gostam de escrever.

O título é uma designação atribuída a um determinado texto. É como um registro de nascimento, no Poetrix é obrigatório.

O cuidado dispensado ao título deve ser redobrado. Ele direciona o leitor, dá a diretriz do texto, aponta uma trilha. Isto sem falar que pode despertar o interesse pela leitura.

Uma observação: muitos sonetos de Camões são conhecidos pelo primeiro verso, é como se não tivessem uma "marca" definida, uma referência que leve o leitor àquele poema.

Para ilustrar minha teoria, apresento dois Poetrix onde o texto é o mesmo, mas o sentido é completamente diferente.

1 - Empatia

quando a gente se cansa
um do outro
está na hora de trocar de lugar

Só a empatia nos permite compreender as razões do outro.
O título, associado ao poema, nos traz a ideia de que quando estamos cansados um do outro, é preciso que nos coloquemos no lugar dele, na posição dele. Que não o olhemos apenas como um espelho, como algo acabado. É como se nos transportarmos para o outro e nos depararmos com os problemas dele, com os sentimentos e percepções dele, para que assim, pudéssemos compreendê-lo de fato, através do seu próprio olhar e não apenas do nosso ponto de vista. E finalmente conseguimos, retornando ao olhar original, nos vermos inteiramente, quem sabe? Ou até de forma renovada – com a possibilidade de construirmos a relação.

2 - Outro eu

quando a gente se cansa
um do outro
está na hora de trocar de lugar

Por outro lado, no poema “Outro eu”,

Processos criativos - por José de Castro


“A criatividade consiste em ver o que todo o mundo vê e pensar o que ninguém ainda pensou.”
(Szent-Gyorgyi, Prêmio Nobel de Química)

Antes de tudo, uma observação. Esse texto não foi escrito especificamente para poetrixtas. Apresenta estratégias que utilizo para oxigenar o meu processo criativo e caminhos aconselhados por alguns autores da área. As dicas apresentadas podem ser transpostas para o universo do poetrix. Afinal, criar é inerente ao ser humano, independentemente do gênero literário. Aqui e ali, procuro estabelecer nexos com o poetrix.

Já ouvi pessoas dizerem que não têm criatividade. Bobagem. Dentro de todos nós há uma centelha criativa. Resta-nos, apenas, dar o polimento para ela brilhar.

Podem ocorrer bloqueios de natureza variada ou períodos em que estamos sobrecarregados com tarefas descoladas do ato criativo; ocupações domésticas ou atividades profissionais diversificadas que nos tomam o tempo.

Outras vezes, disponíveis para escrever, sentimo-nos sem motivação ou travados, sem inspiração, como se diz. O que fazer então?

Processo Criativo - por Lílian Maial


Eu sou médica, trabalho ainda e tenho filhos que requerem minha atenção e dedicação, então, começo meu dia na correria, entre cuidar de assuntos da casa e dos filhos e preparação para ir trabalhar. Portanto, não tenho ritual para criar, mas certamente fico mais confortável para escrever quando a casa está mais quieta, à noite e até de madrugada.

Normalmente tenho papel e caneta (ou lápis) na bolsa, além do celular, para fazer anotações de eventuais insights. Quando dá, pego a agenda e, nas folhas vazias de datas pretéritas, escrevo. Já fiz muito isso, chegando a preencher agendas mais com poemas, do que com pacientes...

Ao longo dos anos, já fiz de tudo um pouco na escrita: sonetos, cordel, trova, haikai, minicontos, contos, crônicas, prosa poética, poemas livres e eróticos, e poetrix. Atualmente, venho me dedicando também à literatura infantil. 

Meu processo criativo costuma vir de 3 maneiras:

Processo criativo - de Marilda Confortin


Meus Poetrix, poemas ou contos nunca nascem prontos. O título, então... é sempre a última coisa que escrevo. Sou lenta e escrevo pouco. Meu processo de criação é variável. Às vezes me ocorre uma ideia, sem forma. Anoto para o futuro. Outras vezes, ouço ou leio uma frase ou palavra, que me chama atenção. Anoto também. Nunca sei se usarei o que guardo no meu arquivo chamado de "baú de ideias".

Quando quero escrever um texto, seja poema, conto ou crônica, abro o baú e busco anotações que estejam de acordo com meu momento ou com o tema que estou escrevendo. Daí começo a brincar com as palavras. Faço perguntas a elas, troco-as de lugar, "torturo-as" para ver se querem me dizer mais alguma coisa. Bulo no texto, corto excessos, busco sinônimos, outros sentidos e assim vou sentindo se a ideia tem algum potencial ou não. Descarto muito mais do que aproveito.

Um exemplo: