17 de mar. de 2024
Poetrix de Oswaldo Martins
15 de mar. de 2024
Duplix - Joaquim Dolz e Dirce Carneiro
13 de mar. de 2024
Poetrix de Marília Tavernard
11 de mar. de 2024
TÊ SOARES
NOME COMPLETO: Terezinha P. S. Sayago Soares
NOME LITERÁRIO: Tê Soares
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Tê Soares |
DATA DE NASCIMENTO: 15/11/1952, em São Paulo/SP
DATA DE FALECIMENTO: 23/04/2023, em Brasília/DF
NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 27
FUNDADOR: Cleusa Piovesan
NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Cleusa Piovesan
VIDA
E OBRA
Apresentação
Para resgatarmos uma memória, individual ou
coletiva, vamos falar de Tê Soares? Quem é essa poetrixta, cuja presença no
universo do Poetrix se tornou tão importante, e foi para outro plano de
existência tão cedo? Tê Soares possuía Graduação em Letras e em Pedagogia, na
Universidade do Distrito Federal (UDF), atuou como professora e coordenadora
pedagógica, no Centro Educacional Leonardo da Vinci, em Brasília. E também era corretora das provas do ENEM.
A relevância de escrever esta biografia é
fazer o resgate do legado de uma poeta, que sobrevive à dualidade tempo e
espaço, porque sua obra perpassa o tempo e ocupa um novo espaço, o espaço da
memória, que resgata pessoas e fatos, edita-os, atualiza-os, e, assim,
recriam-se, por meio da intertextualidade, novos olhares sobre os registros
históricos, numa realidade ultra e interdimensional, que só a poesia pode
explicar.
Na primeira pesquisa, já me deparei com uma
frase que me chamou a atenção, com a qual minhas ideias também coadunam ... é maravilhoso ter intimidade suficiente
com as palavras para brincar com elas, além de ser pura arte...[1]. E
houve outras conexões com o fazer poético de Tê Soares que me instigaram a pesquisar
seus escritos.
Na mensagem de despedida de Pedro Cardoso a
Tê Soares, há um Poetrix dela que, mais tarde, percebi, como se conectava
comigo, numa sintonia poética, além da realidade concreta. Este poema – 1º
Lugar nos I Jogos Florais “Palavras e Música”, Chamusca – Portugal – me conecta
a Tê:
FUGAZ[2]
Cama desarrumada,
liberdade para as borboletas
estampadas nos lençóis...
Falar de ter Soares não é
fácil, pois ela tinha uma vida muito reservada e seus Poetrix estão espalhados
apenas em arquivos avulsos, aos quais apenas seus amigos da literatura têm
acesso, sendo difícil falar expor a amplitude de sua poesia. Talvez as palavras
de Clarice Lispector expliquem o eu poético de Tê Soares, quando diz de si
"O que escrevo agora não é para ninguém: é diretamente para o próprio
escrever, esse escrever consome o escrever. Este meu livro da noite me nutre de
melodia cantabile. O que escrevo é
autonomamente real[3]”. O que
me resta é fazer um trabalho meticuloso para que nada se perca e consiga
registrar quão grande é o legado de Tê Soares, na composição do Poetrix, uma
vez que ela também despertou minha veia poética, e compus um Poetrix em
homenagem a ela, registrando um encontro entre almas sensíveis, perpassando os
limites do tempo e da realidade:
PESQUISA POÉTICA
Uma
mulher à sombra das imagens
outra
mulher com candeeiro na alma
ambas
iluminadas pela poesia
8 de mar. de 2024
7 de mar. de 2024
Meu processo criativo por Luciene Avanzini
5 de mar. de 2024
Poetrix de Claudete Soares
1 de mar. de 2024
MARIO QUINTANA
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Mario Quintana - foto: Dulce Helfer |
VIDA E OBRA
Mario Quintana, sem acento no nome nem na ABL, nasceu prematuramente em
Alegrete, RS, cidade que em 1968 homenageou-o com uma placa de bronze na praça.
Por achar que poderia ser um equívoco, ele próprio ou qualquer outra pessoa,
querer eternizar um poema seu, convenceu as autoridades a gravarem na placa
apenas uma frase irônica de sua autoria: “Um engano em bronze é um engano
eterno”
Terceiro filho do farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia
de Miranda Quintana e neto de médicos. O pai lia poemas em voz alta nos serões
e a mãe, educada no Uruguai, também, mas preferia poemas em língua espanhola.
Quintana aprendeu a ler aos seis anos de idade, soletrando as manchetes do Correio do Povo, jornal onde futuramente seria contratado como colunista da página de Cultura. E já na tenra idade, teve noções de francês e espanhol.
A LUTAQuando eu era pequenino
Atirava rimas ao poema como ossos a um cãozinho…
Eu cresci. Ele cresceu.
Agora… Quem é ele e quem sou eu, que não mais nos conhecemos?
Quando, agora, a sós ficamos, nous hurlons de nous trouver ensemble:
Quase que nos devoramos…
Mas vem a aurora apagadora de lampiões
E vem, pé ante pé, a hora burguesa e triste do café
(Pelas encostas do tempo soluçam rimas de outrora…)
E fica tudo para o próximo
Round!
Na adolescência, Quintana vai morar em Porto Alegre e é matriculado no
Colégio Militar, cuja qualidade de ensino, lá pelos idos de 1920, era
considerada a mais exigente e refinada. Mas, o futuro poeta só se interessava
por português, história e francês e, por isso, foi reprovado nas demais
disciplinas.
29 de fev. de 2024
JÚLIO AFRÂNIO PEIXOTO
NOME COMPLETO: JÚLIO AFRÂNIO PEIXOTO
NOME LITERÁRIO: AFRÂNIO PEIXOTO
MESTRE DE HIGIENE E MEDICINA LEGAL. ESCRITOR TALENTOSO
PAI
DO HAICAI NO BRASIL
Fonte: Jacobina, 2010 |
Júlio Afrânio Peixoto nasceu em Lençóis,
nas Lavras Diamantinas, Bahia, em 17 de dezembro de 1876. Filho de Virgínia de Morais Peixoto e do
capitão Francisco Afrânio Peixoto. Criado no interior da Bahia, cujos cenários
constituem a situação de muitos dos seus romances, sua formação intelectual se
fez em Salvador, onde se diplomou em Medicina, em 1897 (81ª turma), como aluno
laureado. Sua tese inaugural, “Epilepsia e crime” (Meirelles et al., 2004),
despertou grande interesse nos meios científicos do país e do exterior.
Iniciou
sua carreira docente como Preparador de Medicina
Legal na Faculdade de Medicina da Bahia. Logo depois o político baiano José
Joaquim Seabra, Ministro da Justiça e Negócios Interiores, o convidou para
atuar na capital federal. Juliano Moreira, seu mestre querido, agora colega
professor, já tinha se transferido para a capital federal, Ambos, que já se
encontravam no Rio de Janeiro desde final de 1902, pediram exoneração das
funções docentes na Fameb, que foi concedida em 1903 (Faculdade..., 1903, p.
431).
O primeiro vínculo na capital federal foi
o de inspetor de Saúde Pública (1902) e depois, a convite do diretor e amigo,
Juliano Moreira, foi auxiliara na diretoria do Hospital Nacional de Alienados
(1904). Entre 1904 e 1906, viajou por vários países da Europa, sobretudo na
França, com o propósito de ali aperfeiçoar seus conhecimentos no campo de sua
especialidade, aliando também a curiosidade de arte e turismo ao interesse do
estudo. Nessa primeira viagem à Europa travou conhecimento, a bordo, com a família
de Alberto de Faria, da qual viria a fazer parte, sete anos depois, ao casar-se
com Francisca de Faria Peixoto. Sobre sua experiência de estudos no Instituto
Pasteur, em Paris, segundo Prof. Carlos Lacaz, ele “sempre se referia ao que
ali ganhou na força do método, como elemento fundamental na sua formação
científica” (Lacaz, 1963, p.40).
Após concurso, em 1906, foi nomeado professor de Medicina Legal e Higiene da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (1907) e assumiu os cargos de professor extraordinário da Faculdade de Medicina (1911). Quando da morte de Euclides da Cunha (1909), foi Afrânio Peixoto quem examinou o corpo do escritor assassinado e assinou o laudo.