O PRIMEIRO DE(S)MAIO
minas de carvão
caldeirão do diabo
pneumoconiose aguda
José de Castro
TRABALHO ESCASSO
Uma vida trabalhando
Parar? Impossível!
Salário minguado
Marilia Tavernard
segunda-feira
café coado
a rotina amarga na boca
amanhece o dia
diana p
ZÉS_MARIAS
Levantam com a aurora
viajam como sardinhas
nada light, nem elite
Dirce Carneiro
VIA CRUCIS
Nos trilhos, desesperanças
Vagões agastados
Dias operários
Andréa Abdala
POETRIX DE PRIMEIRO DE MAIO
santa ceia, descartada...
mesa farta de desânimo
por um trix mínimo é mais
Francisco José
DIA DE LUTA
Por dignidade oprimida
Pelo "maio" de cada dia
Pela educação banida
Andréa Abdala
PRIMEIRO DE MAIO
Direitos à unha
Saúde pelo cabresto
Pão de resto
Andréa Abdala
UBER TO ORBI
Dirigir o próprio negócio
quatro rodas, quatro portas
capital de gira
Dirce Carneiro
PRIMEIRO DE MAIO NA PANDEMIA
Flanela ou carteira assinada
Luto, verbo recorrente em mim
Pano preto na janela
ronaldo ribeiro jacobina
FORÇA DO TRABALHO: INSTÁVEL
Insolentemente insossego
Insolvência inscrita
Inspiração instantânea
Lorenzo Ferrari
DEVE-SE DAR AO TRABALHO?
Aparelho telefônico inerte
Sono profundo, sobressalto-me
Silêncio
Lorenzo Ferrari
Igualdade Salarial
bate de frente
a conta não bate
... é só faz de conta
Angela Bretas
DIA DO TRABALHO
povo sem labuta
nem pão nem diversão
chora o filho da puta
Lilian Maial
A$$ALARIADO
vende a vida inteira
pelo pão de cada dia
a liberdade bóia, fria
Goulart Gomes
(Poema publicado em 2010 - Livro 501 Poetrix)