30 de mar. de 2021

Discurso de posse de Pedro Cardoso - cadeira 18

Discurso de posse de Pedro Cardoso na Academia Internacional Poetrix


Devolva-me

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É com este Poetrix Concreto de Sonia Godoy - SONIA MARIA FERREIRA DE GODOY - (16/09/1948 – 31/03/2011) - paulistana, Psicóloga, Poetrixta de primeira linha, além de grande incentivadora, que inicio minhas considerações.

E assim, abro minhas ASAS para esse novo voo..!

Nunca foi tão fácil e gratificante escolher um Patrono. Desde o instante em que fui convidado a ocupar uma Cadeira nesta Academia, seu nome saltou-me aos olhos com força bruta. Sempre a tive como uma referência ímpar dentro do Movimento Internacional do Poetrix.

Sem os seus escritos e poemas Concretos, minhas Teorias Literárias não seriam as mesmas. Seus textos nunca respeitaram os limites da mesmice, suas frases inquietas sempre voaram para além dos versos e das rimas.

Queridos Acadêmicos, é com muito orgulho e gratidão que passarei a ocupar a Cadeira de número 18. Este número foi, voltou, foi de novo e me caiu como uma luva. Quando criança, tinha a mania de somar os números das placas dos carros para ver se o somatório terminaria em nove (1+8). "A prova dos 9"!

O número sempre me trouxe sorte!

Agradeço a todos vocês por terem caminhado comigo, lado a lado, nesta jornada poética. Não é necessário que eu cite nomes para fazer emergir em mim, e creio, em muitos de vocês, recordações, emoções e sentimentos que deixam claro o quão enriquecedor foi nosso compartilhamento. Trocas importantes, em vários aspectos.

Estavam lá naqueles momentos e aqui, agora, pessoas ímpares, que com suas peculiaridades fizeram, fazem e farão toda a diferença para mim em particular e para esta Academia. 

Tenho a obrigação de dizer a vocês o quão grande é a minha felicidade por estarmos juntos nesta nova e promissora etapa do Poetrix.
Algo confortante, em tempos duros e complexos.

Às vezes me pergunto: quantos Poetrix já escrevi?! Confesso que milhares, mas sinto que sou um iniciante. Estou sempre a procura de novas vertentes, novos rumos. Creio que a Academia será mais um desses caminhos que me direcionam para o meu Norte.

Comecei a escrever na juventude. Tenho meus primeiros registros de escrita datados por volta dos dezoito anos de idade. Transitei por alguns estilos como crônicas, contos, sonetos, cartas e cordel. Porém, só a partir do Poetrix me dediquei, de fato, a este deleite apaixonante.

A Cadeira de número 18 me veio como um presente delicado e desejado. Prometo honrá-la com alegria e dedicação. Com certeza, ela será um divisor de águas para mim e a minha poesia.

Quero fazer um agradecimento especial a Goulart Gomes por mais essa iniciativa que levará a nossa poesia minimalista para onde ela jamais esteve. E merece estar. Sem seu reconhecimento, a sua dedicação e companheirismo, não teríamos chegado onde chegamos, em tão pequeno espaço de tempo. Sequer teríamos iniciado essa jornada!

Todos os nossos esforços durante esses 21 anos serão recompensados com a criação da AIP - Academia Internacional do Poetrix, um feito, já aguardado, por todos nós.

Agora, irmãos Acadêmicos de fato e de direito, vamos nos dar as mãos para caminharmos na mesma direção, firmes e fortes.

Espero, e acredito, que juntos levaremos a história do Poetrix aos mais belos recantos da Literatura. Não importa o idioma!

Não medirei esforços na continuidade de minha busca incessante para fazer do Poetrix um legado importante. Herança para os nossos descendentes.

Em absoluto poderia me esquecer de registrar, e homenagear, minhas raízes poéticas. De Pai e Mãe.

Em 1945 meu avô paterno, Altino Machado, escritor, poeta, fazendeiro e político, escrevia mais uma de suas cartas para minha avó Gentil, como era do seu costume. Nela dizia o seguinte: "...Não importa os meus sessenta e os seus cinquenta anos, o amor dos velhos é um misto de reconhecimento e paixão...".

Tempos depois...compreendi que, de alguma maneira, minhas inspirações já estavam gravadas em meu sangue.

A outra vertente, que corre em minhas veias literárias, só poderia mesmo vir dos ensinamentos de minha Mãe: Iraci Cardoso Machado (21/10/1020 a 29/10/2018). Uma mulher lúcida e muito à frente do seu tempo. Pessoa de pouco estudo, é verdade, mas muita sabedoria acumulada, por anos e anos de sua vida, talvez na luta por um mundo mais "poético".
Publicou o último de seus três livros, aos oitenta e seis anos.
Não seria diferente para a brava Mulher que teve treze filhos - eu e meus irmãos, sua mais completa Poesia. Viemos todos de parto normal, com parteira e, ela sequer passou uma noite em um hospital, salvo engano, antes de seus 95 anos de idade.
Agora, onde quer que esteja, certamente está recitando, pela milésima vez, os "Meus Oito Anos", do poeta Casimiro de Abreu!

A eles, Pedro e Iraci, meus primordiais e mais do que justos, agradecimentos! E Amor!

Agradeço, de fato, ao Goulart, por tudo que fez e continua fazendo.
Agradeço à minha mulher, Gláucia Resende Braga, também Psicóloga, que sempre me incentivou e contribuiu, de várias maneiras, para o meu crescimento, humano e poético, sem medir esforços! Ela que sempre me chamou de "meu Poeta", mesmo sabendo que sou um louco por natureza!
Jamais deixaria de agradecer às minhas filhas Renata, Cristina e Maria Clara, por existirem e me fazerem Ser melhor.
As quatro mulheres da minha vida, minhas fontes de inspiração!

Minha fala é mesmo calcada na Gratidão. Como viram, tenho muitos motivos para tal!

No mais, obrigado a todos vocês que me criticaram quando necessário e elogiaram quando mereci.

E viva a poesia!!!

Pedro Cardoso

Um comentário:

Dirce Carneiro disse...

Caminhar junto trilha poética e agradecer. Só quem está no mesmo caminho pode compreender. Eu também agradeço a convivência agora na Academia. Salve o Poetrix.