1 de abr. de 2024

ANIBAL BEÇA

 

NOME COMPLETO: ANIBAL AUGUSTO FERRO DE MADUREIRA BEÇA NETO

NOME LITERÁRIO: ANIBAL BEÇA

Anibal Beça

 

DATA DE NASCIMENTO: 13.09.1946

DATA DE FALECIMENTO: 24.08.2009

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 09

FUNDADOR: JUDITH DE SOUZA

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: LUCIENE AVANZINI

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

Anibal Beça nasceu em Manaus (AM) no dia 13 de setembro de 1946, filho de Alfredo Antônio de Magalhães Beça e de Clarice Corrêa Beça, sobrinho neto do escritor Aluísio Azevedo, parentesco herdado da sua avó materna que era sobrinha do escritor. Começou seus estudos em Manaus, e na adolescência foi para Novo Hamburgo (RS) onde estudou no Colégio São Jacó. Teve a alegria de conviver com o poeta Mário Quintana em Porto Alegre.

Anibal Beça foi poeta, jornalista e compositor brasileiro, além de ser considerado o avô do poetrix. Ao voltar para Manaus, trabalhou como repórter, redator e editor em diversos jornais locais. Foi ainda diretor de produção da TV Cultura do Amazonas. Época em que idealizou o suplemento literário “O Muhra”, editado pela própria secretaria.

Anibal Beça é considerado o avô do poetrix. Detalhe importante na história desse terceto fantástico repleto de multiplicidade onde o “mínimo é máximo”. Goulart Gomes, em seu discurso de posse na Academia Internacional Poetrix, discorreu sobre uma conversa que teve com Anibal Bessa, expondo seu desejo de lançar um livro de haikais. ao apresentar o esboço do mesmo, no ano de 1999 e  com vários poemas publicados pelo mundo, resolveu pedi opinião ao escritor Aníbal Beça que tratou de esclarecer e disse:  “pode chamar seus tercetos do que quiser, mas não de haikais”. Provocado, Goulart Gomes criou uma nova linguagem literária, o POETRIX.

Anibal Beça tinha um jeito todo seu de escrever. Gostava criar um conteúdo reflexivo trazendo a condição humana e a preocupação com o sentido da vida, da inconstância do tempo e do amor e seus desencontros. Alguns dos seus poemas já apresentavam versos curtos, buscando uma linguagem econômica. Esse amazonense, influenciado por Luiz Bacellar, tornou-se o segundo haicaista de Manaus e mostrou que o haicai é uma poesia presente de norte a sul do Brasil. Interessante é perceber que seus haicais são tão naturais, que acabam se confundindo com a própria floresta amazônica.

 

“Num piscar de olhos

pestanas batem asas

foi-se a borboleta.”

 

“Folhas abafadas:

desperta o uirapuru

a manhã da selva.”

 

“Cúmulos nimbo –

a última lua azul

se pôs amarela.”

 

“Sob a luz da lua

segue em direção da toca –

tranquilo tatu.”

 

Anibal Beça foi vice-presidente da União Brasileira de Escritores (UBE-AM), presidente da ONG “Gens da Selva”, Presidente do Sindicato de Escritores do Estado do Amazonas, Presidente do Conselho Municipal de Cultura e Membro da Academia Amazonense de Letras. Era também membro do Clube da Madrugada, entidade que reunia os movimentos renovadores das áreas literárias e artísticas do Amazonas. Envolvido com a música, deixou contribuições como compositor, produtor de espetáculos e de discos. É autor de vários sucessos da música popular regional. Participou ativamente de diversas manifestações culturais do Amazonas. 

Entre suas obras destacam-se: “Folhas da Selva” – Haicais; “Filhos das Várzeas” (1984), “Marupiara – Antologia de Novos Poetas do Amazonas” (1988), “Sute para os Habitantes da Noite” (1995), “Banda da Asa” (1998), “Folhas da Selva” (2006) e “Noite Desmedida & Terna Colheita” (2006).

3 comentários:

Marilda Confortin disse...

[...] "Que seja um insulto. Mas um insulto que o mundo já adota como um soco renovador que acabará por nocautear os misoneístas renitentes. É ver para crer" - A poesia por um Trix, Anibal Beça, Apresentação da primeira Antologia Poetrix, 2002

O avô do Poetrix foi um baita escritor! Minhas reverências.

Dirce Carneiro disse...

"Anibal Beça tinha um jeito todo seu de escrever. Gostava criar um conteúdo reflexivo trazendo a condição humana e a preocupação com o sentido da vida, da inconstância do tempo e do amor e seus desencontros". Com essas características, como não apreciar um escritor assim?

Andréa Abdala disse...

Um amazonense de respeito!!