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9 de set. de 2022

Entrevista com Acadêmica Lílian Maial

 ENTREVISTA COM ACADÊMICOS DA AIP


Entrevistada:
Acadêmica Lílian Maial
Cadeira: 12
Patrono: Nathan de Castro

Neste mês apresentamos a entrevista com a médica, escritora, poeta e poetrixta, acadêmica Lílian Maial.

Agradeço em meu nome, em nome da Diretoria e toda Academia, á poeta Lílian Maial, por ter aceitado dar esta entrevista, exclusiva, para o Blog da AIP.

A sua biografia, bem como seu discurso de posse, completos, podem ser lidos no menu Biografias e Discursos, neste Blog.

1) Qual é a sua formação acadêmica e como ela influencia na literatura que você produz?

Resp: Não tenho formação literária específica, embora desde sempre a poesia me habite. Nasci num lar de muito amor, porém muito simples. Meus pais não tinham cultura e fizeram de tudo para que eu e minha irmã tivéssemos boa educação. Frequentei boas escolas e tive a dádiva de ter excelentes professores de Português e Literatura, que me estimularam a leitura e a escrita. Posso dizer que recebi o primeiro impulso na carreira literária de minhas duas professoras Tânia Rodrigues e Sandra Brito (a primeira, do curso de admissão, e a segunda, de todo o curso científico, hoje segundo grau). Inclusive Sandra me promoveu a “monitora” da escola e sua “assistente”, me pagando uma pequena ajuda, como uma comissão, para que eu ficasse depois da hora. Mais tarde, soube que pagava de seu próprio bolso, como incentivo. Mas eu estava prometida à Medicina ao nascer. Neta de enfermeira, nasci asmática, e ela me ensinou, desde bem cedo, a me aplicar as famosas vacinas subcutâneas de dessensibilização. Aos 5 anos de idade, eu já manejava seringas e agulhas (que eram fervidas) e algodão com álcool. Vovó veio a falecer antes de eu completar 6 anos, e pude me virar bem graças a seus ensinamentos. Assim, cresci remendando as bonecas (minhas e de minha irmã) com curativos e mercurocromo, fazendo suturas imaginárias e alinhavando tudo com poesia. Fui também poeta adolescente, com revoltas e neologismos e muitos poemas de amor e “sofrência” (quem nunca?). Virei médica, o que, de certa forma, me traz muita poesia nos olhares de troca de afeto com meus pacientes, na confiança e no transbordar da minha humanidade. Nunca parei de escrever. As gestações também me fizeram escrever muito para meus bebês, tenho 3 poemas de carne e osso e muitos para eles (seriam metapoemas?). Vivenciei e ainda vivencio muitas situações que nos fazem refletir acerca da existência humana. Quando estamos a ponto de deixar esta vida, inúmeros sentimentos brotam (de ambas as partes, médico e paciente) e eu consegui colocar alguns em papel. Desde criança escrevo e a Medicina me empurrou ainda mais para o caminho das Letras.

2) A escrita sempre está presente nas profissões, como se deu a sua escolha para a Arte da Literatura?

Resp: Como já mencionei, a arte da Literatura está em mim desde muito criança. Ela me escolheu. Meus pais trabalhavam o dia todo e eu ficava com essa avó que, além de enfermeira, lia muito para mim. Ela me alfabetizou aos 4 para 5 anos, através da leitura de livrinhos infantis. Quando fui para a escola, já lia a escrevia, e não parei mais! Lia tudo o que via pela frente, até catálogo telefônico... rsrsrsrs. E você sabe: quando se lê muito, se acaba escrevendo também. Na Medicina, tudo era também motivo para poema, mas os estudos eram intensivos e integrais, não sobrava muito tempo para passar para o papel. Voltei a escrever nas gestações e nos períodos de licença maternidade, muito curtos naquela época.

3) Você é carioca da gema? Se sim, esse traço aparece nos seus poemas?

Resp: Simmm! Da gema, da clara, da casca e, se bobear, da galinha! Não sei dizer se minha carioquice se reflete nos meus poemas. Acredito que em alguns, talvez os mais sociais e os mais livres.

4) Como conheceu o Poetrix? Desde quando escreve esta forma de poesia minimalista?

Resp: Tive a sorte de conhecer o Poetrix logo depois de sua criação. Eu frequentava outros grupos de internet – aliás, foi através da internet que meus poemas e outros gêneros saltaram de dentro de mim – e acabei sendo levada a conhecer o grupo que começava a fazer esses tercetos bem brasileiros e me apaixonei. O grupo era bastante receptivo, informal e com muitas trocas. A internet possibilitava essas trocas imediatas. Ali fiz grandes amigos, muitos que mantenho até os dias de hoje. Posso dizer que escrevo Poetrix desde o início dos anos 2000.

5) O que acha do Movimento Minimalista? Qual o seu legado?