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15 de set. de 2025

Entrevista de Cleusa Piovesan

 


ACADEMIA INTERNACIONAL POETRIX 

ENTREVISTA ACADÊMICA CLEUSA PIOVESAN 

CADEIRA 27, PATRONA TÊ SOARES 

 

Entrevista para Dirce Carneiro, cadeira 26 da AIP (Diretoria 25/27) 

 

1) Qual é sua formação acadêmica e como ela influencia na sua escrita? 

Sou Doutoranda em Letras e Mestra em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE); tenho Graduação em Letras - Português/Inglês e em Pedagogia; sou especialista em Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e em Língua e Literatura; e professora da rede pública do Estado do Paraná desde 2001. Essa formação influencia muito em minha atuação como articulista no âmbito acadêmico, como pesquisadora das relações de gênero e da diversidade racial e cultural, e na minha criação poético-literária, experimentalista em diversos gêneros literários, pela bagagem cultural e científica que representam. 

 

2) Onde você nasceu, passou a infância, juventude? O que guarda desse tempo e lugar/lugares? 

Nasci em São João e, de lá, mudei-me para Santa Isabel do Oeste, onde residi por 30 anos. Em 2006 residi em Planalto, e depois me fixei em Capanema, onde resido desde setembro de 2007; todos são municípios da região Sudoeste do Paraná. Minha identidade como sujeito social foi formada nesses espaços, guardados em minha memória afetiva, desde a infância, com a liberdade de correr livre pelos campos e pelas ruas de uma cidade pequena, de interior. Somente na vida adulta, com o ingresso na universidade, pude viajar e abrir meus horizontes e, após a publicação de meus livros, participei de muitos eventos literários e ingressei em algumas academias, em cidades maiores, porque onde moro não há muita movimentação cultural.  

 

3) Quando e como conheceu o Poetrix? Acha que sua escrita mudou, considerando o início? 

A princípio, destaco a importância das redes sociais como espaços para que o universo literário se expanda, assim, meu primeiro contato com o poetrix foi pela página no Facebook e no Recanto das Letras. Mais tarde, aprofundei meu entendimento sobre a Bula Poetrix e a Bula Aplicada que estipulam a composição do poetrix, quando entrei em contato com o Lorenzo Ferrari, em setembro de 2021, e fui aceita para integrar a Confraria Ciranda Poetrix. Na Confraria, conheci pessoas que já eram acadêmicos da AIP e, quando surgiu a oportunidade de me inscrever para ingressar na AIP, já estava com quase três anos de prática na escrita do poetrix e entendimento da estrutura desse poema minimalista e dos conceitos de Ítalo Calvino quanto à sua composição, e preenchi o formulário para o ingresso como acadêmica. A mudança que ocorreu na minha composição de poetrix é notória, porque, nos primeiros que compus, a maior atenção era dada para a não extrapolação das sílabas poéticas, e depois, com o estudo das Diretrizes da AIP, e das Seis propostas de Ítalo Calvino para o próximo milênio, houve o aprimoramento necessário para que a poeticidade de cada poetrix seja expressa, com maior facilidade. 

 

14 de ago. de 2025

Entrevista de Valéria Pisauro

 ENTREVISTA DE ACADÊMICOS PARA O BLOG  AIP 




VALÉRIA PISAURO 

Cadeira 20, Patrono Anthero Monteiro 

 

Entrevista a Dirce Carneiro 

 

  1. Qual é sua formação acadêmica e como ela influencia na sua escrita? 


Sou graduada em Letras e Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e em História da Arte pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Aperfeiçoei minha formação por meio de cursos de pós-graduação e programas de extensão nas áreas de Ciências Sociais “Brasil/Brasis: Literatura e Pluralidade Cultural”, “Literatura Social e Política” e “Cinema – Arte de Transformação”, promovidos pela UNICAMP, em parceria com o Itaú Cultural.  

Essa trajetória acadêmica, marcada pelo diálogo entre palavra, imagem e pensamento crítico, sustenta minha escrita com densidade estética e engajamento sociopolítico 

 

2) Onde você nasceu, passou a infância, juventude? O que guarda desse tempo e lugar/lugares? 


Nasci e cresci na Vila Industrial, em Campinas, São Paulo - um bairro plantado às margens da linha férrea, onde o apito do trem atravessa o tempo e ainda ecoa na memória. 

A cidade sempre foi dividida por trilhos de ferro — uma muralha simbólica que apartava mundos. À direita, a elite campineira; à esquerda, tudo o que se queria esconder dos olhos era empurrado para trás da Estação Ferroviária. 

A Vila Industrial era as costas da cidade, habitada pelos invisíveis: operários, imigrantes, famílias que a cidade varria para trás da Estação como quem esconde o que não quer encarar. 

Sou neta de um maquinista e cresci próxima à ferrovia, acompanhando diariamente o movimento dos trens e absorvendo, desde a infância, as marcas culturais desse território. 

Minha identidade é inseparável da Vila. Reconheço-me em cada esquina — não como quem observa de fora, mas como quem pertence, como quem sente. Carrego comigo uma herança cultural que articula passado e presente com afetividade e resistência. 

 

3) Você tem uma trajetória, uma história de atuação em várias áreas. O que pode nos dizer sobre isto? Qual o papel da Literatura, o ofício de escrever, nesses diferentes contextos?

 

9 de set. de 2024

ENTREVISTA COM ANTONIO CARLOS MENEZES



ENTREVISTA COM ANTONIO CARLOS MENEZES , por Goulart Gomes








Conte um pouco sobre você, sua trajetória profissional e família

Fiz o curso de direito na Universidade Católica de Pernambuco, advoguei na área do direito do trabalho por um período curto, depois através de concurso publico, fui aprovado para o cargo de delegado de policia, no qual cumpri a minha missão por 23 anos. Atualmente aposentado.


Qual autor exerceu maior influência em sua obra?

Quais suas obras literárias preferidas?

Quanto à literatura, sempre fui apaixonado por livros e poesia. Influenciado pelos romances clássicos, especialmente pelos nossos escritores brasileiros, tentei com ousadia a escrever contos, mas nunca os publiquei. Comecei a ler poesia de Castro Alves, Olavo Bilac, Fernando Pessoa e outros. Despertando-me o gosto de também escrever poesia. No decorrer de tantas leituras poéticas me encantei com a poesia curta de Manoel de Barros.


Quando começou a escrever poetrix? Como o conheceu?

A minha escrita poética é influenciada por obras de vários poetas, principalmente os modernos e contemporâneos.

Conheci o poetrix através de grupos que se dedicavam à escrita do haikai, até que descobri o grupo coordenado pelo mestre e criador do poetrix, Goulart Gomes. Tive a felicidade de ser aceito no grupo do Movimento Internacional Poetrix, no qual participei de todas as antologias organizadas até a presente coletânea, recentemente publicada em comemoração aos 25 anos do poetrix.


Escrever é inspiração ou transpiração?

Quanto à inspiração para as minhas escritas, tem sido como sempre, a natureza, os encantos da vida, o amor, sentimento mais sublime, enfim, o que me toca a alma.

Em 2014, publiquei o meu primeiro livro de poetrix, intitulado, No Silêncio da Tarde. Tendo este ano editado uma segunda versão, através da editora Selo Independente, São Paulo.


Como tem sido sua experiência como membro da Academia Internacional Poetrix?

A minha experiência como membro da Academia Internacional Poetrix tem sido extraordinária, aprendendo sempre com os colegas a escrever de um jeito mais perfeito e de acordo com os ditames dos coordenadores do movimento. Sou um eterno aprendiz com muito orgulho.

Sempre muito grato por continuar fazendo parte da nossa Academia, e aprendendo a escrever melhor esse novo gênero da poesia brasileira.



Abraços poéticos,

Antônio Carlos Menezes

25 de mai. de 2024

Entrevista Gilvânia Machado




ENTREVISTADA: GILVÂNIA MACHADO

POR: GOULART GOMES




Queremos saber um pouco mais sobre você. Fale-nos da sua vida pessoal.


Sou uma pessoa simples, sensível. Amo viajar, ler, estar com a família. Na maioria das vezes, gosto muito de ficar em casa apreciando minhas músicas, assistindo filmes. Quando saio é para uma praia, cafeteria, livraria. Mas é importante frisar que nem tudo é calmaria. Sou muito intensa, e isso causa em mim um desassossego. Às vezes, parece está tudo bem, mas fico numa inquietação interna e uma indagação: o que falta? Que temores são esses? Talvez sejam essas águas agitadas que me levem a escrever como uma forma de apaziguamento. Enfim, isso faz parte da complexidade humana, e quando somos voltados para as artes, o nosso olhar superdimensiona tudo ao redor.



Além do poetrix, que outros gêneros você escreve?


Escrevo poemas, poetrix, contos, prosa poética, microcontos. No momento, estou me dedicando a escrever contos de terror e livros para crianças.



Quando não gosta de algum texto que escreveu, você reescreve ou rasga e joga fora?


Na minha adolescência, rasgava tudo. E como me arrependo! Atualmente, quando sinto que um texto ainda não está do meu agrado, eu o guardo, dou um tempo e procuro reescrevê-lo noutro momento.



É notívaga ou escreve durante o dia?

Já fui notívaga. Hoje, prefiro escrever durante o dia.



Quando começou a escrever Poetrix? Como o conheceu?


Comecei a escrever Poetrix em 2010. Eu o conheci através do Recanto das Letras. Foi interessante, porque nessa época gostava muito de haicais e escrevi um e postei no Recanto. Então, o poeta José de Castro (na época, não o conhecia) fez um comentário e disse que eu tinha feito um poetrix e não um haicai. Curiosa, fui pesquisar mais sobre esse gênero minimalista e me apaixonei.

Nesse período, recebi um convite da editora Literata, de São Paulo, para trabalhar como organizadora de antologias de poemas. Daí pensei em organizar uma antologia de poetrix, gênero, o qual acabara de conhecer. Foi um verdadeiro desafio, pois eu tinha a responsabilidade de procurar e garimpar bons poetrix publicados nas redes sociais. Foi um trabalho árduo, porque havia muitos poetrix, principalmente na página do Recanto das Letras. Todavia, é importante ressaltar que muito do que estava posto lá tratava-se apenas de um terceto, não tinha a estrutura do gênero poetrix. E quando eu encontrava uma pérola, o poetrixta não tinha interesse de participar de antologias. Mas, com persistência, consegui selecionar vinte e dois poetrixtas de várias partes do Brasil, inclusive do meu estado o Rio Grande do Norte. Confesso que me surpreendi com a qualidade! Encontrei verdadeiros talentos. Assim, consegui organizar dois volumes: Fagulhas I (2011) e Fagulhas II (2013). Ambas tiveram repercussão nos jornais e blogs culturais. O lançamento foi na Academia Norte Rio-Grandense de Letras, com a presença dos poetrixtas de várias partes do Brasil e também a presença de ilustres escritores e poetas . O lançamento dessas duas antologias despertou a curiosidade de se saber o que é Poetrix! Até hoje, quando vou às escolas ou algum instituto federal, a primeira pergunta é essa. Vejam as imagens abaixo.


Como você vê o Poetrix hoje e no futuro?

Em comparação há dez anos, vejo que o poetrix está muito presente em livros físicos. Tem-se publicado muito tanto em coletâneas como em livros solo. Portanto, não é um gênero exclusivamente da internet. Outra coisa importante é a presença do Poetrix nas escolas públicas municipais e federais. Muitos professores têm trabalhado esse gênero com os alunos. Já na Universidade, embora ainda de forma restrita, o gênero tem sido objeto de pesquisa de mestrado e doutorado. Portanto, para o futuro, vejo a consolidação do poetrix em todos os espaços. Ele veio para ficar!



Que acha da interação entre o poetrix e o ensino didático?

Muito boa! O poetrix é um gênero excelente para ser ensinado nas escolas. Por meio dele, pode se ensinar concisão, intertextualidade, promover as habilidades de inferências, estudo das figuras de linguagem, etc. É importante também ressaltar que haja um ensino sistematizado desse gênero nas escolas por meio de metodologias tipo as sequências didáticas de Joaquim Dolz e as sequências básicas de Rildo Cosson.


Como transporta o domínio do sensual para seus textos?

Sinceramente não sei explicar. É como se fosse uma questão de estilo mesmo. O sensual está entranhado nas fendas das minhas palavras. Muitas vezes escrevo sem nenhuma intencionalidade, e, os leitores fazem uma interpretação levando para o campo do erótico. No entanto, é preciso estar consciente de que, quando o autor escreve, o texto deixa de ser dele. A leitura literária éplurissignicativa. Não importa o que o inspirou. Importa o que foi dito e como foi dito.


Que autor(es) você destacaria no atual cenário da literatura?

Sou apaixonada pela literatura de Conceição Evaristo e Mia Couto. No gênero poetrix prefiro não falar porque não quero ser injusto com alguns. Tem muita gente talentosa escrevendo poetrix. Isso é o que importa.


Quais autores entendem a alma humana?

Para mim são Dostoiévski, Shakespeare, Machado de Assis, Clarice Lispector, Marina Colassanti, e Guimarães Rosa.


Como você vê a questão do “lugar de fala”?

Complexa! Penso que quem mais tem propriedade para falar das dores de suas vivências, dos silenciamentos, preconceitos, apagamentos, são os que sentiram tudo isso na própria pele. É essa voz silenciada, presa na garganta que deve gritar. Percebo isso quando leio Carolina de Jesus, Conceição Evaristo. No entanto, hoje, sou menos radical. Para defender determinadas bandeiras não é preciso que eu seja negra, indígena. Podemos, sim, em nossa literatura defender muitas bandeiras. Mas ouvir isso de quem sentiu na pele toca muito mais na alma da gente. Isso é fato.


Você escreve à mão ou escreve direto no computador?

No início dos anos1990 não conseguia “pensar” no computador. Tinha que escrever à mão e depois digitar. Hoje, é natural, automático, direto no computador.


Como vê a relação entre novos autores e o mercado editorial?

Acho tudo muito relativo, porém, de um modo geral, o caminho para os novos autores terem validação no mercado editorial são as premiações em concursos. Pelo menos é que se percebe na atualidade!


Como tem sido sua experiência como membro da Academia Internacional Poetrix?

Acho a Academia um pouco engessada, nos moldes tradicionais. Falta leveza. Porém, é inegável que tanto a primeira e atual diretoria têm feito um ótimo trabalho no que concerne à divulgação e à qualidade estética do gênero.


Gostaria de fazer um comentário final?

Sou muito grata à modalidade poética minimalista – Poetrix – que um dia ressignificou a minha vida numa fase difícil e me fez voltar a escrever. Por um “trix” tudo mudou... rsrs