5 de abr. de 2021

HOMENAGEM À SONIA GODOY - Por Katia Marchese

QUERO FALAR DE NADIR TORQUATO, NOSSA SONIA G.

                                                             girassol não gira

à sombra imensa

dos dentes de leão.


Sonia G


Poeta, Poetrix, trabalhava a palavra com a maestria de um blue maduro e ácido, tinha a voz poética intensa como Elis Regina, que aliás ela cantarolava, viveu e vive em outras dimensões sua grande força feminina diante das belezas da arte e das injustiças sociais desta vida.

Uma mulher apaixonada e forte, e como dizem empoderada, sempre à frente do seu tempo, criou 04 filhos, foi mãe solteira na década de 60 e tinha orgulho de ter formado os filhos sozinha, comprou na mesma época seu próprio carro para ir a faculdade e trabalhar no Hospital Amparo Maternal em SP onde ousava dirigir a ambulância.

Trabalhou com grupos sociais e populações excluídas, participou da fundação da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher (DDM) na cidade de Campinas, morou na França, fez e aconteceu numa época em que as mulheres eram criadas para ser donas de casa. Empoderada é uma expressão que, no caso dela, poderia ser substituída por coragem, empenho, determinação, intensidade, dedicação, generosidade e outros tantos vocábulos fortes, porém mais simples.

Nadir gostava de cozinhar e preparava quitutes para nossas tardes de poesia, seus bolos, conhecidos como ‘bentos’, eram assim chamados pelo fato de a quituteira poeta fazer apenas para amigos. E eles eram muitos.

Nossa Sonia G, poeta Poetrix era também assistente social, cristã libertadora com opção pelos pobres, ministra da eucaristia da paróquia Nossa Senhora Aparecida em Campinas. Diante do sofrimento e dos reveses da vida ela sempre disse: “Eu fiquei firme”

Obrigado por sua poesia de fé em nossas vidas, voe querida voe. "Ao infinito... e além!"

Katia Marchese

Fonte: Antologia 6  MIP - Editora Rumo Editorial, 2019


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