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18 de jan. de 2025
11 de dez. de 2024
III Maratona Escolar de Buriti dos Montes - Piauí - Tema Poetrix
A AIP divulga o resultado e premiação da III Maratona Escolar de Buriti dos Montes com o tema Poetrix, conduzido pelo acadêmico Francisco José e realizado em 05 de dezembro de 2024, Piauí.
Auditório João do Monte, Centro Administrativo (Secretaria Municipal de Educação).
CLASSIFICAÇÃO GERAL
UNIVERSO (1° lugar)
Estrelas guardam segredos
Calmaria ecoa sem fim
Somos vento e capricho
(Ester)
NATUREZA (2° lugar)
Céu pintado de azul
Montanhas acumulam segredos
A terra cheira
(Bianca)
SAUDADE (3° lugar)
Coração em silêncio
Sorriso guardado
Um relógio parado
(Lino)
POLAROID (4° lugar)
Momento eterno
Clic, sorriso e amor
Lembrança em papel
(Hermíone)
DESASTRE AMBIENTAL (5° lugar)
Perda de biodiversidade
Nuvem de dióxido
Desaparecimento humano
(Lara Lorrany)
MUNDO (6° Lugar)
Rios de ferro,
Nações disputando
Água enferrujando.
(Gustavo)
Foto dos alunos classificados do primeiro ao sexto lugar, da esquerda para a direita, de cima para baixo. Parabéns para todos!!
Professores da rede municipal receberam agendas Poetrix da Confraria Ciranda Poetrix
4 de nov. de 2024
11 de out. de 2024
Poetrix de Francisco José
A METAMORFOSE
uma carta desaforada
o pai roga uma praga
ká ká ká fica inseto
A SAGA TRIGONOMÉTRICA DO POETRIX
erguemos alicerces equiláteros
construímos lados isósceles
evoluímos para discursos escalenos
Francisco José
10 de out. de 2024
13 de set. de 2024
Poetrix de Francisco José
LITERATURA REALISTA
flores do mal debalde ler
crime do padre amaro é
agora essa de queirós
SALGAS NO VARAL
era ântuma carne fresca
agora já verme póstumo
apodrece ao sol a poesia
OS BOFES DA POESIA BRASILEIRA
pulmão de noel rosa já foi
pleura do manuel bandeira preta
envoltos em pútrida fressura
NEURALINK RECEBE TWITTER DE MARTE: HÁ VIDA INTELIGENTE AÍ EMBAIXO?
abrimos o cérebro de um terráqueo
não vimos nenhuma conexão
o X da questão continua
Francisco José
7 de jul. de 2024
Haicai e Poetrix por Francisco José
Haicai e Poetrix
O Haicai teve suas origens no waka (poema japonês), no século VIII e começou a ser escrito no Japão em 712. O waka se subdividia nos estilos: kata-uta, chôka e tanka. O kata-uta (meio-poema), que tinha o ritmo silábico 5-7-7 era composto como uma resposta a um destinatário (daí o termo "meio poema"). Ainda no século VIII surge o estilo chôka (poema longo) em que se adiciona uma estrofe dupla (5-7) à estrofe tripla do kata-uta, passando ao estilo silábico (5-7; 5-7-7). No século IX surge o tanka, com distribuição silábica diferente (5-7; 5-7; 7) evoluindo três séculos mais tarde para uma forma bipartida (5-7-5; 7-7), cuja primeira parte é usada até hoje. Dois ou mais poetas passam a fazer poemas em cadeia (estilo renga), separando-se em dois estilos opostos: o ushin-renga (renga sério, ligado à elite literária) e o renga "ligeiro" (praticado por poetas do povo). Essas práticas deram origem a duas escolas distintas: Teimon (fundada por Matsunaga Teitoku) seguindo os critérios rígidos e Danrin (criada por Nishiyama Sôin), seguindo o critério informal. No século XVII Matsuo Bashô, que era ligado às duas correntes, funda sua própria escola (Shômon) nascendo o haikai (com versos no estilo 5-7-5) que chegou até nós. No início do século XX o haikai chega ao Brasil e poetas como Guilherme de Almeida "abrasileiram" o haicai raiz, modificando-o e criando o haicai Guilhermino. Assim é que outros poetas como Paulo Leminski e Milôr Fernandes entram também nessa moda, criando seus haicais "personalizados". Vale lembrar que Kobayashi Issa (1763-1827), um dos maiores poetas do haicai japonês já acentuava a presença do eu, em contraposição aos preceitos de Bashô, mas é um eu lírico afirmativo, que se "dissolve" nos limites do não-eu.
Em 1999, na Bienal da Bahia, um poeta baiano, Goulart Gomes, intenta criar os haicais "goulardianos" no livro "Haikais tropi-kais". O crítico literário Aníbal Bessa percebe que Goulart não estava escrevendo haicais, mas havia criado um novo gênero poético inspirado no haicai... Nasce, no ano 2000, um movimento amplo constituído por poetas do Brasil e outros países, o Movimento Internacional Poetrix (MIP) para estudar, desenvolver e divulgar o novo gênero de poesia, que passara a se chamar Poetrix. Em 2020 é fundada a Academia Internacional Poetrix (AIP), hoje composta por poetrixtas de vários países, como Brasil, Portugal, Estados Unidos e Itália, como exemplos.
Por - Francisco José Soares Torres
AIP - Cadeira 24
Na foto abaixo: Angela Bretas, Francisco José, Pedro Cardoso, Lorenzo Ferrari, Marilda Confortin [apresentadora], Marília Tavernard, José de Castro, Gilvânia Machado, Dirce Carneiro e Bianca Reis. Participaram ainda: Goulart Gomes [criador do Poetrix], Andréa Abdala [presidente da AIP], Lílian Maial, Luciene Avanzini, todos membros da AIP e Margarida Montejano (convidada). Foto compartilhada por Angela Bretas .
1 de jun. de 2024
Poetrix e Grafitrix de Francisco José
MOTOCIATAS DE JOÃOZINHO DE BLAZER
pacto com mefistófolis
amigo "men" da onça
morre pelo seu trato fino
Francisco José
SACREBLEU!
policial da palavra
guarda do vocábulo
tira... de letra
Francisco José
26 de fev. de 2024
Equilibrista - por Pedro Cardoso
Equilibrista
bêbado na escuridão
afasta estrelas com as mãos
sopra o sol... e apaga
(Francisco José)
Em tempo...confesso que fiquei na dúvida se este poema é ou não uma frase fatiada. Mas não importa. Sigo com as minhas análises.
Depois da implementação das Novas Diretrizes da Academia Internacional Poetrix - AIP para se fazer um bom Poetrix, passei a ver o terceto com outros olhos, virei a chave - duas voltas completas.
Penso que ele ficou mais elitizado, mais ousado e mais trabalhoso.
Tenho garimpado tercetos que me afrontam, e que, me fazem pensar. Refletir sobre tudo o que foi lido e o que não foi dito.
O poema Equilibrista está calcado em uma palavra chave: BÊBADO.
Ela nos oferece dois significados distintos:
1º) Refere-se ao cidadão habituado a beber frequentemente, o alcoolista.
2º) No sentido figurado, retrata o indivíduo que está inebriado de fortes emoções.
Equilibrista. Uma palavra interessante: aquele ou quem exibe extrema habilidade e destreza de movimentos do corpo.
O título, à primeira vista, parece contrastar com o primeiro verso "bêbado na escuridão".
Fiquei matutando de um lado ao outro tentando encontrar uma saída para as minhas hipóteses de leituras.
O segundo verso veio para me socorrer "afasta estrelas com as mãos". Uma metáfora bonita! Diria rica, se isto é possível!
É flagrante imaginar que o cidadão segue caminhando fora do compasso, quase a trote. Vai como se estivesse nadando de braçadas nos becos do negrume.
O terceiro verso "sopra o sol..." é muito bonito! Indica que o sujeito cambaleou até o dia amanhecer. Que ele queria, por tudo, que o sol não nascesse, por isso, bafeja.
"e apaga", no final do verso, nos brinda com um duplo sentido importante: primeiro ele queria que o sol apagasse com o seu sopro. Depois, o cidadão esmoreceu, de vez. Caindo sem sustentação sobre as pernas. Ou seja: apagou geral.
Outra interpretação que o poetrix pode sugerir é no sentido figurado.
Retrata um indivíduo que está inebriado de fortes emoções.
Dá para imaginar um ser humano solitário, que caminha de um lado para o outro, no ermo da noite, à espera do momento exato em que o Sol vai aparecer no horizonte... eufórico, assopra de mentirinha, se entrega à mansidão do dia que está nascendo - simplesmente... fecha os olhos - apaga!
E viva a poesia!!!