16 de ago. de 2025

Poetrix de Lorenzo Ferrari

 
SOPRO DE SILÍCIO 

Feito de voz sem corpo
Apenas perguntas no peito
Emoções não processadas


CORPO EM TRÂNSITO 

Passos batem contra o chão
Pulsa veia, tropeça sombra
Respirar já é partir

Lorenzo Ferrari

Poetrix de Cleusa Piovesan


BELEZA RARA 

Calçar-se de honestidade 
andar de cara limpa 
vestir a roupa da ética


MÁSCARAS SOCIAIS 

Coadjuvantes da vida real 
marionetes de sistema que castra
os sonhos ficam na cama


SINGELEZAS

Gestos de carinho
sandálias da humildade 
combo de harmonia


DE_VASTO MUNDO 

Meios de produção imperam
preocupação vem meio tarde 
meios do meio ambiente estão no fim

Cleusa Piovesan 

Poetrix de Diana Pilatti


AMENINTIES

joyful path
vineyards are peacefully waking
being like a child again


AMENIDADES

alegre caminho
os vinhedos serenos acordam
sou criança outra vez


PORTRAIT

crimson blood
glasses from Caravaggio flicker
Bacchus smiles inebriated


RETRATO

tinto sangue
as taças de Caravaggio cintilam
Baco sorri ébrio 

Diana Pilatti


No prelo PETITE SYNESTESIAS: Chosen Poetrix (PEQUENAS SINESTESIAS: Poetrix escolhidos), de Diana Pilatti, com Revisão de José de Castro e Tradução de Sarah Muricy.

14 de ago. de 2025

Entrevista de Valéria Pisauro

 ENTREVISTA DE ACADÊMICOS PARA O BLOG  AIP 




VALÉRIA PISAURO 

Cadeira 20, Patrono Anthero Monteiro 

 

Entrevista a Dirce Carneiro 

 

  1. Qual é sua formação acadêmica e como ela influencia na sua escrita? 


Sou graduada em Letras e Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e em História da Arte pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). Aperfeiçoei minha formação por meio de cursos de pós-graduação e programas de extensão nas áreas de Ciências Sociais “Brasil/Brasis: Literatura e Pluralidade Cultural”, “Literatura Social e Política” e “Cinema – Arte de Transformação”, promovidos pela UNICAMP, em parceria com o Itaú Cultural.  

Essa trajetória acadêmica, marcada pelo diálogo entre palavra, imagem e pensamento crítico, sustenta minha escrita com densidade estética e engajamento sociopolítico 

 

2) Onde você nasceu, passou a infância, juventude? O que guarda desse tempo e lugar/lugares? 


Nasci e cresci na Vila Industrial, em Campinas, São Paulo - um bairro plantado às margens da linha férrea, onde o apito do trem atravessa o tempo e ainda ecoa na memória. 

A cidade sempre foi dividida por trilhos de ferro — uma muralha simbólica que apartava mundos. À direita, a elite campineira; à esquerda, tudo o que se queria esconder dos olhos era empurrado para trás da Estação Ferroviária. 

A Vila Industrial era as costas da cidade, habitada pelos invisíveis: operários, imigrantes, famílias que a cidade varria para trás da Estação como quem esconde o que não quer encarar. 

Sou neta de um maquinista e cresci próxima à ferrovia, acompanhando diariamente o movimento dos trens e absorvendo, desde a infância, as marcas culturais desse território. 

Minha identidade é inseparável da Vila. Reconheço-me em cada esquina — não como quem observa de fora, mas como quem pertence, como quem sente. Carrego comigo uma herança cultural que articula passado e presente com afetividade e resistência. 

 

3) Você tem uma trajetória, uma história de atuação em várias áreas. O que pode nos dizer sobre isto? Qual o papel da Literatura, o ofício de escrever, nesses diferentes contextos?

 

1 de ago. de 2025

CONCURSO LITERÁRIO DE POETRIX - ANTHERO MONTEIRO



Todas as informações necessárias, regulamento e inscrição, podem ser adquiridas através do link abaixo: 

ACESSO DISPONÍVEL :  REGULAMENTO E INSCRIÇÃO



28 de jul. de 2025

Poetrix de Cleusa Piovesan


S.O.S

Pôr do sol sob fumaça 
sobre as nuvens – uma reflexão 
o planeta precisa respirar


RESPIRO POESIA 

Cérebro transpira 
versos são paridos 
poetrixta pira


CONSUMISMO 

Suplanta qualquer realidade 
desejos magnetizam olhos 
brilho satisfeito num Pix 


SEM VOLTA À INFÂNCIA 

Vida gira como um carrossel 
sonhos saíram roda gigante 
tudo é pouco para tantos desejos

Cleusa Piovesan

Poetrix de Oswaldo Martins



TEM BELEZA A TAL SAUDADE!?

banzo – quando intensa for
forte dor é vista na alma      
choro fake, crocodilo

Oswaldo Martins


DO PASSADO TÃO PRESENTE

rígidos valores certos
liberdade não fictícia
colegas virando amigos

Oswaldo Martins

Grafitrix de Marilda Confortin




                                               Foto e edição da própria autora

27 de jul. de 2025

Poetrix Lilian Maial


 INSTAMOR

sorrio a teu lado na foto
o filtro não revela detalhes 
veneno nos teus lábios 


TÓXICO

nem álcool, nem coca
teu amor é droga estranha 
êxtase e destruição


PRETO

coisa linda o teu sorriso 
coisa boa essa pele de veludo
coisa louca a ancestralidade no meu ventre

Lilian Maial

Grafitrix de Marilda Confortin




 

22 de jul. de 2025

Poetrix de Diana Pilatti


COMPANHIA

noite morna
silêncio de ventilador
− saudade deita ao lado


MIRAGEM

fez-me sorrisos
brandura lúmina
você, presença efêmera

Diana Pilatti

Poetrix Valéria Pisauro


GLICOSE ERÓTICA

Maçã do amor insinua
Escorrem pecado e paraíso 
Lambuzo-me.


VIAGEM INTERNA

Dentro de mim, lugares
Iniciação ou passagem
Meu fim é longe.

Valéria Pisauro

Grafitrix Luciene Avanzini


 

3 de jul. de 2025

Poetrix de Marília Tavernard


 PROCURA 

Viajei por oceanos 
Escutei chorar meu coração 
A ausência de teu colo, sofri


CORAÇÃO NOSTÁLGICO 

O vento trouxe meu lamento
A dor no peito é forte
Nossa música tocava ao longe

Marília Tavernard

Poetrix de Lorenzo Ferrari


 DEIXANDO O NINHO 

Solta-se do corpo: pena 
Flutuam sol e silêncio
O ar suspira tua ausência


SERTÃO VIVO 

Chão rachado sonha com a chuva
Mandacaru reza de pé
Sol é faca sem perdão

Lorenzo Ferrari