16 de ago. de 2025
Poetrix de Lorenzo Ferrari
Poetrix de Cleusa Piovesan
Poetrix de Diana Pilatti
No prelo PETITE SYNESTESIAS: Chosen Poetrix (PEQUENAS SINESTESIAS: Poetrix escolhidos), de Diana Pilatti, com Revisão de José de Castro e Tradução de Sarah Muricy.
14 de ago. de 2025
Entrevista de Valéria Pisauro
ENTREVISTA DE ACADÊMICOS PARA O BLOG – AIP
Cadeira 20, Patrono Anthero Monteiro
Entrevista a Dirce Carneiro
Qual é sua formação acadêmica e como ela influencia na sua escrita?
Sou graduada em Letras e Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e em História da Arte pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Aperfeiçoei minha formação por meio de cursos de pós-graduação e programas de extensão nas áreas de Ciências Sociais “Brasil/Brasis: Literatura e Pluralidade Cultural”, “Literatura Social e Política” e “Cinema – Arte de Transformação”, promovidos pela UNICAMP, em parceria com o Itaú Cultural.
Essa trajetória acadêmica, marcada pelo diálogo entre palavra, imagem e pensamento crítico, sustenta minha escrita com densidade estética e engajamento sociopolítico.
2) Onde você nasceu, passou a infância, juventude? O que guarda desse tempo e lugar/lugares?
Nasci e cresci na Vila Industrial, em Campinas, São Paulo - um bairro plantado às margens da linha férrea, onde o apito do trem atravessa o tempo e ainda ecoa na memória.
A cidade sempre foi dividida por trilhos de ferro — uma muralha simbólica que apartava mundos. À direita, a elite campineira; à esquerda, tudo o que se queria esconder dos olhos era empurrado para trás da Estação Ferroviária.
A Vila Industrial era as costas da cidade, habitada pelos invisíveis: operários, imigrantes, famílias que a cidade varria para trás da Estação como quem esconde o que não quer encarar.
Sou neta de um maquinista e cresci próxima à ferrovia, acompanhando diariamente o movimento dos trens e absorvendo, desde a infância, as marcas culturais desse território.
Minha identidade é inseparável da Vila. Reconheço-me em cada esquina — não como quem observa de fora, mas como quem pertence, como quem sente. Carrego comigo uma herança cultural que articula passado e presente com afetividade e resistência.
3) Você tem uma trajetória, uma história de atuação em várias áreas. O que pode nos dizer sobre isto? Qual o papel da Literatura, o ofício de escrever, nesses diferentes contextos?