27 de mar. de 2025
Poetrix de Andréa Abdala
25 de fev. de 2025
Duplix de Andréa Abdala e Dirce Carneiro
17 de fev. de 2025
Duplix Andréa Abdala e Marcelo Marques
EXISTIR // ALÉM DAS CHAVES
Um corpo em silêncio // Mais que uma porta a atravessar
Uma alma amordaçada // Soltar a voz, o canto, o grito
Quais segredos me vestem?// Revelar livre no eterno
Andréa Abdala // Marcelo Marques
27 de jan. de 2025
Duplix Andréa Abdala e Claudio Trindade
14 de jan. de 2025
Poetrix - Temática Vicentina Aranha
10 de jan. de 2025
Poetrix - Oswaldo Martins, Andréa Abdala e Claudio Trindade
13 de dez. de 2024
Poetrix de Andréa Abdala
12 de nov. de 2024
6 de out. de 2024
Poetrix de Andréa Abdala
28 de ago. de 2024
8 de jul. de 2024
19 de jun. de 2024
Poetrix de Andréa Abdala
14 de jun. de 2024
Mulher em Gestação por Andréa Abdala
Eu sou uma admiradora da poesia de Lílian e isso vem de
alguns anos atrás quando nos conhecemos através de grupos literários no vasto
mundo sem fronteiras chamado de mundo virtual. Seus poemas são expressivos,
fortes, certeiros e falam mesmo quando pedimos silêncio, eles tomam espaços,
são gigantes.
Mulher em gestação é uma pequena amostra da força da poetisa
em apenas três versos. O título já nos surpreende. Ele fala da mulher gestante,
como também, da mulher em construção, a mulher que é concebida por nós, em
nossos ventres, a cada dia de existência.
A mulher se diferencia do homem em pequenos e grandes
detalhes, alguns importantes outros sem nenhuma importância, no entanto, existe
algo que é só dela, homem nenhum experimenta, é algo sublime, divino, mágico,
intimamente surpreendente, a gestação. E para isso é preciso sangrar de verdade,
sangue vermelho vivo, sangue que expressa dor e vaidade, sangue de cor, da força
e delicadeza.
No primeiro verso - Cinco dias do mês eu sangro. São dias onde a expressão feminina alcança
seu ápice e sua glória, não desmerecendo os outros vinte e cinco ou seis. Somente
as mulheres compreendem o significado da menstruação em suas vidas e como este
rubro período causa impacto sobre suas
identidades, sobre seus títulos de nobreza. E sangra, fazendo arte, fazendo
vida. A plenitude do prazer e da reprodução habita o corpo feminino e nele
encontra acolhida. São hormônios, ovários, útero, trompas, bocas, lábios... pura
arte!
A mulher se enche de beleza tal qual uma obra prima, sim, uma
obra da natureza no seu sentido mais puro. A mulher se encontra disponível à
gestação, amando e brigando.
No verso final, fora isso, nunca mais. A princípio eu pensei
em falência, queda, desistência, um final triste. Por algum motivo ou vários,
aquela gestação teria sido única, não haveria mais barrigas, fetos, embriões,
vida sendo reproduzida. É provável que a autora tenha pensado nesse contexto,
nos trazendo a dor e o lamento, um final não esperado para um título de grande
expressão e significados. O elemento
surpresa do poetrix. Um susto triste.
Uma nova leitura pode ser feita, não seria o terceiro verso
um ato de resistência?. Não sangro mais, nunca mais!... Não sofreremos com os
ataques impiedosos aos nossos corpos, aos nossos modos, aos nossos desejos.
Basta deste sangue ralo, sem cor e ternura.
É muito forte e agradável ler Lílian Maial.
Andréa Abdala
Acadêmica AIP – cadeira 23
23 de abr. de 2024
31 de mar. de 2024
SÁVIO DRUMMOND
NOME COMPLETO DO PATRONO: Hermógenes Sávio de Carvalho Drummond
NOME
LITERÁRIO: Sávio Drummond
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Sávio Drummond |
DATA DE NASCIMENTO:1951
DATA
DE FALECIMENTO: 2014
NÚMERO
DA CADEIRA NA AIP: 23
FUNDADOR: Andréa Abdala
NOME
DO ACADÊMICO ATUAL: Andréa Abdala
VIDA E OBRADO PATRONO
Sávio
Drummond, baiano, médico, possui um belo acervo de contos, poesia e poetrix,
além de uma habilidade para desenhar. Como desenhista criou caricaturas de
amigos e capas dos livros de diversos escritores do Grupo Cultural Pórtico.
Tratava-se de uma alma liberta, por isso não demorou muito neste plano. Após
seu falecimento prematuro, Goulart descreveu sobre o poeta: Passeava do
trágico ao cômico, do lírico ao popular, com muita leveza e propriedade.
Fui
presenteada com um extenso arquivo contendo contos escritos por Sávio, alguns
datados de 1995, outros de 2011 e 2012, neles procuro traçar linhas de sua
personalidade, estilo, gostos e desgosto.
Sávio
habitou num tempo onde a postagem de fotos e selfies
não eram tão comuns como nos dias de hoje. A única foto que temos do poeta
ainda é desfocada, escondendo pouco de seu rosto, porém delineando o corpo que
servia de abrigo para uma alma brilhante, visível nos textos deixados por ele. Sendo
assim, eu o apresento em alguns poemas:
FADA
Corre fada, sara meu mal de
amor.
Vem em teus passos de vento assanhar o meu leito,
acalmar meu peito, calar pra sempre esta dor.
Expulsa os fantasmas eternos das muitas noites sem
fim.
Ama-me intensamente ou simplesmente, finges que
sim.
Esse é um poema com acentuado
estilo romântico da Segunda Geração em que o poeta explora as emoções
exacerbadas e a subjetividade, nele representados pela invocação de uma fada,
ser místico, de seus sonhos e da sua imaginação, deixando para trás o que supõe
ser uma perversa, talvez, crua, realidade material, de sentimentos idealizados.
Por meio do poema o eu lírico faz um pedido a um ser imaginário, ao qual se
atribui poderes mágicos, a fim de lhe aplacar as dores causadas pela perda de
um amor intenso, que ainda povoa seus pensamentos e o faz sofrer.