29 de mar. de 2021

Discurso de posse de Angela Bretas

“Ser grande, é abraçar uma grande causa.”
( William Shakespeare )

Quando abri minha caixa de e-mails lá estava o convite do mestre criador do Poetrix , o baiano Goulart Gomes, para ingressar na Academia Internacional Poetrix ocupando a cadeira de número 4. Honrada fiquei e aqui estou para abraçar, juntamente com os companheiros poetrixtas , esta grande causa.

Convite aceito , ficou a meu critério escolher o patrono. Conselhos literários recebi vários ao longo da vida ao ler autores e estilos diversos, mas aquele que sem dúvida me conduzia a pensar rápido ao me expressar, aquele que me fazia questionar ou sonhar acordada foi, sem dúvida, William Sheakespeare. Escreveu ele:

“Os homens de poucas palavras são os melhores.” ( da Peça: Henrique VI)

“Ser
ou não ser
Eis a questão !” ( do monólogo em Hamlet)

Segundo críticos “Ser ou não ser” extrapolou seu contexto e se tornou um questionamento existencial amplo. “Ser ou não ser" é sobre agir, tomar a ação e se posicionar ou não diante dos acontecimentos. William Shakespeare, um imortal escritor da língua inglesa, mestre da dramaturgia e literatura universal. Seu estilo literário se solidificou em poesia, romance, drama, comédia e tragédia. Imortalizadas são suas escritas, ele possuía uma forma de ‘poetrixar’ como poucos, e é com reverência a ele que o escolhi como patrono.

Não posso esquecer que cresci uma adolescente apaixonada pelo drama de Romeu e Julieta, depois me embrenhei lendo seus sonetos de amor. Chegando em um país distante me encantei lendo os dramas sócioculturais de Júlio César e me questionei sobre a vida e a morte lendo Hamlet. Há pouco mais de duas décadas conheci o Poetrix através do Grupo Yahoo e nele me identifiquei.

Na época escrevia em colunas semanais para imigrantes brasileiros nos EUA e, em minhas colunas, além de material jornalístico, gostava de acrescentar uma poesia como forma de manter viva o amor pelas letras no coração e na mente dos leitores sedentos por literatura brasileira no exterior. Como o espaço era pequeno (uma página, em jornal impresso) comecei a escrever pequenos poemas nos rodapés das colunas. Teimosa como era, insistia com a editora que a poesia tinha que constar em minhas colunas, e assim foi, as colunas possuíam a literatura, e consequentemente o Poetrix , como o carro-chefe, por mais de duas décadas.

Minha história de amor com o Poetrix foi inesperada. Pesquisando sobre como me aperfeiçoar, escrevendo menos e me comunicando mais. Não lembro ao certo como, acho que foi lendo um texto de Aníbal Beça que fui parar no grupo do MIP. Foi uma era de aprendizado constante, juntamente com a maioria dos acadêmicos que aqui se encontram. Injustiça mencionar um ou outro nome pois éramos um círculo de idealistas, pensadores, sonhadores e poetas .... jogávamos nossas sementes literárias toda manhã no grupo como se fossem dar frutos até a tarde ... e davam! A inspiração contagiava e o Poetrix pipocava como pivete que ele é, pequenino, fazendo a festa dos notívago . Noites em branco lendo e escrevendo Poetrix eram regadas a risadas, amizades, descobertas e conhecimento literário.

Era a virada de um novo milênio e a história do Poetrix estava apenas engatinhando. A partir daí passei a incorporar o Poetrix em meus trabalhos literários, na segunda edição do Sonho Americano abri cada novo capítulo com um Poetrix, nas antologias que participei e coordenei , em livros solo, nas páginas da internet, nas minhas colunas semanais, em concursos literários e saraus lá estavam eles como a me dizer “somos pequeninos mas merecemos nosso espaço.” Desde sempre gostei do minimalismo por achar que dizer muito com pouco é o caminho ... e é este o trajeto que pretendo percorrer fazendo parte deste time de acadêmicos.

Sou eternamente grata em registrar e abraçar esta grande causa.

Angela Bretas

2 comentários:

Dirce Carneiro disse...

Uma vez conhecido o Poetrix, ficamos cativos. É fascinante e desafiador.

Angela Bretas disse...

Obrigada Dirce pela leitura