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26 de jun. de 2024

Poetrix de Lílian Maial



NAMORADOS


tive alguns entre bipolares, compulsivos, psicopatas
eu sou da saúde
tenho um dedo podre…


RACHADINHA


não regateio ou minto
o que não vejo eu sinto
teu desejo em mim abunda



PLano PERVERSO

incentivam a pedofilia e a barbárie
crianças parindo e murchando
adultos punindo e babando

lilian maial

Poetrix em dobro - Marilda Confortin e Lílian Maial



Na morada


Mi casa es tu casa
Reparto prato e quarto
O corpo me pertence

Marilda Confortin



Má Morada

mi casa és su casa
mi cuerpo es mi cuerpo es mi cuerpo
só entre quando convidado

Lílian Maial

14 de jun. de 2024

Mulher em Gestação por Andréa Abdala

 


MULHER EM GESTAÇÃO


cinco dias no mês eu sangro
faço arte, faço vida
fora isso, nunca mais


lilian maial

 

 

Eu sou uma admiradora da poesia de Lílian e isso vem de alguns anos atrás quando nos conhecemos através de grupos literários no vasto mundo sem fronteiras chamado de mundo virtual. Seus poemas são expressivos, fortes, certeiros e falam mesmo quando pedimos silêncio, eles tomam espaços, são gigantes.

Mulher em gestação é uma pequena amostra da força da poetisa em apenas três versos. O título já nos surpreende. Ele fala da mulher gestante, como também, da mulher em construção, a mulher que é concebida por nós, em nossos ventres, a cada dia de existência.

A mulher se diferencia do homem em pequenos e grandes detalhes, alguns importantes outros sem nenhuma importância, no entanto, existe algo que é só dela, homem nenhum experimenta, é algo sublime, divino, mágico, intimamente surpreendente, a gestação. E para isso é preciso sangrar de verdade, sangue vermelho vivo, sangue que expressa dor e vaidade, sangue de cor, da força e delicadeza.

No primeiro verso - Cinco dias do mês eu sangro.  São dias onde a expressão feminina alcança seu ápice e sua glória, não desmerecendo os outros vinte e cinco ou seis. Somente as mulheres compreendem o significado da menstruação em suas vidas e como este rubro período causa impacto sobre suas identidades, sobre seus títulos de nobreza. E sangra, fazendo arte, fazendo vida. A plenitude do prazer e da reprodução habita o corpo feminino e nele encontra acolhida. São hormônios, ovários, útero, trompas, bocas, lábios... pura arte!

A mulher se enche de beleza tal qual uma obra prima, sim, uma obra da natureza no seu sentido mais puro. A mulher se encontra disponível à gestação, amando e brigando.  

No verso final, fora isso, nunca mais. A princípio eu pensei em falência, queda, desistência, um final triste. Por algum motivo ou vários, aquela gestação teria sido única, não haveria mais barrigas, fetos, embriões, vida sendo reproduzida. É provável que a autora tenha pensado nesse contexto, nos trazendo a dor e o lamento, um final não esperado para um título de grande expressão e significados.  O elemento surpresa do poetrix. Um susto triste.

Uma nova leitura pode ser feita, não seria o terceiro verso um ato de resistência?. Não sangro mais, nunca mais!... Não sofreremos com os ataques impiedosos aos nossos corpos, aos nossos modos, aos nossos desejos. Basta deste sangue ralo, sem cor e ternura.

É muito forte e agradável ler Lílian Maial.

 

Andréa Abdala

Acadêmica AIP – cadeira 23

 

30 de mar. de 2024

NATHAN DE CASTRO

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: NATHAN DE CASTRO FERREIRA JÚNIOR

NOME LITERÁRIO: NATHAN DE CASTRO

Nathan de Castro -  foto: Lílian Maial

 

DATA DE NASCIMENTO: 23/01/1954

DATA DE FALECIMENTO: 08/09/2014

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 12

FUNDADORA: Lílian Maial

ACADÊMICO ATUAL: Lílian Maial

 

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 Nathan de Castro nasceu em 23 de janeiro de 1954, em Olhos d'Água, município de João Pinheiro, Minas Gerais, e as águas permearam sua existência de maneira marcante. Passou a infância e adolescência em Patrocínio (MG), onde estudou na Escola Erasmo Braga e no Colégio Dom Lustosa, nomes que fez questão de preservar até o fim de sua vida.

Em 1975, ingressou na carreira bancária, pelo extinto Banco Estadual de Minas Gerais, e se especializou em Ciências Contábeis e cursos de relações humanas, finanças e áreas bancárias, o que o levou a mudar de cidade em cidade durante anos: para Iturama, onde conheceu a futura mãe de seu casal de filhos, depois para Itumbiara, Divinópolis, Cláudio e, por fim, depois de aposentado, Uberlândia.

Na infância, gostava de ler Júlio Verne, Monteiro Lobato, Machado de Assis e poemas de Castro Alves, Camões e Gonçalves Dias. Foi quando nasceu a paixão pela poesia e um sonho, que aflorou em 1998, quando, pela internet, começou a escrever e participar ativamente de listas de e-mails voltadas à troca de poesia e literatura, e de concursos em sítios de editoras. Em 2003, teve seu sonho realizado, ao ser premiado com a publicação de seu primeiro livro de poemas – Sentença de um Poeta - pela Blocos Editora, de Leila Miccolis, através do Prêmio Blocos.

Em 2005, publica “1001 Noites de Sonetos & Rabiscos”, pela Scortecci Editora, premiado no II Prêmio Literário Livraria Asabeça (Scortecci Editora).

Em 2012, publica “Sede de Voar”, pela Scortecci Editora, com prefácio de Lílian Maial, amiga poeta, com quem escreveu sonetos e outros poemas por mais de 15 anos, até seu falecimento, em 2014. Teve participações em diversas antologias e concursos.

Em 2019, saiu a publicação do livro “Duetto”, uma homenagem póstuma da poeta Lílian Maial, com diversos sonetos e poemas que fizeram a quatro mãos, com posfácio da poeta Silvana Guimarães e textos de seus dois filhos – Pablo e Paula Pamplona de Castro.

Nathan faleceu em Uberlândia, aos 60 anos de idade, sepultado em Patrocínio, onde residia a mãe e a maioria dos irmãos e irmãs.

O último poema postado por Nathan de Castro, no dia 1º de setembro, fazia referência ao mês de setembro, finalizado com o verso: "silêncio, outro soneto e outro sorriso no rosto".

25 de fev. de 2023

Poetrix de Lílian Maial

GENTILEZA GERA GENTILEZA

fim de Carnaval
um corpo inerte no asfalto carmim
laranjas, bananas e a sacola biodegradável

Lílian Maial

27 de nov. de 2022

9 de set. de 2022

Entrevista com Acadêmica Lílian Maial

 ENTREVISTA COM ACADÊMICOS DA AIP


Entrevistada:
Acadêmica Lílian Maial
Cadeira: 12
Patrono: Nathan de Castro

Neste mês apresentamos a entrevista com a médica, escritora, poeta e poetrixta, acadêmica Lílian Maial.

Agradeço em meu nome, em nome da Diretoria e toda Academia, á poeta Lílian Maial, por ter aceitado dar esta entrevista, exclusiva, para o Blog da AIP.

A sua biografia, bem como seu discurso de posse, completos, podem ser lidos no menu Biografias e Discursos, neste Blog.

1) Qual é a sua formação acadêmica e como ela influencia na literatura que você produz?

Resp: Não tenho formação literária específica, embora desde sempre a poesia me habite. Nasci num lar de muito amor, porém muito simples. Meus pais não tinham cultura e fizeram de tudo para que eu e minha irmã tivéssemos boa educação. Frequentei boas escolas e tive a dádiva de ter excelentes professores de Português e Literatura, que me estimularam a leitura e a escrita. Posso dizer que recebi o primeiro impulso na carreira literária de minhas duas professoras Tânia Rodrigues e Sandra Brito (a primeira, do curso de admissão, e a segunda, de todo o curso científico, hoje segundo grau). Inclusive Sandra me promoveu a “monitora” da escola e sua “assistente”, me pagando uma pequena ajuda, como uma comissão, para que eu ficasse depois da hora. Mais tarde, soube que pagava de seu próprio bolso, como incentivo. Mas eu estava prometida à Medicina ao nascer. Neta de enfermeira, nasci asmática, e ela me ensinou, desde bem cedo, a me aplicar as famosas vacinas subcutâneas de dessensibilização. Aos 5 anos de idade, eu já manejava seringas e agulhas (que eram fervidas) e algodão com álcool. Vovó veio a falecer antes de eu completar 6 anos, e pude me virar bem graças a seus ensinamentos. Assim, cresci remendando as bonecas (minhas e de minha irmã) com curativos e mercurocromo, fazendo suturas imaginárias e alinhavando tudo com poesia. Fui também poeta adolescente, com revoltas e neologismos e muitos poemas de amor e “sofrência” (quem nunca?). Virei médica, o que, de certa forma, me traz muita poesia nos olhares de troca de afeto com meus pacientes, na confiança e no transbordar da minha humanidade. Nunca parei de escrever. As gestações também me fizeram escrever muito para meus bebês, tenho 3 poemas de carne e osso e muitos para eles (seriam metapoemas?). Vivenciei e ainda vivencio muitas situações que nos fazem refletir acerca da existência humana. Quando estamos a ponto de deixar esta vida, inúmeros sentimentos brotam (de ambas as partes, médico e paciente) e eu consegui colocar alguns em papel. Desde criança escrevo e a Medicina me empurrou ainda mais para o caminho das Letras.

2) A escrita sempre está presente nas profissões, como se deu a sua escolha para a Arte da Literatura?

Resp: Como já mencionei, a arte da Literatura está em mim desde muito criança. Ela me escolheu. Meus pais trabalhavam o dia todo e eu ficava com essa avó que, além de enfermeira, lia muito para mim. Ela me alfabetizou aos 4 para 5 anos, através da leitura de livrinhos infantis. Quando fui para a escola, já lia a escrevia, e não parei mais! Lia tudo o que via pela frente, até catálogo telefônico... rsrsrsrs. E você sabe: quando se lê muito, se acaba escrevendo também. Na Medicina, tudo era também motivo para poema, mas os estudos eram intensivos e integrais, não sobrava muito tempo para passar para o papel. Voltei a escrever nas gestações e nos períodos de licença maternidade, muito curtos naquela época.

3) Você é carioca da gema? Se sim, esse traço aparece nos seus poemas?

Resp: Simmm! Da gema, da clara, da casca e, se bobear, da galinha! Não sei dizer se minha carioquice se reflete nos meus poemas. Acredito que em alguns, talvez os mais sociais e os mais livres.

4) Como conheceu o Poetrix? Desde quando escreve esta forma de poesia minimalista?

Resp: Tive a sorte de conhecer o Poetrix logo depois de sua criação. Eu frequentava outros grupos de internet – aliás, foi através da internet que meus poemas e outros gêneros saltaram de dentro de mim – e acabei sendo levada a conhecer o grupo que começava a fazer esses tercetos bem brasileiros e me apaixonei. O grupo era bastante receptivo, informal e com muitas trocas. A internet possibilitava essas trocas imediatas. Ali fiz grandes amigos, muitos que mantenho até os dias de hoje. Posso dizer que escrevo Poetrix desde o início dos anos 2000.

5) O que acha do Movimento Minimalista? Qual o seu legado?

26 de jul. de 2022

EXISTÊNCIA


POETRIX TEMÁTICOS - EXISTÊNCIA
AIP- Julho/2022
Tema: poetrix de Lilian Maial


EXISTÊNCIA

Gota d’água no oceano
Grão de areia no deserto
Inseto pousa e vai embora

Lilian Maial

*
PEREGRINA

A borboleta voou
tenro ser, já no embate
partiu em busca do oásis

Dirce Carneiro

*
VIDA

Somos feito pó de estrelas.
Hoje, brilhamos.
Amanhã, vento nos leva.

José de Castro

*
DARWINISMO

Ontem era cisco
o grão formou-se na praia
um dia será duna...mutável

Dirce Carneiro

*
EVOLUÇÃO

No boom, mudanças.
Criações novos mundos:
Nascimento da terra.

Regina Lyra

*
METAMORFOSES

rompe-se da fina casca
é flor e ser
tardio florescer ...

@angela bretas

*
ESTE_LAR

Dentre estrelas, sou uma.
De brilho menor, talvez.
Poesia é meu cristal.

José de Castro

*
MUDANÇA

O tempo nos leva adiante,
Momento de solidão,
Claridade, presente do dia.

Regina Lyra

*
PARTIR

é como parir
sem o tê, tu e eu
nascemos despedida

Lilian Maial

*
TEMPO PARA VIVER

Vida aqui é presente
dádiva dos ancestrais
nacos de eternidade

Dirce Carneiro

*
INEXTINGUÍVEL

Chama que não se apaga.
Longe vai, luz peregrina…
Noutra dimensão foi alumiar.

José de Castro

*
DESCARTES

não sei se existo-me
morto
durmo comigo

Francisco José

*
CONSTANTE CRIAÇÃO

Mistura de sentidos
Tintas em alto relevo
Vazio existencial

Andréa Abdala

*
FILOSOFIA DAS REDES

Pensar é existir?
internet muda premissa
a selfie faz prova de vida

Dirce Carneiro

*

Poetrix de Lilian Maial

EXISTÊNCIA

Gota d’água no oceano
Grão de areia no deserto
Inseto pousa e vai embora

Lilian Maial

12 de jul. de 2022

Poetrix de Lílian Maial


TEUS OLHOS VAZIOS

lindos abismos castanhos
dias feitos de noites
a dor é alívio

lilian maial

10 de mai. de 2022

Poetrix de Lilian Maial

POIESIS

tua face na parede
o cão deitado à sombra
meus versos dormindo na rede 

Lilian Maial