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22 de mar. de 2024

PAULO LEMINSKI

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: Paulo Leminski Filho

NOME LITERÁRIO DO PATRONO: Paulo Leminski

 

Paulo Leminsky


DATA DE NASCIMENTO DO PATRONO: 24/08/1944, Curitiba/PR

DATA DE FALECIMENTO DO PATRONO: 07/06/1989, Curitiba/PR

CADEIRA NÚMERO: 11

FUNDADOR DA CADEIRA: José de Castro

OCUPANTE ATUAL: José de Castro

 

VIDA E OBRA DE PAULO LEMINSKI

 

          O nome completo de Paulo Leminski é Paulo Leminski Filho. Nasceu em 24 de agosto de 1944, em Curitiba/PR. Era filho de Paulo Leminski, militar de origem polonesa, e Áurea Pereira Mendes, de descendência africana.

          Com 12 anos, Leminski ingressou no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, onde estudou latim, teologia, filosofia e literatura clássica. Em 1963, abandonou o Mosteiro, e nesse mesmo ano foi para Belo Horizonte onde participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, quando conheceu Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criadores da Poesia Concreta.

          Antes disso, em 1961, casou-se com a artista plástica Neiva Maria de Sousa, da qual se separou em 1968.  Nesse mesmo ano, casou-se com a poeta Alice Ruiz, com quem teve três filhos: um menino (Miguel Ângelo), que faleceu aos dez anos e duas meninas: Áurea Alice Leminski (homenagem à sua mãe e à esposa) e Estrela Ruiz Leminski.

          Em 1964, publicou seu primeiro poema na revista “Invenção”, editada pelos concretistas. Nesse mesmo ano, assumiu o cargo de professor de História e Redação em cursinhos pré-vestibulares.

          Em 1966, obteve o primeiro lugar em um concurso popular de poesia moderna. De 1969 a 1970, decidiu morar no Rio de Janeiro, retornando a Curitiba para se tornar diretor de criação e redator de publicidade e TV.

          Publicou textos em revistas alternativas, antológicas do tempo marginal, como “Muda”, “Código” e “Qorpo Estranho”, publicações que consagraram grande parte da produção dos anos 1970.

          Em 1975, Paulo Leminski iniciou sua trajetória de “escritor maldito” com o romance “Catatau”, por ele classificado como prosa experimentalista. A obra é uma espécie de alegoria tropicalista que gerou críticas não muito favoráveis. Chegou a publicar mais um romance, intitulado “Agora é que são elas”.

          Leminski foi jornalista, escritor e poeta de vanguarda, ensaísta, crítico literário, tradutor, professor, além músico e letrista. Considerava-se um designer de texto.

          Dominava seis idiomas: latim, grego, japonês, inglês, francês e espanhol. Traduziu diversas obras de autores e personalidades como John Fante, Lawrence Ferlinguetti, James Joyce, John Lennon, Samuel Beckett, Petronio (Satyricon, traduzida do latim), além de ter traduzido um livro sobre poesia egípcia antiga. Publicou alguns ensaios literários e biografias de Cruz e Souza, Matsuo Bashô, Jesus, Trotski e Edgar Allan Poe.


24 de fev. de 2024

Interação Poética - Andréa Abdala e José de Castro




 


Este é um grafitrix com G maiúsculo e com A maiúsculo também, de Autoral e de Andréa Abdala. 

São vários os “A” que me levam a dizer: Amei! O grafitrix é Maiúsculo pela grandeza e simplicidade contidos na ideia metalinguística: a janela sendo o veículo para falar do que os seus "olhos" veem naquela manhã. Ela é a própria moldura para evidenciar a mensagem poética construída nos versos. 

Há uma integração e diálogo plenos, desde a imagem até a leveza metafórica de um verde que "agasalha o sol"; não só isso, mas aponta para algo mais sutil construído na metáfora seguinte: "sementeira de um sorriso", o que, por si só, nos alegra o coração. 

Interessante observar que o grafitrix é duplamente autoral pelo fato de a poeta ser também quem captou a imagem numa foto muito expressiva, que nos mostra o contraste entre os tons do interior do quarto e a claridade lá de fora; e, ao mesmo tempo, denota o leve balanço da cortina do quarto ao vento. Todos esses elementos visuais e textuais dialogam. 

O texto resultou em um poetrix que nos leva a uma fruição superior, a uma grandeza singela que emociona. Aqui, tudo é poesia, texto e imagem. Parabéns, Andréa Abdala. Obrigado por tão singular presente. 

Forte abraço. José de Castro, cadeira 11 AIP.


16 de jan. de 2024

Poetrix de José de Castro


 TRAVA-BRUXAS

uma bruxa a ler em seu lar 
um bruxo a bruxulear 
sem brilho, brocha o luar

José de Castro 


MENSAGEM DA BRUXA DOS UMBRAIS 

Voai, corvos, voai! 
Dizei a todos os mortais: 
Feminicídio, nunca mais!

José de Castro 


NO GRANDE SERTÃO ME ABISMO

Meus olhos veredam 
Navego Rio_baldo 
Pra(n)teio Rosas–Diadorim
 
José de Castro


ENTRE O ESTIGE E O AQUERONTE
 
no rio das almas, navego
tilintam moedas de prata
quanto custa o eterno?

José de Castro

29 de dez. de 2023

Coluna Literária - Noite afora por José de Castro



Noite afora


Por *José de Castro


E fico mudo, sem palavras, diante da beleza posta na mesa da poesia... Encantam-me os poetas, todos eles, sejam simbolistas, modernistas, românticos ou parnasianos… E – por que não? – os minimalistas também...

E bico os versos como se fossem fruta, madura framboesa... um gosto de mato... de araçá azul... pitanga e romã trincada de espanto... e vou degustando um quintana... e me espia daquele galho um autêntico joão-de-barro.. ou seria um manoel?

E me distraio num jogo de amarelinha sem céu e sem inferno... primavera sem inverno... chuva torrencial de emoções... príncipes e princesas desfilando por aqui nos olhos de colasanti... acuda-me qualquer pessoa... há uma pedra no meio do meu carinho...

E fico bebendo as taças dessa madrugada servida em cores, licores de puro frenesi... jenipapo tá no papo... e fico de papo pra lua mirando a solidão das horas a bater o ponto no canto do relógio sem cuco, feito chapeleiro maluco... e ouço a passarada no bico da madrugada... não há mesmo luar como esse do ser tão lírico feito os olhos de cecília e lamartine... oh, mana deixa eu ir...

Poesia de orvalho caindo em noites de noel... e até os galos ficam mudos e se deixam encantar... pois a beleza da prosa poética que canta a vida pode nos maravilhar... e os galos vão tecendo a manhã nos versos cabralinos de joão... e espera-se o nascer das açucenas de zila que apascentam os versos do menino azul, a dormir feito bois em paz... E os trigos brotarão a esmo nos olhos de anil, ou seriam de neil (de castro)?

Quem me dera colher um cacho de adélias pelos prados, pelas campinas, pelas infinitas veredas dos sertões em rosa... as rosas que simplesmente exalam a dor do caetanear... pois a que será que se destina?... ah, amigo é coisa pra se guardar no lado que é lá do lado de lá... feito haicai que cai do céu leminskiano sobre cada um de nós... e alice a ruir e trincar os versos maduros nos espelhos minimalistas... e por um trix somos também poetrix…

E fere a madrugada o pincel fino da palavra.. de quem sabe pintar o vento com as cores doídas das saudades de tudo e de nada... dos que cantam o amor, em sonetos de fidelidade para além das coisas simplesmente moraes ou amorais… feito amoras no pé…

Aos insones, resta apenas beber de um só trago o néctar da solidão... e depois cantar milongas de fazer dormir o coração... e pensar que dias melhores virão... e, aqueles que sobreviverem, verão que sou andorinha só a inventar imensidão... e sou vento e sou moinho e sou quixote... e poeta perdido no próprio mote...

E me bate uma saudade das auroras da minha vida, casemirando minha memória que quer recuperar a infância perdida na terra do nunca, feito um eco triste de maria-fumaça a resfolegar nos trilhos o melancólico estribilho: noite afora, vou me embora... noite afora, vou me embora... noite afora, vou me embora....

Quem sabe, Pasárgada? Desfraldo o verso e vejo bandeira(s) a tremular na voz do vento.


*José de Castro, jornalista, escritor e poeta. Mestre em Tecnologia da Educação. Autor de livros para crianças, para adolescentes e para adultos também. Membro da SPVA/RN, da UBE/RN e membro-fundador da Academia Internacional Poetrix, cadeira 11.


Contato: josedecastro9@gmail.com
Instagram: @jde_castro10

15 de dez. de 2023

Poetrix Natalino de José de Castro

 

POESIA NA MANJEDOURA

Lá vêm os três Reis Magos...
Presentes para o Menino-Deus: 
Ouro, incenso e…  Poetrix! 


NOS OLHOS, O BRILHO

Florescem Árvores de Natal 
Coloridos os pisca-piscas
Minha infância é vaga-lume 


PRESENTE AUSENTE

Papai Noel não veio. 
Natal em concordata. 
Faltou salário no mês. 


ENIGMA NATALINO

O Brasil tem jeito? 
O Menino-Deus sorriu para mim. 
Enxerguei Mona Lisa. 

José de Castro

20 de nov. de 2023

Poetrix de José de Castro

SERTANEJO

a cavalo, campeador
trilhas de gado e gente
aboio triste na estrada

José de Castro 


ENLUARAR

viola canta noite afora
coração ponteia 
vibra poesia o sertão

José de Castro


METAMORFOSE

sertão da seca e da chuva
sou lágrima e sal 
ser tão triste me fez (a) mar

José de Castro


PASSARIFORME

sertão amanhece feliz
trina o bico do tico-tico
assobia asa branca o concriz

José de Castro


5 de out. de 2023

Poetrix José de Castro



SAUDAÇÕES À MUSA

bebo poesia
tira-gosto de versos
um brinde à vida sempre


José de Castro



ENREDO ETÍLICO

em seu cálice, bebe-me a noite
sonhos derramam-se na taça
o coração amanhece poesia

José de Castro



VINHAS DO AMOR

teu lábios tintos
rosé minha paixão
seco por você

José de Castro



BRAVOS GUERREIROS

somos todos Tupis
bravura de Tamoios nos inspira
até quando nossa memória?

José de Castro



LOUVAÇÃO GUARANI

arco e flecha de palavras
meus versos na fogueira
timbres e tons ancestrais

José de Castro



À LUZ DE FOGUEIRAS

lanço o meu brado guerreiro
pássaro cantante na noite eu sou
sigo a voz do coração

José de Castro



19 de ago. de 2023

Coluna Literária - O Outro Domingo por José de Castro

 

outro domingo

perdi a noção do tempo
é noite nos meus olhos
chove tua ausência


diana pilatti



Conheço a poeta Diana Pilatti há bastante tempo, desde o Recanto das Letras, nos anos de 2010 mais ou menos. Desde então, vimos cultivando uma amizade significativa, principalmente em relação à troca de experiências na escrita de Poetrix e também em relação à administração de grupos de produção nesse gênero minimalista. Participamos da criação do grupo Ciranda Poetrix e, agora, administramos o grupo Selo Poetrix, com a parceria também da acadêmica Dirce Carneiro. Além disso, vimos organizando, em conjunto, algumas mostras de poemas mínimos. (https://4mostrapoetrix.blogspot.com/)

A escrita de Diana Pilatti é singular e instigante da nossa imaginação. Seus poetrix sempre trazem figuras de linguagem e inquietações que deixam um campo aberto à viagem do nosso pensamento. Isso pode ser observado na poética contida em livros que já publicou até o momento, sejam de haicais, versos livres ou poetrix. A mesma sagacidade observa-se em seus grafitrix (https://www.academiapoetrix.org/2022/06/grafitrix-de-diana-pilatti.html) quando seus versos são enriquecidos por imagens, e até mesmo em videotrix, quando ela acrescenta movimento e som às imagens. 

Nesse poetrix “Outro domingo”, a poeta

10 de jul. de 2023

Poetrix de José de Castro



SOPRO DA MEMÓRIA

histórias, mil e uma
contos da carochinha
inda hoje, infância conversa comigo

José de Castro


GOTAS DE INFÂNCIA

barquinhos na chuva
braçadas no rio
águas na lembrança

José de Castro


NO FIO DA LAMPARINA

a luz bruxuleava
olhos ardiam
leitura a querosene

José de Castro


DEPOIS DA CHUVA

alarido de crianças
na rua, pés descalços
correria – catar tanajuras

José de Castro


ARTES DE MENINO

pão na caneca de café
mergulho gostoso
delícia que não volta mais

José de Castro


26 de jun. de 2023

Poetrix Juninos - Lilian Maial e José de Castro



JUNINAS

arraial de São João
fogueiras crepitam questões e quentões
queimam as vaidades

Lilian Maial



FLAGRANTES JUNINOS

sanfona abre o fole
vestido de chita rodopia
noivo fogo de palha

José de Castro




9 de mai. de 2023

Poetrix - Homenagem à Rainha do Rock, Rita Lee





BAILA COMIGO, COMO SE BAILA NA TRIBO

lee lian maial

no escurinho do cinema
no banho de espuma
amor por telepatia pra sempre








eternelee


menina mulher travessa
mutante transcendente rita
lee de livre pra voar e cantar


José de Castro





OVELHA NEGRA

vida sossegada
só sombra e água fresca
Lee… desculpe o auê


©️ Angela Bretas
#cartoon #caricatura de @ulisses.araujo.79



ROBERTO CHORA MUITO!


Rita parte então sozinha.
Melodia banha a todos.
Lee-berdade deixa história.

Oswaldo Martins




CASAMENTO POP


amou um tal de Rock Enrow
teve João, Gil, Beto...
nossa, que bossa!


Francisco José




4 de mai. de 2023

Poetrix de José de Castro

 


DIAS TRISTES

O tempo me pede um poetrix.
Olho-o nos olhos. 
Lacrimeja(me) o poema. 

      José de Castro 

NAVEGOS
  
Águas da vida. 
Rio do tempo. 
O infinito é a foz. 

    José de Castro

ESCOLHAS
   
Raiva rasga o peito. 
Ódio estrangula a alma.  
Perdão faz poesia. 

      José de Castro

TRANSMUTAÇÃO
 
Cinza estava. 
Sete cores de perdão. 
Arco-íris brilhou aqui. 

    José de Castro


5 de abr. de 2023

Poetrix de José de Castro



MANOEL


de barro e brisa teus poemas
levezas de pássaros
ninhos de chocar miudezas grandes



José de Castro

21 de mar. de 2023

Poetrix Temáticos - MULHER & POESIA




POETRIX TEMÁTICOS - MULHER & POESIA 


Curadoria: Acadêmico José de Castro

AIP - Março 2023


O FEMININO EM NOSSAS VIDAS


Esta é a primeira atividade de Poetrix Temáticos realizada na gestão Mínimo é Mais.

O tema escolhido foi Mulher & Poesia, ao se considerar que o mês de março tem duas datas significativas: o dia 8, celebrado como o Dia Internacional da Mulher (relembrando a luta das mulheres russas, em março de 2017, reivindicando melhores condições de trabalho e vida); e o dia 14, em que se comemora o Dia Nacional da Poesia (em homenagem ao natalício do poeta baiano Castro Alves).

Nesta atividade, os poetrixtas acadêmicos da AIP, de ambos os sexos, celebram as mulheres, no Brasil e no mundo. Louvam esse ser que, ao longo do tempo, vem lutando pelos seus direitos tão desrespeitados num mundo machista e misógino; essa mulher que é mãe, filha, tia e avó, como relembrou um dos poetrix.

Dentre várias mulheres, homenageia-se Frida Kahlo, artista mexicana, um dos grandes nomes do feminismo e do movimento LGBTQiA+, mulher revolucionária.

O versátil poetrix, esse gênero minimalista irreverente, aqui menciona até mesmo Alexa, a mulher robô que faz o papel de assistente virtual.


O leitor encontrará nestes Poetrix Temáticos uma riqueza de poemas que mostram as várias faces da mulher, exaltando-a na medida certa. Ao mesmo tempo, e já estabelecendo uma ponte com a Poesia, o segundo tema dessa atividade, louva poetas como Cora Coralina, Cecília Meireles e Florbela Espanca, a grande sonetista portuguesa.


Dentro do segundo tema (Poesia), poetrixtas homenageiam Drummond, Ferreira Gullar, o consagrado autor de “Poema sujo”, escrito no seu exílio em Buenos Aires, por motivos políticos. Encontra-se também alusão a Guimarães Rosa, autor do conto “A terceira margem do rio”.

Observa-se, ainda, alusão à Bárbara Heliodora, considerada a primeira mulher a escrever poesia no Brasil, quando um poetrix relembra o “Bárbara bela”, do poeta mineiro Alvarenga Peixoto, marido de Heliodora. E, com propriedade, aparece também homenagem a Marielle Franco, covardemente assassinada num 14 de março (em 2018, no Rio de Janeiro), que passa a ser um símbolo da luta de todas as mulheres no Brasil.

Caberiam aqui outras considerações, mas deixemos aos queridos leitores e leitoras a oportunidade de fazerem suas próprias descobertas. Aceitem o nosso convite e venham se deliciar com essa riqueza poética minimalista que lhes é oferecida como tributo à mulher e à poesia.

Naveguem nessas águas poéticas e celebrem conosco a força e a presença do feminino em nossas vidas.


Boa leitura a todos e a todas.

José de Castro, AIP, cadeira 11.



REGISTRO UMBILICAL

Bela entre as belas
Izabel, nas águas do batismo
Mãe, nome e sobrenome

Andréa Abdala





BELEZA GENUÍNA

Senhora das horas
Mãe, mulher, operária
Bordado do tempo

Andréa Abdala




ALMA FEMININA

Cede ao cansaço
Sonha recomeços
Amanhece poesia

Andréa Abdala





TODO DIA ELA FAZ TUDO SEMPRE IGUAL

Acende a poesia
Coa o dia
Exala o café

Angela Bretas





POEMA JAMAIS LIDO


Mãos ao alto é um assalto
Tesouro perdido na mochila
Adeus caderno de poesia


Angela Bretas



ALEXA QUERIA SER MULHER DE VERDADE



Robótica ama da casa
Detonada na tomada
Calada não reclama


Angela Bretas





UNA MUJER

Qualquer coisa de divina
Inocente como uma menina
É poesia que me fascina!

Antônio Carlos Menezes





A FLOR-MULHER

Desfaz-se de suas pétalas
Aconchego de meus braços
Atrevidos somos nós.

Antônio Carlos Menezes





A RAINHA
(Para minha eterna Vanilda)

Sabia o que era certo
Pinceladas coloridas
Um sonho de poesia.


Antônio Carlos Menezes



ave flor


um poema amanhece
dobra-se a luz nas curvas tuas:
- mulher-pétala é rima madura


diana p




águas glaucas


uma mulher navega horizontes
poesia líquida
sua palavra sua liberdade


diana p



ORÁCULOS


Elas têm curvas, nuances
feliz aquele que as decifra
mulher e poesia, enigmas


Dirce Carneiro



CULTIVO

Rega o broto todos os dias
peito, banho, papinha
eco do som magia: Mãe

Dirce Carneiro





LUGAR DE FALA DA MULHER


Sempre obediente a um rei
só no diário era livre
na palavra, as suas asas

Dirce Carneiro





E AGORA, JOSÉ?

tinha uma pedra no caminho
carlos, o mar... e ela
no mês de março: francamente!

Francisco José




A BÁRBARA E A BELA

filha da poesia sem-par
mãe dos cantos únicos
... avós de só netos

Francisco José




ESTRO FORJADOR

mina do ferro a palavrada
ruas contaminadas de arte
lama e poema: tudo sujo

Francisco José





MULHER

Flor aquática em águas agitadas.
Poesia ancorada.
Serena, flutuo.

Gilvânia Machado




ROMANTISMO POLÍTICO

8 de março, luta histórica.
Realidade árida, poesia em fuga.
Pétalas, asas.

Gilvânia Machado




MULHER TAL E QUAL…

Tecedora de vidas
Costuradeira de destinos
Desata os nós de nós

Isiara Caruso




MULHER-SER INTRANSITIVO

Mãe, filha, tia, avó
Pulso, pulsa, expulsa
Ama, amada, amante

Isiara Caruso




MULHER – incompreendido ser plural, fecundo e belo



Sedução
Alma, coração e vida
Criação

Isiara Caruso



POIESIS


Sou mulher e poesia.
Sou feito Frida.
Não me Kahlo ante a misoginia.



José de Castro



ASAS DIÁFANAS



Poesia é ave-mulher.
Voa encantos.
Nidifica mistérios no infinito.

José de Castro



POETRIX QUASE HEPTASSÍLABO



Ontem, fui haicai de vento.
Soprei rimas de saudade.
Hoje, sou susto poetrix.


José de Castro



MULHER

mulher nasce com dois x
na vida, xy, às vezes, z
abecedário de dor e prazer



lílian maial



MUSA

teu corpo é um altar de inspiração
os olhos são do céu
o sexo é dos diabos



lílian maial





08 DE MARÇO

queimadas na fábrica ou na Inquisição
queimadas por direitos, inveja ou diversão
mulher é fogo



lílian maial





À MULHER DESCONHECIDA


Na sua mão, o pensamento
Nos seus olhos, meu ser
Na sua boca, meu beijo eterno

Lorenzo




MULHER ESCRITA


Cada página é um mito
Êxtase que queima
Sutilmente, revira

Lorenzo



POESIA LACUNA

Falta de ti comigo
Pedaço largado de outro
Inteira parte de mim


Lorenzo



MULHERES POETAS

Aves (expulsas) do paraíso
Estrel(íci)as mães da palavra
Poesias são suas asas

Marilda Confortin



MULHERES NÃO SÃO ETÉREAS

Somos humanas, manas
Não borboletas ou flores
Cuidado: metáforas mentem

Marilda Confortin




LIDA POÉTICA

Engravidar palavras
Parir versos e canções
Bardos são hermafroditas



Marilda Confortin




MINHA ESTANTE


Leio Cora, Cecília e Florbela
Gota de inspiração
Mulher é poesia

Marilia Tavernard




EU, MULHER


Pensamentos voam
Nascem poesias
Versos curtos... vivos em mim


Marília Tavernard



UM VIVA À POESIA


inspiração chega devagar
escritos retratam sentidos
no silêncio repousa o poema


Marília Tavernard



CONCRETA E FIRME EXISTÊNCIA

Tem pilar na gestação:
Escuridão pelas guerras,
Mulheres dando a luz.



Oswaldo Martins


QUALIDADE FEMININA


Na guerra contra covardes...
Suavidade de pluma.
Solidez de dura rocha.


Oswaldo Martins



PERCEPÇÃO FEMININA


Densa, certa, bendita...
Refinamento crítico.
Aspereza indelével.

Oswaldo Martins




DESTEMPERO


vaso partido no peito
Flor descalça no chão
pés nus, rio de chorar


Pedro Cardoso



HOJE

coração aos pulos
dia Internacional das mulheres
sorriso iluminado na boca do povo



Pedro Cardoso



COMPANHEIRA DE VIAGEM


Viajar é preciso
Andar na terceira margem
Mãos dadas ao desconhecido

ronaldo ribeiro jacobina





TRÊS PÉTALAS DE ROSA

Interseccional: totalmente livre
Humanamente diferentes
Iguais socialmente

ronaldo ribeiro jacobina




DIAS DE MARÇO: 8 e 14

Mulher: esse vale mil
Poesia: um dia que se irradia
Datas de liberdade, ainda que tardia

ronaldo ribeiro jacobina



SOBRESSALTOS


passos de mulher, som alto
nos olhos de quem ouve
o salto.

Saulo Pessato



QUEDA D’ÁGUA

do couro cabeludo deleito
teus cabelos cachoeiros
me banho de suor

Saulo Pessato




AMIZADE ENTRE SEXOS OPOSTOS

Vim para jantar, depois um vinho.
Te afago os cachos e o cachorro.
Hóspede de hipóteses…

Saulo Pessato