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18 de ago. de 2024

Varal Homenagem - Vida e Obra de Augusto dos Anjos

VARAL HOMENAGEM  - VIDA E OBRA DE 

AUGUSTO DOS ANJOS 



https://jornaldaparaiba.com.br/cultura/140-anos-de-augusto-dos-anjos


Entre tantos

peguem meus pedaços
carnes putrefatas
há que se jogar aos cães

Pedro Cardoso


Ímpetos impuros

rasga-me as vísceras
versos cerebrais
multidão de vermes, a flor da pele

Pedro Cardoso


EU, POETA!
para Augusto dos Anjos

vis vermes a sugar-me o sangue
debati-me em versos o quanto pude
tristeza é minha única saúde!

Lilian Maial


AUGÚSTIA

vivo sob o manto obscuro da desgraça
transito entre o sagrado e o profano da carcaça
eu, poeta infame

Lilian Maial


NIRVANA

nenhum corpo ou gozo me seduz
os anos os carcomem, viram pus
sou imortal pelas Idéias!

Lilian Maial


EXPECTORANTE LÍRICO

Dos vermes faz sementes
Anjos profanam altares
Salivas poéticas desintegram.

Valéria Pisauro


DISSOLUÇÃO

Microrganismos tatuam a pele
Mapa geográfico de vida
Caronte espera atento.

Valéria Pisauro


VERSOS SOMBRIOS

morte e ciência se entrelaçam
alma agoniza solitária
pessimismo, essência do EU

Luciene Avanzini


MORTE INEVITÁVEL, FRAQUEZA HUMANA

morbidez e angústia criam asas
alma em calvário lamenta
dor e agonia vestem corações

Luciene Avanzini


POETA DE VÁRIAS FACES
(Augusto dos Anjos)

Escolas perpassam sua obra
Um tempo só é pouco
Anjos não cabe em caixa

Dirce Carneiro


ESTILO

Versos clássicos, tensão do real
Crítica e cientificismo
Subversão forma-conteúdo


Dirce Carneiro


TEMÁTICA

Poeta atormentado
Expõe o feio e triste
Almeja o mundo imaginário


Dirce Carneiro


COMO ENCARAR

Angústia e morbidez
Quando o fim?
Não te quero abraçar ó Morte

Marilia Tavernard


POETA DA MORTE

Versos sombrios
Pessimismo à flor da pele
Angustiosa poesia

Marília Tavernard


POESIA VISCERAL

Mundo de dor
Poesia de raízes profundas
Versos em decomposição

Marília Tavernard


ANJO CAÍDO 

Poeta da morte, degredado
Cético vate das sombras 
Augusto Ser angustiado

Marilda Confortin 


"Somente a arte esculpe..."

Dor vira cena, poema
Tragédias, belas telas
Artista, um verme divino

Marilda Confortin


OS BOFES DA POESIA BRASILEIRA  

pulmão de noel rosa já foi 
pleura do manuel bandeira é preta
envoltos em pútrida fressura  

Francisco José


VERSOS ÍNTIMOS 
( Augusto dos Anjos) 

Vês, fostes repulsante 
Seus afagos, apedrejados 
Gosto de pigarros mórbidos 

©️Angela Bretas


Dos Anjos, só um livro

O corpo virou adubo 
A humanidade apodreceu 
"Eu" imortal

Marilda Confortin


Ossatura

quero juntar os pedaços
tirar de mim os vermos do sangue
sim, vamos morrer, a sós

Pedro Cardoso


ANJOS SOLTA DEMÔNIOS

Poema escrito com amoníaco 
Augusto antiácido social 
o céu perdeu os limites

Cleusa Piovesan 

ANJOS CAÍDOS

Perdidas as quimeras... a dor
lenitivo é a ciência da finitude 
vermes à espera de sonhadores 

Cleusa Piovesan 


AUGUSTO DE SER 

Varro podres existenciais 
Dreno cascas de feridas 
Na morte converso com vermes 

Andréa Abdala


SAL DA TERRA 

Divido gotas de sangue por aí 
Nas batalhas dobro lágrimas 
Aos dias somo carnes vivas 

Andréa Abdala


HUMANÓIDE EM PODRIDÃO
 
Pelo mundo jaz enfermo
Jogado ente no lixão
Morboso mundo moderno

Oswaldo Martins
 

TUBERCULOSE BANAL
 
Cuspe encarnado, temor
Bacilos, catarro fatal
Precede a desdita, horror
 

 FÉTIDO AROMA EM GASES

Flatus complexus carrega
Putrefato ser exala
Cadaverina em narinas


Oswaldo Martins

SALGAS NO VARAL 

era ântuma carne fresca 
agora já verme póstumo 
apodrece ao sol a poesia 

Francisco José


FINDOU-SE POETA

Cantou sobre ossos
Vida a aclamar a morte
eterno vazio algo completa

Marcelo Marques 


ENFIM, VENCIDO

Anjos sem mais influência
Carne podre na expectativa
O verme devorou ao gosto

Marcelo Marques


E O QUE SERIA A AUGUSTA VERDADE, MEU ANJO?

quimera, pantera, fera
véspera do escarro
jamais companheira inseparável 

Sandra Boveto

CONSCIÊNCIA HUMANA
toda carne mente
veja, este morcego não tem dentes
descanse, meu Anjo

Sandra Boveto 

TRISTE MELODIA 

Apodrecem os versos num canto
Nas rimas do tempo, fedentina
Urubus pousam sobre a lira

José de Castro

DESESPERANÇA 

Lágrimas rútilas na tarde  
Pranto obsequia as horas
Riso triste do bardo silencia  

José de Castro


LAMENTO

crepúsculo sombrio desaba
escreve dores do Anjo
sua visão um abismo

Claudio Trindade


ALMA UM LABIRINTO
desejo é cinza
tempo um grito mudo
Poeta dos tropeços

Claudio Trindade


AGONIA DA VIDA
sepulcro das horas
destino insensato
versos, cicatrizes do mundo

Claudio Trindade


PESO DA EXISTÊNCIA
destino desfeito
silêncio inquietante
apodrecem sentimentos

Claudio Trindade


MONSTRO DA POESIA

decai o carbono
quebra-se o amoníaco
o filho rutila invicto

Sandra Boveto

9 de abr. de 2024

AUGUSTO DOS ANJOS

 

NOME COMPLETO: AUGUSTO DE CARVALHO RODRIGUES DOS ANJOS

NOME LITERÁRIO: AUGUSTO DOS ANJOS

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos

 

DATA DE NASCIMENTO: 20/04/1984

DATA DE FALECIMENTO: 12/11/1914

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP:  22

FUNDADOR:  Saulo Pessato

ACADÊMICA ATUAL: Saulo Pessato

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

        Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no engenho Pau d´Arco, Cruz do Espírito Santo, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Filho de Córdula Carvalho Rodrigues dos Anjos, Alexandre Rodrigues dos Anjos

     Começou seus estudos no Liceu Paraibano e escreveu seus primeiros poemas em 1901, aos 17 anos, no jornal local “O Comércio”.

     Em 1903, entrou na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Na faculdade conheceu o “cientificismo” da chamada “Escola de Recife”, onde se destacava o afro-sergipano Tobias Barreto. Formou em direito, mas nunca exerceu a advocacia. Ingressou não magistério secundário, como professor de Literatura no Liceu paraibano, onde foi aluno.

     Estou os autores clássicos do positivismo, do materialismo mecanicista e do evolucionismo, com destaque para Comte, Haeckel, Darwin e Spencer, que foram determinantes em sua visão de mundo e em sua poesia. Some-se a isso a influência do filosofo alemão Schopenhauer, com seu pessimismo, cuja salvação estaria na criação artística, sobretudo na poesia. “Somente a Arte, esculpida a humana mágoa / Abranda as rochas rígidas, torna água / Todo o fogo telúrico profundo” (“Monólogo de uma Sombra”. Anjos, s/d, p. 16). Um exemplo foi sua “visão da natureza como um processo recorrente e interminável de geração e destruição orgânica.” (Pires, s/d).

     Casou-se em 1910 com Ester Fialho, e tiveram dois filhos: Guilherme Augusto Fialho dos AnjosGlória Fialho Rodrigues dos Anjos. Nesse ano de casamento afastou-se do Liceu Paraibano, mudando-se para a capital federal, sendo professor de Geografia na Escola Normal do Rio de Janeiro e do internato do Colégio Pedro II. Com problemas de saúde se mudou para Leopoldina em Minas Gerais, sendo diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira. Com quatro meses de sua chegada a cidade mineira, em 12 de novembro de 1914, ele piorou de sua pneumonia e se encantou.com 30 anos de idade.