26 de mar. de 2024

Kathleen Lessa

 

NOME COMPLETO DA PATRONA: Kathleen Menezes Lessa

NOME LITERÁRIO: Kathleen Lessa

Kathleen Lessa


DATA DE NASCIMENTO: 14 de novembro de 1949

DATA DE FALECIMENTO: 14 de junho de 2016

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 15

FUNDADOR: Marília Nazareth Baêtas Tavernard

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Marília Tavernard



VIDA E OBRA DA PATRONA

 

Kathleen Lessa nasceu na cidade de São Paulo, em 14 de novembro de 1949, quando esta ainda era "a terra da garoa", descende de holandeses e portugueses. Licenciada em Letras (Português e Francês) pela Faculdade Oswaldo Cruz e em Ciências Sociais e Políticas pela USP, com especialização em Sociologia Urbana e Sociologia da Vida Cotidiana. Fez especialização de Francês e Literatura Francesa em Paris; especialização em Literatura Brasileira e Teoria Literária na USP. Foi professora de Português, Francês, Literatura, Redação e Sociologia durante 33 anos, em colégios particulares, municipais e estaduais.

Durante muitos anos, ela corrigiu redações para concursos públicos e concursos vestibulares. Efetivou-se como professora de I° e II° graus nas secretarias Municipal e Estadual de Educação. Trabalhou com Programas Curriculares de Língua Portuguesa para a PMSP. Começou a escrever poesia aos 10 anos e nunca mais parou! Aposentada, dedicou-se cada vez mais à literatura, a ler muito e continuar escrevendo. Debruçou-se também sobre as Aldravias, fazia parte da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas.

Publicava a maioria de seus textos no Recanto das Letras, desde 2005, e no Kaleidoscópio Literário, seu site, http://kathleenlessa.prosaeverso.net. Em ambos, o leitor encontrará grande variedade de textos: acrósticos, aldravias, cartas, contos, crônicas, frases, gramática e ortografia, haikais, indrisos, mensagens, pensamentos, poesias, poetrix, prosa poética, sonetos, tautogramas, teoria literária, textos eróticos, trovas e PPS.  Publicou também trabalhos poéticos em vários sites.

Kathleen Menezes Lessa, foi uma professora que se expressava através da poesia, era conhecida por sua paixão pelas palavras, versos e poesia, mesmo sendo reservada em sua exposição pessoal. Kathleen gravava suas observações e experiências para transformá-las em belas composições literárias. Sua escrita refinada e amor pela literatura a acompanharam ao longo da vida. Kathleen deixou um legado de palavras e emoções.

Contemporânea do grupo Yahoo, sempre dava dicas importantes: “Não deixem de adquirir a obra reunida de Leminski, "Toda Poesia", lançada recentemente pela Companhia das Letras. Conta com cerca de 600 poemas, projeto acompanhado por Alice Ruiz”.

Sempre fazia referência a suas publicações no Recanto das Letras. Foram, ao todo, 3.682 textos, 14 áudios (poesias recitadas pela autora) e 36 e-books.

24 de mar. de 2024

Poetrix Temáticos - Mulheres de todos os dias


Poetrix Temáticos
 

MULHERES DE TODOS OS DIAS






MARIA

todo dia uma dor
todo dia uma luta
a fé como companhia

Bianca Reis



À MULHER DESCONHECIDA

Na sua mão, o pensamento
Nos seus olhos, meu ser
Na sua boca, meu beijo eterno

Lorenzo Ferrari


SAUDADES

Mulher forte resolvida
Tranças no cabelo da filha
Memórias vivas no coração

Marília Tavernard



PARTÍCULAS DE MULHERES

De Maria a Marias
faixas de guerra ou de garra?
lutas particulares sem trégua

Cleusa Piovesan


MULHER DE GAZA

seu corpo-templo violado
seus filhos esqualidos assassinados
o mundo se cala (exceto o non grata)

lílian maial



VESTES FEMININAS

Esquivam-se da dor
Esquecem-se na rotina
Invisíveis tons do existir

Andréa Abdala


EU, ROBÔ POSITRÔNICO

aspiro o quente ar da galáxia
trago o perfume das mulheres
meu salto é interestelar

Francisco José


UNIVERSO-MULHER

Revela em espaços o segredo
Entre leis e regras o oculto
Órbitas fora-da-lei

Marcelo Marques


FÊMEA QUANDO GEME

Mostra encantos mil...
Ela nada teme.
Deixa o par febril.

Oswaldo Martins


PSIU HISTÓRICO

Mulheres silenciosas, não...
Gênero silenciado, apagado
Seu parto de liberdade grita

Dirce Carneiro


DESTINO MULHER

Cada ciclo um sangramento
Espinhos e flores escorrem
Profano vermelho sagrado.

Valéria Pisauro


ROTINA

mal dorme
noite curta, pouco sonha
acorda… a lida do dia a engole

José de Castro


MULHERES DE TODO TEMPO

lata d'água pesa na cabeça
diploma cozinha à panela
o altar diz "sim" a vida não

Francisco José


LÁGRIMAS DE DOR

Meio-dia, sopa rala na panela
Menino faminto
Olhos frustrados

Marília Tavernard


AMO-A AFRODITE

Aprendi amar assim
Analiso acima abaixo
Amo-a a parte

Lorenzo Ferrari


FEMME FATALE

Desfile de negligê ou de gala
armada de autoestima
às vezes, bela; outras, fera no cio

Cleusa Piovesan


CRIAMOS ASAS

velha escadaria de preconceitos
subir não tem fim
melhor voar, mulher

Sandra Boveto


BELA FÊMEA TÃO GUERREIRA

Vera fortaleza rígida.
Trava luta verdadeira.
Pela guerra, nunca frígida.

Oswaldo Martins


VENERÁVEL VELUDO

a vulva é visgo e é vida
invariável vítima da violência
voraz vórtice de versos

lílian maial


MULHERES DE MAIO

praça chora
corações trincados
mães e mãos de ferro

Claudio Trindade

Poetrix Temáticos - Mulheres de todos os dias

Poetrix Temáticos
 

MULHERES DE TODOS OS DIAS




ANCESTRALIDADE AMEAÇADA

Filhas de velhas benzedeiras
Maestrinas à beira-rio
Regem pedras, sonham o mar.

Valéria Pisauro


QUEM SERÁ?

Deus, primeiro criou o homem
Experiente, criou algo novo
Melhor criação do Criador

ronaldoRjacobina


MULHER E SEU LUGAR

lar é onde tem ar
lá, além da vista
fora do alcance instituído

Sandra Boveto


VIDA ARROZ SEM FEIJÃO

corta a cebola…
um bife, quatro filhos
lágrima também é tempero

José de Castro


MULHERES NUM MUNDO DISTÓPICO

Já não há palavras
Poesia foge
Prosa não dá conto

Dirce Carneiro


HUMANA

demais ou insuficiente
à prova, sempre
vence quando se ama

Sandra Boveto


ELAS

das tetas líquido consagra
criação sublime no espaço
magnífico útero de Gaia

Angela Ferreira


AMPLA VERDADE

Mulher madura presente
Homem maduro transformado
Grande menino nas mãos

Marcelo Marques


CAMALEANDO DIA A DIA

desejos piscam fantasias
vida em chamas
in visíveis batalhas sem fim

Luciene Avanzini


MULHER DE HOJE

se vira desde o nascimento
seu projeto de vida é luta
a cada mês, lágrimas de sangue

lilian maial


MULHER

Mãe, amante, amiga
Companheira forte
Ponte para a vida

Marcelo Marques


COTIDIANO

Mulher mãe, mulher esposa
Cozinheira de mão cheia
Cuidadora de vidas

Marília Tavernard


A ASSANHADA 

Antecipa a todas
Aparece antes
Acontece

Lorenzo Ferrari


IMPERMANÊNCIAS FEMININAS

Medo de não Mudar
Metamorfose em trânsito
Mulher com M maiúsculo

Cleusa Piovesan


IRMÃ DOS POBRES

ativista humanitária
mulher do povo
nome da caridade

Claudio Trindade


ROSA

Carrega seus dias sozinha
Mãe de cinco expatriados
Território de espinhos

Andréa Abdala

Poetrix Temáticos - Mulheres de todos os dias


Poetrix Temáticos
 

MULHERES DE TODOS OS DIAS


SERTÃO FEMININO

Vestidos despontam seios
Farol de sonhos, sol ardente
Meninas secam antes de florir.

Valéria Pisauro


LUTA

Traveste-se por seus sonhos
Quebra paradigmas
Mulher Diadorim

Dirce Carneiro


MULHER EM SEU CORPO

Sua beleza incontestável
Curvas que entornam desejos
Promessas de um novo amanhecer

Lorenzo Ferrari


DONA DE QUÊ?

arruma a casa e lava a louça
passa a roupa, passa o tempo
engoma silêncios

José de Castro


VAZIO DA GUERRA

Perdas sem fim
Desabrigadas do lar
Zumbis sobreviventes

Marília Tavernard


MULHERES DE GAZA

coro de vozes silenciadas
eterna luta por liberdade
lágrimas ecoam em prantos

Luciene Avanzini


DE NOME, MULHERES

Vestem-se de coragem
Ousadas, carregam os dias
Deitam-se com sutis esperanças

Andréa Abdala 


VALORIZAR

Mulher multifacetas
Tarefas executadas num piscar de olhos
Doméstica executiva

Marília Tavernard


MULHERES SOBERANAS

Importâncias inestimáveis
Sem preço e grande valor
Senhoras dos que brincam de senhor

Marcelo Marques


FEMININA E DE PALAVRA

Monogâmica mulher.
Lindo e eterno coração.
Maravilha e perfeição.

Oswaldo Martins


MADUREZA

Cabelos tingidos de branco
Luzes da experiência
Destino desinibido de resistir.

Valéria Pisauro


GÊNERO FERIDO

Ecoam dores e clamores
Fila da farinha sem fim
Mulher-Gaza povoa o mundo

Dirce Carneiro


MULHER POESIA

versos flutuam no infinito
alma fortecida resiste
sussurra faminta existência

Luciene Avanzini


MULHERES DAS LETRAS

seu pensar no papel
ideias que brigam
escrevem farpas diárias

Claudio Trindade


DO FEMINISMO

todo jardim é uma guerra
rosas têm pétalas e caem
mulheres apanham

lilian maial


ÓVULOS ROMPIDOS

olhos de Palas tinha
perdido olhar de Gaza
ó vários destinos

Francisco José


CAI NA REAL

sono pouco, sonhos muitos
não ter marido… ganhar na loteria
segue a vida… marmita vazia

José de Castro


UNIVERSO MULHER

Um planeta fora de órbita
cheia de dedos... e de anéis
vaidade na passarela

Cleusa Piovesan

FORÇA AMAZÔNICA

contra invasões
Dorothy da esperança
anjo da floresta

Claudio Trindade

22 de mar. de 2024

PAULO LEMINSKI

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: Paulo Leminski Filho

NOME LITERÁRIO DO PATRONO: Paulo Leminski

 

Paulo Leminsky


DATA DE NASCIMENTO DO PATRONO: 24/08/1944, Curitiba/PR

DATA DE FALECIMENTO DO PATRONO: 07/06/1989, Curitiba/PR

CADEIRA NÚMERO: 11

FUNDADOR DA CADEIRA: José de Castro

OCUPANTE ATUAL: José de Castro

 

VIDA E OBRA DE PAULO LEMINSKI

 

          O nome completo de Paulo Leminski é Paulo Leminski Filho. Nasceu em 24 de agosto de 1944, em Curitiba/PR. Era filho de Paulo Leminski, militar de origem polonesa, e Áurea Pereira Mendes, de descendência africana.

          Com 12 anos, Leminski ingressou no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, onde estudou latim, teologia, filosofia e literatura clássica. Em 1963, abandonou o Mosteiro, e nesse mesmo ano foi para Belo Horizonte onde participou da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda, quando conheceu Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos, criadores da Poesia Concreta.

          Antes disso, em 1961, casou-se com a artista plástica Neiva Maria de Sousa, da qual se separou em 1968.  Nesse mesmo ano, casou-se com a poeta Alice Ruiz, com quem teve três filhos: um menino (Miguel Ângelo), que faleceu aos dez anos e duas meninas: Áurea Alice Leminski (homenagem à sua mãe e à esposa) e Estrela Ruiz Leminski.

          Em 1964, publicou seu primeiro poema na revista “Invenção”, editada pelos concretistas. Nesse mesmo ano, assumiu o cargo de professor de História e Redação em cursinhos pré-vestibulares.

          Em 1966, obteve o primeiro lugar em um concurso popular de poesia moderna. De 1969 a 1970, decidiu morar no Rio de Janeiro, retornando a Curitiba para se tornar diretor de criação e redator de publicidade e TV.

          Publicou textos em revistas alternativas, antológicas do tempo marginal, como “Muda”, “Código” e “Qorpo Estranho”, publicações que consagraram grande parte da produção dos anos 1970.

          Em 1975, Paulo Leminski iniciou sua trajetória de “escritor maldito” com o romance “Catatau”, por ele classificado como prosa experimentalista. A obra é uma espécie de alegoria tropicalista que gerou críticas não muito favoráveis. Chegou a publicar mais um romance, intitulado “Agora é que são elas”.

          Leminski foi jornalista, escritor e poeta de vanguarda, ensaísta, crítico literário, tradutor, professor, além músico e letrista. Considerava-se um designer de texto.

          Dominava seis idiomas: latim, grego, japonês, inglês, francês e espanhol. Traduziu diversas obras de autores e personalidades como John Fante, Lawrence Ferlinguetti, James Joyce, John Lennon, Samuel Beckett, Petronio (Satyricon, traduzida do latim), além de ter traduzido um livro sobre poesia egípcia antiga. Publicou alguns ensaios literários e biografias de Cruz e Souza, Matsuo Bashô, Jesus, Trotski e Edgar Allan Poe.


18 de mar. de 2024

ANTHERO MONTEIRO

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: ANTHERO MONTEIRO

NOME LITERÁRIO: ANTHERO MONTEIRO

Anthero Monteiro


DATA DE NASCIMENTO: 04/04/1946

DATA DE FALECIMENTO:  05/04/2022

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 05

FUNDADOR: ANTHERO MONTEIRO

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: VALÉRIA PISAURO


VIDA E OBRA DO PATRONO


ANTHERO MONTEIRO nasceu na vila de S. Paio de Oleiros, concelho de Santa Maria da Feira, Portugal, em 1946.

Estudou na Congregação do Espírito Santo, em Viana do Castelo e em Braga, e concluiu os estudos secundários no Liceu Nacional de Aveiro.

Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Fez o Mestrado em Estudos Portugueses, na Universidade de Aveiro e publicou, na Roma Editora, de Lisboa, a dissertação: “O Misticismo Laico de Manuel Laranjeira”.

Trabalhou na Direção-Geral do Ensino Básico como coordenador de orientadores de estágios pedagógicos.

Ministrou aulas de português e francês e coautor de oito livros didáticos na Editorial Asa e na Porto Editora, destinados a Portugal e a Cabo Verde. Colaborou num dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora.

Coordenou uma experiência pedagógica, denominada ICAV – Iniciação à Comunicação Audiovisual, durante cerca de dez anos, na zona norte e centro do país.

Atuou na formação de docentes na área da Didática Específica da Língua Portuguesa, em vários centros de formação de professores (Santa Maria da Feira, Porto, Espinho, Oliveira de Azeméis e outros).

Publicou na Revista Voz Activa, do Centro de Formação das Escolas de Espinho, vários artigos de índole pedagógico-didática, e ensaios literários, entre eles: “O Estereótipo na Comunicação” na revista Colóquio – Educação e Sociedade, da Fundação Calouste Gulbenkian; o ensaio “O Monstro-Barão, a Bela Adormecida e a Rosa Mística”, na revista Forma Breve, da Universidade de Aveiro, além de vários ensaios publicados em “O Primeiro de Janeiro” e apontamentos sobre história local no jornal Diálogo e na Revista Villa da Feira, da Liga dos Amigos da Feira.

Diretor e fundador, durante doze anos, do jornal regional “Diálogo”, da sua terra natal.

Dirigiu por trinta e oito anos, a Biblioteca Pública de S. Paio de Oleiros, onde organizou colóquios, feiras do livro, encontros com escritores, visitas de escolas, sessões de cinema e de poesia, feiras do livro, entre muitos outros eventos.

17 de mar. de 2024

Poetrix de Oswaldo Martins


BOCA SUJA FEITO UM MUDO

Tem direito – em julgamentos!
Voz vacante tem só surdo?
Ele tão só tem lamentos!...

Oswaldo Martins


NOBRE DOCE GUERRA ANIMA

Nunca sobram derradeiros. 
Gente fome tem… canina! 
Morrem logo os brigadeiros.

Oswaldo Martins


DIZEM POUCO MUITOS VERSOS

Versos poucos muito dizem!...
Mínimo dizer no máximo.
Máximo dizer no mínimo.

 Oswaldo Martins
 

15 de mar. de 2024

Duplix - Joaquim Dolz e Dirce Carneiro



IMAGINÁRIO SOCIAL // FARSAS DE VIVER




ilusão e simulacro // mundos defensivos

presente instransponível // busca de brechas salvíficas

radicalidade creativa necessária // teatro da sobrevivência




Ximo Dolz // Dirce Carneiro

13 de mar. de 2024

Poetrix de Marília Tavernard



JOGO DE CARTAS


Viciante prazer
Apostas correm soltas
Entrou rico saiu pobre

Marilia Tavernard




WORKAHOLIC


Entre papéis se esconde
Vara a noite solitário
Saúde vai dizendo adeus


Marilia Tavernard

11 de mar. de 2024

TÊ SOARES

 NOME COMPLETO: Terezinha P. S. Sayago Soares

NOME LITERÁRIO: Tê Soares

Tê Soares


DATA DE NASCIMENTO: 15/11/1952, em São Paulo/SP

DATA DE FALECIMENTO: 23/04/2023, em Brasília/DF

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 27

FUNDADOR: Cleusa Piovesan

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Cleusa Piovesan

 

VIDA E OBRA

 

Apresentação

Para resgatarmos uma memória, individual ou coletiva, vamos falar de Tê Soares? Quem é essa poetrixta, cuja presença no universo do Poetrix se tornou tão importante, e foi para outro plano de existência tão cedo? Tê Soares possuía Graduação em Letras e em Pedagogia, na Universidade do Distrito Federal (UDF), atuou como professora e coordenadora pedagógica, no Centro Educacional Leonardo da Vinci, em Brasília.  E também era corretora das provas do ENEM.

A relevância de escrever esta biografia é fazer o resgate do legado de uma poeta, que sobrevive à dualidade tempo e espaço, porque sua obra perpassa o tempo e ocupa um novo espaço, o espaço da memória, que resgata pessoas e fatos, edita-os, atualiza-os, e, assim, recriam-se, por meio da intertextualidade, novos olhares sobre os registros históricos, numa realidade ultra e interdimensional, que só a poesia pode explicar.

Na primeira pesquisa, já me deparei com uma frase que me chamou a atenção, com a qual minhas ideias também coadunam ... é maravilhoso ter intimidade suficiente com as palavras para brincar com elas, além de ser pura arte...[1]. E houve outras conexões com o fazer poético  de Tê Soares que me instigaram a pesquisar seus escritos.

Na mensagem de despedida de Pedro Cardoso a Tê Soares, há um Poetrix dela que, mais tarde, percebi, como se conectava comigo, numa sintonia poética, além da realidade concreta. Este poema – 1º Lugar nos I Jogos Florais “Palavras e Música”, Chamusca – Portugal – me conecta a Tê:

 

FUGAZ[2]

 

Cama desarrumada,

liberdade para as borboletas

estampadas nos lençóis...

 

Falar de ter Soares não é fácil, pois ela tinha uma vida muito reservada e seus Poetrix estão espalhados apenas em arquivos avulsos, aos quais apenas seus amigos da literatura têm acesso, sendo difícil falar expor a amplitude de sua poesia. Talvez as palavras de Clarice Lispector expliquem o eu poético de Tê Soares, quando diz de si "O que escrevo agora não é para ninguém: é diretamente para o próprio escrever, esse escrever consome o escrever. Este meu livro da noite me nutre de melodia cantabile. O que escrevo é autonomamente real[3]”. O que me resta é fazer um trabalho meticuloso para que nada se perca e consiga registrar quão grande é o legado de Tê Soares, na composição do Poetrix, uma vez que ela também despertou minha veia poética, e compus um Poetrix em homenagem a ela, registrando um encontro entre almas sensíveis, perpassando os limites do tempo e da realidade:

 

PESQUISA POÉTICA

 

Uma mulher à sombra das imagens

outra mulher com candeeiro na alma

ambas iluminadas pela poesia

 

7 de mar. de 2024

Meu processo criativo por Luciene Avanzini










A primeira coisa que preciso saber para começar a escrever é o tema, visto que, na Confraria Ciranda Poetrix, trabalhamos na forma de cirandas. Feita a abertura pelo Guardiã (ão) do tema a ser abordado, meu processo criativo começa a tomar forma a partir da imagem criada pelos meus sentidos. 

Faço um poemeto procurando lançar mão de figuras de linguagem com a ideia central, em seguida vou trabalhando os versos para que possam cumprir as normas exigidas para que possamos escrever um bom poetrix. Fico remoendo por dias, troco versos, modifico o título, até sentir que consegui o efeito desejado. 

Não gosto de utilizar o título como um verso a mais, pois é o chamariz do poema. Depois de teoricamente finalizado, verifico se não ultrapassou as trinta sílabas métricas, tem rima ou fatiamento para que eu possa retirar, de forma a não empobrecer o poetrix. Em seguida, procuro um elemento surpresa e se consegui introduzir o “não dito” . 

Estando tudo dentro das normas, diretrizes, exigidas para um bom poetrix, leio em voz alta para sentir a sonoridade, o ritmo e poesia. Torno a analisar se a mensagem que quero transmitir está compreensível, principalmente porque amo a concisão e dizer muito com poucas palavras é um grande desafio. 

Depois dessa gestação ele nasce para a vida.


Videotrix de Diana Pilatti


 

5 de mar. de 2024

Poetrix de Claudete Soares




O GIRASSOL

Parque de diversão
Roda gigante em flor
Brinca a estação


Claudete P. Soares

Professora na Rede Municipal de SBC, graduada em Língua Portuguesa e Pedagogia. Autora no site Recanto das Letras e amante de toda forma poesia.