9 de abr. de 2022

Entrevista com o Acadêmico José de Castro


Entrevistado:
Acadêmico José de Castro
Cadeira: 11
Patrono: Paulo Leminski.

Agradeço em meu nome, em nome da Diretoria e toda Academia, ao poeta José de Castro, por ter aceitado dar esta entrevista, exclusiva, para o Blog da AIP.
A biografia completa do poeta pode ser lida no menu Biografias, neste blog.


1) Qual é a sua formação acadêmica e como ela influencia na sua escrita?

Sou Bacharel em Comunicação e mestre em Tecnologia Educacional. No meu curso, na Universidade de Brasília, estudei vários meios de comunicação: jornal, revista, televisão, rádio, cinema e também fotografia. Mas, a escrita sempre foi, e será, a principal arma de qualquer comunicador. Reportagens e matérias em jornais e revistas utilizam-se da palavra escrita e também os roteiros para a mídia audiovisual. Tive uma rica experiência como colunista de humor durante vários anos em jornal. No meu período de mestrado (INPE/CNPq, São José dos Campos/SP), fui roteirista de televisão educativa. Em Natal/RN, exerci o cargo de diretor de televisão e atuei como professor do Departamento de Educação da UFRN, onde criei uma revista científica. Escrevi artigos e editoriais. Também no RN participei do Programa Nacional de Incentivo à Leitura – PROLER, ministrando palestras e oficinas de leitura e escrita. Sinto que a minha opção pelo jornalismo teve grande influência na minha escrita.

2) Considerando que a escrita sempre esteve presente nas suas atividades, como se deu a escolha para a Arte da Literatura?

Fui professor universitário por mais de 20 anos e, em paralelo, exerci funções e cargos relacionados ao jornalismo e à comunicação. As disciplinas que lecionei sempre estiveram relacionadas com os meios de comunicação. Como já afirmei, exerci o colunismo humorístico em jornal durante vários anos, o que me rendeu o livro Quem brinca em serviço – textos de humor (2003). Durante mais de dez anos fui editor e jornalista responsável pela revista Educação em Questão (UFRN), que continua sendo editada até hoje, indexada internacionalmente. Portanto, o ato de escrever sempre foi uma constante em minha vida. Por isso mesmo, no ano de 2002, inaugurei-me como autor de literatura para crianças, uma experiência mágica.
Trava-língua Os caracóis de Carolina do livro infantil UM PATO NO PRATO,
do autor José de Castro

Percebi, tardiamente, que começava a realizar um sonho antigo. Então, somente ao me aposentar das atividades docentes universitárias é que pude me dedicar de corpo e alma a ser escritor. Assumir profissionalmente a literatura foi algo que transformou a minha vida. A publicação de livros tem rendido bons frutos, pois hoje conto com 18 livros-solo, além de uma extensa participação em antologias e coletâneas. A literatura infantil é uma das minhas maiores paixões. Hoje, não me imagino a fazer outra coisa senão escrever, tanto prosa quanto poesia. Considero a escrita literária uma dádiva, um processo de descoberta que jamais tem fim. E sigo vida afora, sempre apaixonado pelas palavras, pela poesia e pelo poetrix.

3) Como conheceu o Poetrix? Desde quando escreve esta forma de poesia minimalista?

No ano de 2006, no Recanto das Letras, entrei em contato com o poetrix. Nessa época, conheci diversas poetas, como Denise Severgnini, Mardilê Fabre, Luciane Lopes, Kathleen Lessa, além de Diana Pilatti e Tania Souza, de Campo Grande/MS, dentre outras e outros poetas.
Não estranhei o gênero minimalista, pois já exercia a síntese ao escrever frases humorísticas curtas em jornal dos Diários Associados, em São José dos Campos/SP. Além disso, conhecia o gênero haicai em suas diversas vertentes, incluindo as releituras feitas por Millôr Fernandes, Alice Ruiz e Paulo Leminski, além dos haicais guilherminos.
Nessa época, escrevi derivações duplix, triplix e multiplix em parceria com várias poetas. Kathleen Lessa teve grande importância dentre essas parcerias, pois sempre dialogava comigo, através de e-mails ou de ligações telefônicas, corrigindo-me sempre que necessário. Pena que ela nos deixou precocemente, em 2016.
Cabe lembrar que Kathleen foi homenageada na Antologia 6 com uma carta que escrevi a ela, bem como mais poetrixtas foram também assim homenageados pelos poetas da Academia: Nathan Castro, por Lílian Maial; Armando Leal, por Martinho Branco; Denise Severgnini, por Fátima Mota; Sávio Drummond, por Goulart Gomes;  e Sonia G, por Katia Marchese. Inclusive, alguns destes nomes, acabaram sendo homenageados como patronos de cadeiras na AIP: Nathan Castro, cadeira 12, ocupada por Lílian Maial; Armando Leal, cadeira 16, ocupada por Martinho Branco; Sávio Drummond, cadeira 23, ocupada por Andréa Abdalla; e Sonya Godoy, cadeira 18, ocupada por Pedro Cardoso.
Outros saudosos poetrixtas também se tornaram patronos ou patronas de cadeiras na AIP. Eliana Mora, por exemplo, patrona da cadeira 26, ocupada pela acadêmica Dirce Carneiro; Marcos Gimenes Salun, patrono da cadeira 24, ocupada por Francisco José S. Torres; e Aníbal Beça, patrono da cadeira 09, ocupada por Judith Souza. Acho muito bonito esse gesto da AIP de homenagear poetrixtas que ajudaram a criar a história do poetrix, que avança sempre.
A minha primeira participação em coletâneas de poetrix aconteceu em 2011, no livro 501 poetrix para ler antes do amanhecer, organizado por Goulart Gomes. Participei também da Antologia Poetrix 5 (2017), da Antologia Poetrix 6 (2019 - Lançamento em Natal - RN - foto abaixo à esquerda). Inclusive,  vale a pena relembrar que tive a oportunidade de ser coorganizador desta Antologia 6, com Aila Magalhães, Marilda Confortin e Lorenzo Ferrari. 
Nessa mesma época, foi realizado o VIII Concurso Internacional Poetrix, que coordenei com Andréa Abdala e Gilvânia Machado. Nesse concurso foram revelados novos poetrixtas, como Sandra Boveto, André Figueira – hoje acadêmico da AIP –, Valéria Pisauro, Mónica Margaride, dentre outros. Publiquei também na Antologia Poetrix 7 R(E)xistir (2021). 
Interessante registrar que participei das coletâneas Fagulhas Poéticas – I (2011) e Fagulhas Poéticas II (2013), organizadas pela poetrixta e acadêmica Gilvânia Machado. Finalmente, registro que publiquei, em 2021, um livro para adolescentes, intitulado Poetrix, distribuído nacionalmente pelo MEC em escolas públicas. Hoje, além de pertencer à Academia Internacional Poetrix, tenho a alegria de coordenar, com a poetrixta e acadêmica Diana Pilatti, um grupo fechado de whatsapp, o Selo Poetrix, o qual publica anualmente livros eletrônicos que trazem mostras de poetrix com autores de todo o Brasil.

4) O que acha do Movimento Minimalista? Qual o seu legado?

Escrever de maneira econômica, buscando expressar o máximo com o mínimo de palavras, sempre foi um enorme desafio, desde o surgimento do haicai. Nos tempos atuais, além do poetrix (1999), venho observando o surgimento de algumas experimentações minimalistas, como a Aldravia (Mariana/MG, 2010), a Quinta (Mariana/MG, 2019), além de outras como o Mindim (2011). (Ver links 1, 2 e 3 ao final da entrevista). Dentre estas e outras formas poéticas minimalistas, tenho um gosto especial pelo poetrix por considerá-lo um gênero singular, que oferece uma gama fecunda de possibilidades expressionais.

Poetrix - poesia minimalista (o poetrix ilustrado por uma imagem chama-se grafitrix)

O poetrix, mesmo sendo um gênero razoavelmente novo, arregimentou um grande número de adeptos, a maioria localizada no Brasil. A cada ano, avolumam-se publicações de livros de poetrix, tanto individuais quanto em antologias. Acredito que a criação e a consolidação da Academia Internacional Poetrix representa um marco importante, que muito contribuirá para a divulgação e conquista de novos autores mundo afora. De um trabalho consistente, que consiga ampliar o universo de poetrixtas – inclusive investindo no público infantil e adolescente –, dependerá o legado que será transmitido às gerações futuras. Há uma longa estrada pela frente para que o poetrix se consagre, definitivamente, como uma linguagem minimalista universal, de brilho singular na constelação da poesia.

5) De onde vem sua inspiração para escrever? Como é seu processo criativo? Tem períodos em que não produz? Se sim, como reage?

Inspiração é um conceito subjetivo. Para mim, a inspiração está ligada a três coisas: memória, leitura e contemplação. Muitos dos meus livros decorrem de rememorar experiências que tive na infância. Ou de relembrar vivências da adolescência, como também acontecimentos da idade adulta. As memórias são fontes perenes de inspiração. Outra forma de se inspirar é ler bastante, de tudo, autores diversificados e em gêneros também variados.
Já escrevi muitos poemas inspirados na escrita de outros poetas. Outras vezes, a inspiração me vem a partir da contemplação de alguma cena ou momento marcante. Pode ser, desde um pôr de sol, um jardim, o voo de uma borboleta, à observação de pessoas em determinados ambientes e situações. Também aprecio bastante escrever a partir do que me sugere uma imagem, uma foto ou uma pintura. Por exemplo, imaginar o que alguém estava pensando ou qual seria o seu sentimento naquele instante registrado. Outra forma de se inspirar é viajar na música, principalmente a instrumental que consegue nos transportar a dimensões incríveis. Também gosto de imaginar a vida como um sonho. Nessas situações, tudo pode acontecer. E podemos criar cenários e situações fantásticas. Cada pessoa tem o seu jeito próprio de se inspirar, não existindo uma receita específica para que isso aconteça. Um dos segredos é desenvolver ao máximo a capacidade do pensamento criativo, deixar-se levar pela intuição e apurar a sensibilidade emocional. Por outro lado, acredito que todas as pessoas têm seus momentos de bloqueio criativo. Quando isso acontece, o melhor é relaxar e não se forçar a escrever. É o momento para assistir a um filme, ouvir músicas e ler outros autores e autoras. E deixar que o rio da inspiração volte a fluir naturalmente.

6) Como se sente sendo acadêmico da Academia Internacional Poetrix – AIP? Por que você escolheu o Paulo Leminski para ser o patrono da sua cadeira?

Confesso que me senti muito honrado com o convite do poeta e acadêmico Goulart Gomes para participar da Academia Internacional Poetrix. 
Isso torna-se ainda mais singular devido ao fato de eu não ser propriamente o que se chama de um “dino”*
O reconhecimento do meu ofício de poeta só faz aumentar a minha responsabilidade perante esse grupo seleto de poetas fundadores da AIP. A história do poetrix continua sendo feita e fico feliz em ser parte dela. À época do convite, Goulart Gomes me pediu para encaminhar três nomes de prováveis patronos para a minha cadeira 11. Vários nomes vieram-me à mente, mas fixei-me em Manoel de Barros, Guilherme de Almeida e Paulo Leminski. São nomes de ponta no universo poético. Manoel de Barros é um dos revolucionários da poesia brasileira com a sua linguagem inventiva e singular. É o poeta 
das "insignificâncias", das coisas miúdas. Guilherme de Almeida propôs novidades ao cânone do haicai, batizando o que hoje denominamos de “haicai guilhermino”. Quanto a Leminski, sempre admirei a sua escrita, o seu jeito de brincar e ressignificar as palavras.
Escritor, poeta Paulo Leminski (1944-1989)

De uma certa forma, revolucionou o haicai. Praticou o minimalismo com ironia fina. Acontece que Manoel de Barros e Guilherme de Almeida já haviam sido escolhidos como patronos de duas outras colegas acadêmicas: Aila Magalhães e Regina Lyra. Então, Paulo Leminski foi consagrado como patrono da minha cadeira. Isso me deixou bem feliz pela importância dele no cenário da vanguarda literária brasileira. Identifico-me bastante com Paulo Leminski, tendo dedicado a ele o meu livro de poemas Quando chover estrelas, publicado em 2015. Aliás, este livro foi inspirado no jeito travesso e inventivo de Paulo Leminski que observei em muitos de seus achados poéticos constantes do livro Toda Poesia – Leminski 70 anos (Companhia das Letras, 2013).

“esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem”
(Paulo Leminski)

7) Como é sua interação nas atividades oficiais da Academia?

Procuro contribuir com as atividades da AIP de maneira proporcional à disponibilidade do meu tempo e em acordo com as minhas preferências. Particularmente, não me entusiasmo com as berlindas, mas gosto demais dos saraus, por entender que eles cumprem um papel importante na interação entre os acadêmicos, ao mesmo tempo em que servem de vitrine para a mostra das produções contemporâneas de cada um. Procuro enviar poetrix e grafitrix mensalmente para o Blog da AIP, por entender que a academia precisa, constantemente, alimentar o público externo com um bom cardápio poetrixta. Vejo com bons olhos a publicação de antologias, das quais sempre buscarei participar. Acredito demais no livro impresso, apesar de perceber que os e-books e outras publicações eletrônicas avançam. A minha torcida é para que a AIP prossiga com os seus melhores projetos, cada um deles cumprindo o seu propósito. Mas, reconheço que nem sempre podemos atuar em todas as frentes disponíveis. O importante é participar da melhor forma que pudermos.

8) Qual é a sua opinião sobre as entrevistas que a AIP vem promovendo no seu Blog? Tem alguma sugestão a fazer?

Acredito que ainda é cedo para uma avaliação desse projeto que está apenas começando. Contudo, a boa repercussão da primeira entrevista com a acadêmica Diana Pilatti evidencia a importância de a gente conhecer um pouco mais sobre os nossos colegas de AIP. As perguntas dão margem a uma navegação por temas de interesse geral, ao mesmo tempo em que observamos as peculiaridades de cada um.
Essa variação de questões é importante, pois cumpre o papel de permitir que o(a) entrevistado(a) sinta-se à vontade para trazer informações e reflexões de uma forma significativa, pois são pertinentes ao seu campo de interesse. Essas entrevistas possibilitam o partilhar de experiências pessoais e favorecem a percepção de nuances na maneira de encarar o ato de escrever. É uma forma de aprendermos uns com os outros. E isso é maravilhoso. A única sugestão é que, futuramente, entrevistas dessa natureza sejam também disponibilizadas com som e imagem no Canal YouTube da AIP.

9) Qual projeto você gostaria de implementar na AIP?

Atento ao trabalho da atual diretoria da AIP, percebo que existem vários projetos em curso. Alguns em andamento e outros em fase de espera. O importante é que os acadêmicos, no geral, participem e contribuam de acordo com a sua disponibilidade de tempo e também em consonância com a sua inclinação. Como já mencionei, aprecio demais as atividades de saraus poéticos e a publicação de antologias. Vejo também que o blog da academia tem recebido muitas contribuições e vem mantendo um bom nível, tanto na publicação de poetrix/grafitrix, quanto na postagem de artigos de teoria literária, pertinentes ao poetrix. Aguardo com boas expectativas o lançamento do Canal You Tube da AIP, algo que demandará um cuidado especial para ter consistência e maior alcance dos objetivos de se divulgar autores e autoras através de uma linguagem audiovisual. O importante não é a quantidade de projetos, mas sim, a capacidade de mantê-los em funcionamento de maneira satisfatória ao longo do tempo, sempre realimentados com materiais atrativos para o grande público. É evidente que quando se pretende atingir o público externo, o nível de exigência qualitativa precisa ser considerado ao máximo.

10) Interage nas redes sociais com sua escrita, especialmente com Poetrix, em quais espaços, nas redes sociais? (whatsapp, facebook, site, blog). Qual sua opinião sobre os coletivos literários na internet?

Antigamente, postava muito no Recanto das Letras. Hoje, raramente. Tenho privilegiado escrever e postar em grupo fechado de WhatsApp, no caso, no grupo Selo Poetrix, que administro junto com a acadêmica Diana Pilatti. Publico também na minha página pessoal do facebook, não com muita frequência. Da mesma forma, faço postagens de poetrix – mais sob a forma de grafitrix – no Instagram. Acredito demais na sinergia que os grupos literários propiciam. Grupos como o Selo Poetrix e outros que existem são um desafio permanente à nossa capacidade de criar sob a inspiração de diferentes temáticas. Como esses grupos são fechados, fora do alcance do público externo, eles permitem maior liberdade de criação e experimentação. Cada um pode soltar livremente a sua capacidade imaginativa e, num segundo momento, quando pretender publicar em livro ou em alguma antologia, poderá lapidar e aprimorar a sua escrita.

11) Como você encara o papel da Arte na nossa vida, na sociedade, no Brasil e no mundo?

Certa vez, o poeta Ferreira Gullar disse que nós precisamos da arte porque somente a vida não basta. Há uma grande sabedoria nesta afirmação. Eu acrescentaria que, na verdade, sem arte a vida é morta. Porque ela tem o papel de ressignificar a própria vida.
Por isso, acredito que a arte é uma dimensão expressional humana cada vez mais necessária no mundo, em todos os tempos. Em outras palavras, podemos concordar com Ernst Fischer, autor de A necessidade da arte, quando afirma que “somente a verdadeira e autêntica arte consegue recriar a unidade entre o singular e o universal”. Sob esse prisma, a arte pode ser encarada como uma conexão importante em nossa vida. A arte dignifica o homem e o abençoa a partir da possibilidade do fiat criador, a centelha que pode recriar o mundo e fazê-lo diferente e nos trazer uma dimensão cada vez mais próxima da nossa essência humana. Não consigo imaginar um mundo sem música, pintura, fotografia, escultura, dança, teatro, cinema ou sem poesia. A arte, em suas diversas faces, em cada uma de suas vertentes expressionais, é a manifestação do divino que existe em nós. Como na obra de Michelangelo, um dos maiores gênios da arte ocidental, em suas pinturas no teto da Capela Sistina ou na escultura Pietà, um dos seus mais impressionantes trabalhos. No Brasil, temos vários exemplos de arte que tange a perfeição do divino, como as obras do Aleijadinho, gênio do barroco brasileiro, em esculturas em madeira e em pedras-sabão ornamentando várias igrejas de Minas.
Mas a arte também é trincheira de luta. Ela pode ser revolucionária, como na poesia de Maiakovski, ou no teatro de Bertolt Brecht. Pode defender causas sociais, como na poesia de Castro Alves, “o poeta dos escravos”. Podemos citar ainda, mais contemporaneamente, a poesia social de Ferreira Gullar e a poesia marginal de Chacal, Cacaso, Torquato Neto e Paulo Leminski. Sentimos também a força da música popular brasileira na voz de vários compositores, como Geraldo Vandré, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico César e, um Chico Buarque cantando “Apesar de você”. Essa mesma força social de inconformismo pode ser observada bem perto de nós na Antologia 7, que traz poetrix de resistência/existência atenta ao momento atual de um Brasil atravessado por dois vírus: um na saúde e outro nas entranhas do poder, a corroer instituições democráticas. Assim, a arte também cumpre o papel de nos engajar nos processos de transformação do mundo e, com toda a sua força, reinventar o que, às vezes, parece impossível. Finalmente, quero dizer que a arte não é somente a expressão do que é belo, daquilo que nos encanta e nos fascina: ela pode ser também um canal que nos tira da zona de conforto da mera observação e nos leva a dizer “presente!”. Como uma voz que não se cala diante da injustiça social e que nos faz avançar na recriação de um mundo mais digno de se viver. Como gosto de dizer sempre: é preciso a mão e a voz do poeta para reinventar o mundo.

12) Em quais gêneros literários você já publicou? Gostaria de falar sobre seus livros? Como é vender suas obras?

Gosto de experimentar uma grande variedade de gêneros de escrita, seja em prosa ou em verso. Na prosa, já publiquei contos e crônicas, principalmente em revistas literárias eletrônicas. Tenho um livro infantil publicado no gênero cordel, em associação com um grande poeta potiguar, Antônio Francisco, o qual tem assento na Academia Brasileira de Cordel (sede no Rio de Janeiro).
Ele ocupa a cadeira que tem como patrono Patativa do Assaré. Tenho alguns livros infantis publicados nos gêneros parlenda e trava-línguas, vários de poemas para esse mesmo público, além de um em prosa, em parceria com a escritora potiguar Clécia Santos. Para o público adolescente, tenho dois livros publicados: um de poetrix e um dicionário que procura, de forma bem-humorada, ressignificar palavras, de A até Z. Tenho um livro de humor e dois de poemas destinados ao público adulto. Gosto também de haicais, inclusive os guilherminos, e aprecio escrever trovas. Sonetos, até hoje, escrevi apenas quatro. Tenho uma produção razoável de poetrix publicados em antologias diversas e material suficiente para a publicação de vários livros-solo. Quanto aos gêneros novela e romance, por enquanto, apenas um sonho. Quem sabe um dia? Em resumo, posso dizer que tenho mais material escrito do que livros publicados. Publicar, no Brasil, continua sendo um enorme desafio. Quanto à venda de livros, não devia ser tarefa do escritor. Para isso existem as editoras, as distribuidoras, as livrarias. Contudo, percebo que, na maioria dos casos, devido a problemas de distribuição, os autores precisam também vender seus livros, o que é bem desgastante. Não devia ser assim. Por essa razão, há uma tendência para que se pratique mais a produção literária através de e-books. Barateia-se custos e pode-se ampliar o raio de alcance das obras. Mas, como tudo nesse país, sem políticas públicas eficazes para o livro e sem incentivo à leitura, as coisas não são fáceis. De maneira geral, não existe a valorização do escritor e nem políticas de democratização das obras em larga escala. Apesar de tudo, como publiquei em editoras localizadas no sudeste, meus livros, em geral, são razoavelmente bem distribuídos. Alguns deles foram incluídos em editais públicos do MEC, chegando a escolas públicas em vários estados do Brasil. A título de exemplo, tenho dois livros pela Paulinas, editora que mantém uma rede de livrarias distribuídas nas capitais e nas maiores cidades do país. Mas, quando se publica em editoras localizadas no nordeste, a situação é bem diferente. As dificuldades são maiores, pois as obras têm menor penetração em outras regiões do país. Há um longo caminho a se percorrer para se alcançar níveis de distribuição mais democrática no Brasil. Lutemos por isso.

13) Você tem vários livros infantis publicados e também livros para adultos. Qual é a diferença entre escrever para esses dois públicos?

Até o momento, como já afirmei, tenho 18 livros-solo publicados. Dentre estes, 13 são para crianças, dois infantojuvenis e três para o público adulto.
Quanto à linguagem e ao conteúdo, se existe um diferencial entre os livros para crianças e aqueles destinados aos adolescentes, pode-se dizer que variação bem maior ocorre quando se escreve para o público adulto. Quando escrevemos para crianças, em primeiro lugar, os cuidados com o conteúdo e com a forma de expressar precisam ser muito mais bem pesados e pensados. Não podemos escrever como se as crianças fossem adultos em miniatura. Temos que ter o cuidado necessário para que a linguagem usada e a profundidade do conteúdo sejam compatíveis com a faixa etária à qual o livro é destinado. Precisamos estar atentos aos valores ou à ideologia oculta que os textos poderão repassar. É óbvio que há uma liberdade muito maior para se tratar de qualquer tema com o público adulto, sem maiores preocupações com o nível de entendimento, pois há o pressuposto de que o repertório de um adulto é bem mais amplo, bem como sua experiência de vida. Há poucos temas tabus para esse público. Quando o nosso público é infantil, a responsabilidade é maior, pois estamos iniciando um processo de desvendamento do mundo. Contudo, há uma possibilidade de que a criança embarque com mais naturalidade no mundo da fantasia e da imaginação. No geral, o público adulto tende a ter uma visão mais cartesiana e racionalista do mundo. Na verdade, cada uma dessas escritas traz o seu próprio desafio. Não é mais fácil e nem mais difícil uma escrita ou a outra. Trata-se, na verdade, de descobertas a cada obra, de ter a noção exata dos objetivos que se pretende alcançar. Quando escrevo para crianças, não penso em ensinar nada. Na verdade, a pretensão é escrever um livro de prazer na leitura, um livro de fruição, magia e encantamento.
Penso em livros de reinvenção e redescobrimento, apoiados na exploração do lúdico, no jogo de brincar com as palavras. Brincar de prosa e poesia. Maravilhamentos. Uma outra diferença entre crianças e adultos é com a fruição da obra. Crianças são leitores perspicazes, observadores do detalhe e muito francos. A empatia ou não com um livro é imediata, sendo bem sinceras quanto ao gostar ou não de uma obra. Já o público adulto costuma ser dissimulado, podendo mascarar sua opinião com evasivas e racionalizações. Para mim, escrever para crianças é uma forma de voltar a ser criança. E viajar na imaginação.

14) Nos eventos do Rio Grande do Norte, principalmente em Natal e Parnamirim, temos observado que você é bem presente e que os autores potiguares são razoavelmente apoiados e divulgados. Isto é uma "política literária" do RN?

Considero-me um autor privilegiado de literatura infantil devido a vários fatores. Primeiramente, minha estreia se deu numa grande editora, localizada em São Paulo, a Paulus, que valoriza o autor através de um bom sistema de distribuição de livros. Publiquei também com a editora Paulinas/SP, que tem livrarias em todas as capitais e nas maiores cidades do país, como já foi dito. Tenho três livros com a editora Dimensão/BH, que me colocou em duas edições do PNBE e em uma edição do PNLD, programas do MEC que distribuem livros em bibliotecas públicas Brasil afora. E, no nordeste, tenho livros pela Bagaço, do Recife, e em três outras editoras aqui de Natal. Portanto, meus livros estão presentes não só aqui no RN, mas também em vários estados da federação. No caso do RN, meus livros, além de Natal e Parnamirim, chegam aos municípios da grande Natal e a outras cidades. Natal e Parnamirim, especificamente, têm boa política para o livro e para a leitura.
Parnamirim, por exemplo, conta com uma rede de 42 bibliotecas escolares bem organizadas e que são apoiadas pelo projeto Parnamirim, um rio que flui para o mar da leitura, conhecido popularmente como Rio de Leitura. Esse projeto está constantemente trabalhando em prol da formação de bons mediadores de leitura e apoiando a rede de bibliotecas escolares. É muito comum escolas desse projeto serem premiadas em âmbito nacional no quesito incentivo à leitura. Por seu lado, Natal sedia a ONG Instituto de Desenvolvimento da Educação – IDE, que vem promovendo anualmente, desde 2007, o Seminário Potiguar Prazer em Ler que apoia e incentiva os autores potiguares. Acrescente-se que a editora Comunique (que tem o selo Timbú, no qual publiquei duas obras), promove também a Jornada Potiguar de Leitura e Educação, com foco na divulgação de livros de autores potiguares junto às redes pública e privada do RN. Além de tudo isso, anualmente acontece a Feira do Livro de Mossoró e a Feira de Livros e Quadrinhos de Natal, ambas com forte presença de autores do RN. Existe uma lei municipal em Natal que assegura 2,5% do espaço das estantes das livrarias, em destaque, para autores da terra. Por tudo isso, o Rio Grande do Norte, em linhas gerais, vem buscando diversas formas para valorizar os autores potiguares e aproximá-los dos seus leitores, o que é fundamental. Importante lembrar, ainda, que a edição e continuidade da aplicação de recursos advindos da Lei Aldir Blanc tem ajudado bastante nesse processo de divulgação de autores, em todo o país.

15) Você vem incentivando o Poetrix através da criação de grupos que dão frutos, além de promover eventos, como a Mostra Poetrix. Pode nos falar sobre isso?

Tive a oportunidade de participar de vários grupos que produzem poetrix, como o Papo de Poeta, o Ciranda Poetrix, do qual fui um dos fundadores e, agora, com Diana Pilatti, administro o Selo Poetrix, convivendo com uma gama de autores de várias partes do país. Inclusive, temos várias acadêmicas participando. Além de Diana Pilatti, contamos com Andréa Abdala, Angela Bretas, Dirce Carneiro, Gilvânia Machado, Marília Tavernard e Regina Lyra. Participam também do grupo os(as) poetrixtas Edilberto Cleutom, Eliete Marry, Fátima Mota, Leila Alves, Leonia Sá, Luciane Lopes, Marcos Campos, Sandra Boveto, Socorro Borges, Tânia Souza, Valéria Pisauro e Vera Azevedo. O grupo segue aberto a novas adesões de poetrixtas interessados. Gosto desta proposta de cirandar poetrix, como se diz, a partir de temas diversificados que são escolhidos pelos participantes do grupo. Aprecio desafios como este, pois é uma forma de não se “enferrujar” na escrita. É uma gratificante oportunidade de conviver com poetas que têm repertórios diferentes, de perceber ao vivo, no dia a dia, como cada um desenvolve o seu processo criativo. As Mostras Poetrix que organizamos decorrem deste exercício cotidiano de escrita e aproveitamos para convidar poetas que estão em outros coletivos poetrixtas. Um dos segredos para se aprimorar o estilo de escrever é a prática cotidiana na qual somos testados a cada instante. Ajuda-nos a criar soluções expressionais e a experimentar o que não se consegue fazer em grupos abertos ao grande público. Toda essa experiência, acredito, tem sido útil para o desenvolvimento da arte de criar poetrix cada vez mais afinados com o cânone, pois sempre temos o olhar amigo e atento dos nossos companheiros de poesia, muitas vezes nos alertando sobre deslizes que podem ser corrigidos antes da publicação em canais abertos.

16) Cite autores que o influenciaram ou que o influenciam.

Desde criança leio muito. Em minha trajetória de leitor figuram desde as histórias em quadrinhos (Os sobrinhos do Capitão, Bolinha e Luluzinha, Saci-Pererê, Mônica, Menino Maluquinho, Fantasma, Superman, Batman…) até os clássicos, como Máximo Gorki, Dostoiévski, Tolstói e outros como Jack London, Jane Austen, Ernest Hemingway, Fernando Pessoa, Ítalo Calvino, Bukowski, Eduardo Agualusa e Mia Couto, para citar alguns da chamada literatura universal. Meu gosto é bem eclético, abarcando autores como Gabriel García Márquez, Alejo Carpentier e Juan Rulfo. Há uma infinidade de autores nacionais que admiro: Machado de Assis, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Mario Quintana, Cecília Meireles, Clarice Lispector, Adélia Prado, Manoel de Barros, Guilherme de Almeida, Paulo Leminski e Millôr Fernandes, dentre outros. Na literatura infantil, aprecio autores e autoras de peso, como Elias José, Bartolomeu Campos de Queirós, José Paulo Paes, Angela Lago, Sylvia Orthoff, que já se foram. Gosto de ler também alguns contemporâneos, como Celso Sisto, Roger Mello, André Neves, Leo Cunha, Sérgio Caparelli, Roseana Murray, Eva Furnari, Ninfa Parreiras, Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Marina Colasanti, e outros. Dentre os citados, destaco Ítalo Calvino, Mia Couto, Cecília Meireles, Guimarães Rosa, Manoel de Barros, Elias José, Bartolomeu Campos de Queirós e Paulo Leminski. Na verdade, fica-nos um pouco de cada um dos autores que lemos com olhos, alma e coração.
Fotos de alguns escritores citados: vertical, de cima para baixo: Cecília Meireles, Mário Quintana, Machado de Assis, Clarice Lispector, Ítalo Calvino; horizontal, da esquerda para a direita: Ana Maria Machado, Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, Marina Colasanti, Mia Couto.

17) Cite alguns de seus poetrix preferidos.

Existem muitos poetrix que aprecio. Seguem quatro deles, mais recentes.

ao futuro

arrisco arisco pensar
ler ou não ser
há risco em tudo

josédecastro
universo paralelo

entre dois mundos, hiperespaço
num terceiro mundo te beijo
no quarto, te enlaço

josédecastro
hoje

(gr) ávido de futuro
deito versos ao vento
polinizo eternidades

josédecastro

receita breve

um pingo de utopia
duas gotas de sonho
três porções de humanidade

josédecastro

18) Finalmente, existe algo mais que queira acrescentar nessa entrevista?

Gostaria de falar um pouco sobre a presença dos meus livros em escolas, tanto públicas quanto privadas. Como tenho vários títulos adotados, recebo muitos convites para participar de eventos de culminância de atividades em que as crianças mostram seus trabalhos de releituras de obras literárias. É muito comum nesses eventos meus livros terem sido trabalhados ao lado de obras de outros autores e autoras da literatura infantil, como Cecília Meireles, Ana Maria Machado, Ziraldo, André Neves, Bartolomeu Campos de Queirós, Elias José, por exemplo. Tenho observado a grande curiosidade e a emoção que as crianças experimentam quando um “autor vivo” aparece em sua escola, pois em sua maioria os autores estudados já se foram. Já mantive um ritmo intenso de visitação a escolas, às vezes indo a duas delas em um só dia. Devido a essa forte presença dos meus livros em escolas, recebi homenagens como patrono de duas bibliotecas escolares em Natal e uma em escola privada, em Parnamirim. Certa vez, depois de assistir a crianças apresentando releituras de livros meus, houve o momento da foto conjunta. Um aluno de uns oito anos aproximou-se de mim e, meio tímido, perguntou se “poderia tocar no meu braço”. Na verdade, ele queria a confirmação se eu era mesmo de “carne e osso”.
Evento literário em escola do RN com a presença do autor José de Castro

Sou também patrono de salas de aula. Numa escola da zona norte de Natal, a professora contou-me que no dia da inauguração da sala que levava o meu nome, quando eu estava chegando ao portão, um aluno apontou para mim e perguntou: “– Aquele lá é o que já morreu?” A professora sorriu, pois a maioria das salas de aula homenageavam autores já falecidos, como Cecília Meireles, Monteiro Lobato, Câmara Cascudo, Tatiana Belinky, Sylvia Orthoff… Como eu estava sendo homenageado, decerto também deveria estar morto. Há outros momentos bem significativos, como aquela vez em que eu fui abordado por uma aluna de nove anos, mais ou menos, no pátio de uma escola. Ela me perguntou se poderia declamar um poema que havia feito em minha homenagem. Claro que autorizei, tendo o cuidado de perguntar se poderia gravá-la em vídeo, no celular. Foi um momento singular, de muita emoção. É comum as professoras construírem cenários inspirados em meus livros. Assim acontece com O mundo em minhas mãos, Poemares e outros.

Tenho registro de várias “cozinhas da Maria-Farinha”. Inclusive, certa vez, uma escola ofereceu-me um almoço acompanhado de um “pirão da Maria-Farinha”, baseado no meu livro homônimo. Finalmente, às vezes, sinto-me morando dentro de algum livro, realizando, em parte, o sonho de Monteiro Lobato, quando disse, “Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.” Mas, na verdade, sempre habitamos em nossos livros, pois ainda segundo o mesmo autor “Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele.”

Um livro, um castelo

de torre encantada,
refúgio tão belo
para se morar.

Poesia e prosa
tem rei, tem rainha
história gostosa,
mãe d’água a se enfeitar.

Suspense e enredo,
Saci, boitatá,
arrepio e medo,
tem boto ao luar.

Tem bruxa e princesa,
tem fada madrinha,
tem outras surpresas
que não vou contar.

Se queres saber
mistérios de lá,
o livro, vá ler,
prazer encontrar.

Um livro é amigo,
alegria nos dá.

(José de Castro, in Um livro, um castelo. Recife: Bagaço, 2018)

Entrevista realizada pela Acadêmica Dirce Carneiro, Diretora de Comunicação da AIP. Abril de 2022. 

*Dino e Dina: referência carinhosa entre os poetrixtas àqueles poetas da primeira hora do Poetrix, os mais antigos, os que acolheram desde o princípio a nova forma criada por Goulart Gomes. 


Painel de Escola do RN para evento literário com o autor José de Castro

Evento literário em escola do RN, com a presença do autor José de Castro, professoras, alunos e alunas


Bolo de aniversário da Biblioteca Escolar José de Castro, confeitado com a capa do seu livro de Poemas Brincantes


Capa do livro de poemas Quando chover estrelas (2015), do autor José de Castro


Links para formas poéticas:
1. ALDRAVIA
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3797797

2. QUINTA
https://www.jornalaldrava.com.br/pag_quinta.htm

3. MINDIM
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/4267005




10 comentários:

Diana Pilatti disse...

Ótima entrevista. Muito bom saber mais sobre a trajetória literária de José de Castro.

Marilda Confortin disse...

José, que delícia tua entrevista! Muito bom conhecer mais de perto tua trajetória. Gostei muito. Parabéns!

Regina Lyra disse...

Excelente entrevista, José de Castro. Gostei muito de saber mais sobre você. Um grande amigo e escritor. Sucesso, sempre! Abraços.
Regina Lyra

Angela Bretas disse...

Parabéns... E agora José? Qual será sua nova conquista ? A literatura agradece 😘

Dirce Carneiro disse...

Gratidão ao acadêmico José de Castro, por atender ao pedido da Diretoria da Aip, por suas respostas que envolvem conhecimento literário, história do poetrix, trajetória de vida. Foi um trabalho, ao mesmo tempo aprendizado,do começo ao fim. Salve poeta José de Castro!

José de Castro disse...

Gratidão à diretoria da AIP pela oportunidade concedida de contar um pouco da minha história. À Dirce Carneiro pelo laborioso trabalho de engendrar as perguntas. À Diana Pilatti, Marilda Confortin, Regina Lyra, Angela Bretas e Dirce Carneiro pelos carinhosos comentários até aqui. Somos a "família" Poetrix! Viva!

Dirce Carneiro disse...

Somos uma equipe, desde a Diretoria até os entrevistados que aceitam, colaboram, dão sugestões, é um movimento para fortalecer a AIP em pro do nosso mote: o Poetrix

Lílian Maial disse...

Parabéns ao José de Castro, tanto pela bela entrevista, quanto pela consistente trajetória! Muito bom conhecer um pouquinho mais de você! Parabéns à Dirce Carneiro pela forma como conduziu a entrevista!

KALINA ALESSANDRA RODRIGUES DE PAIVA disse...

Grande José de Castro, sua poesia é surpreendente. Parabéns pela entrevista.

Francisco José disse...

Gostei bastante da entrevista, José de Castro e de conhecer melhor sua bonita e culta trajetória.