21 de fev. de 2025

Poetrix de Sandra Boveto




MESTRE PACIENTE

no fundo dos fatos, o tempo
nada ensina mais
só aprendemos as horas


CORAGEM

casulo é seguro sim
segura as asas
larga, lagarta


TECIDO EMARANHADO

gravidade nas vontades
estico meu espaço
corro contra o tempo


Sandra Boveto 

19 de fev. de 2025

Poetrix, Cleusa Piovesan


ESTRANGEIRO

Vivo sonho comprado a dólar 
minha pátria perdeu a língua 
minha identidade: forasteiro  


LÍDERES INSANOS 

Disseram "sigam o Mestre"
ilusão de magos da tecnologia 
Anticristos: incólumes no poder

GERAÇÃO ALPHA 

Chip instalado com sucesso 
pensar ... nem pensar
chegou o início do fim


SEM INSPIRAÇÃO
 
Poesia hoje... nem a fórceps 
alma não rebenta
estou pensático

Cleusa Piovesan

Poetrix de Claudio Trindade


MUNDO EM MITOS
 
interpretar a realidade
entender o Amor
misticismo dos poetas


TEU PERFUME 

desperta a vida
revela pura emoção
aroma de canção


INTERIOR
 
beleza além da pele
essência revela força
tesouro aflora


BELEZA NO OLHAR 

azul profundo
nuvens navegam
sorriso do sol

Claudio Trindade

17 de fev. de 2025

Poetrix de Marília Tavernard



REMORSO

Pensamentos pesam
Dores corroem
Refazer ações é sabedoria


UM DIA DE LUZ

Se fez presente a paz
Pensamentos se ordenaram
Vivi clarões na discórdia


CHAVE MESTRA

Destravei sete corações
Amores de minha vida
Hoje, saudades escorrem pela fechadura



Marília Tavernard


Duplix Andréa Abdala e Marcelo Marques

 EXISTIR // ALÉM DAS CHAVES


Um corpo em silêncio //  Mais que uma porta a atravessar

Uma alma amordaçada // Soltar a voz, o canto, o grito

Quais segredos me vestem?// Revelar livre no eterno


Andréa Abdala // Marcelo Marques 

16 de fev. de 2025

15 de fev. de 2025

Poetrix de Antônio Carlos Menezes



O passado

Coisa de ontem
As marcas presentes
Coração em silêncio


 O presente

Dádiva dos deuses
Um sol que renasce
Pássaros cantam...


O mito da caverna

Ontem, hoje e sempre
A preguiça de sonhar
Colorir novos sonhos


O piano

Ritmo suave
Carinho à alma
Coração agradece!


(Antônio Carlos Menezes)

13 de fev. de 2025

O aroma dos acordes - Pedro Cardoso

O aroma dos acordes

ouço os toques
deslizo pelas cordas
solo

(Goulart Gomes)




Este poetrix necessita de várias leituras, não pode ser uma leitura dinâmica, pois permite múltiplas interpretações e múltiplas releituras. Eu sempre digo a mim mesmo que é importante conhecer o autor da obra para tentar compreender o que ele está sugerindo.

Este é um poetrix conciso, são 7 palavras e 10 sílabas considerando as sinalefas. É simbólico por natureza.

O poema sugere uma prática autoerótica.

O primeiro verso nos trás: "ouço os toques" ao invés de sinto os toques. Perceba que é algo pessoal. Não são toques externos.

O segundo verso: "deslizo pelas cordas". Significa manter a mão em movimento. Deslizando sobre as dobras do membro.

Por fim... "solo", no último verso significa "sozinho", "a sós". Em êxtase. Acelerado...

Optei por deixar o título para o final devido à sua extensão, uma das características distintivas do escritor. Qual é o significado de "O aroma dos acordes"? Para mim, é a combinação de três ou mais momentos de prazer que são experimentados ao mesmo tempo.

Existe uma outra interpretação que é igualmente viável e que me fez recordar do solo de guitarra de John Fogerty em Travelin' Band. No entanto, essa interpretação parece mais literal.

Essas possibilidades tornam o poetrix um poema notável.

...E viva a poesia!!!


Pedro Cardoso

12 de fev. de 2025

Duplix de José de Castro e Dirce Carneiro


OUTRAS ÁGUAS // MESMA FONTE


Um dia, fui rio // no leito, veios ainda brilham

Hoje, palavras me navegam // deixo-me inundar

Sou poesia // deságuo em poema


José de Castro // Dirce Carneiro

10 de fev. de 2025

Oficina de Poetrix



OFICINA DE POETRIX NA EXPOTEC 2025 - IFRN- Campus Central. Natal/RN.


No dia 30 de janeiro do ano corrente, a escritora e poetrixta Gilvânia Machado ministrou, à convite da escritora, poeta e professora Dra. Kalina Paiva,a “Oficina de Poetrix: o máximo é o mínimo” aos alunos do Curso Técnico e graduandos de Letras.

O objetivo maior da oficina foi divulgar e ensinar aos participantes a produzirem Poetrix - gênero minimalista - tendência atual na poesia contemporânea. A oficina foi realizada em quatros etapas:


1. Fruição dos Poetrix
2. Análise e discussão de obras de poetrix minimalistas.
3.Introdução ao Poetrix: conceito e diretrizes.
3. Técnica de escrita concisa.
4. Oficina de escrita prática: criando seus próprios poetrix.


Ao da final da Oficina, os alunos cursistas mostraram-se encantados em conhecer o gênero Poetrix e aceitaram o desafio de escrever seus poetrix autorais. Comentaram que, a partir dali, iriam ler mais esse gênero e exercitar a escrita minimalista.

A professora Kalina Paiva prometeu que irácriar um mural com a produção autoral dos alunos: uma página de ZINE para ser afixada na parede do NUARTE com os Poetrix.

Portanto, vamos aguardar para poder publicar aqui o resultado da oficina.




Escritora e poeta Gilvânia Machado



Iniciando a oficina/Apresentação dos slides



Explicando sobre o conceito de Poetrix , minibiografia do inventor do gênero, o poeta baiano Goulart Gomes.

5 de fev. de 2025

Varal Temático - Ao filme "AINDA ESTOU AQUI" e Fernanda Torres


VARAL TEMÁTICO EM HOMENAGEM AO FILME “AINDA ESTOU AQUI” E A GRANDE INTERPRETAÇÃO DA ATRIZ FERNANDA TORRES.

COORDENADORA : Gilvânia Machado





LUZES NAS SOMBRAS DA HISTÓRIA DO BRASIL

(Gillvânia Machado)




"Ainda Estou Aqui" é um filme brasileiro que aborda um tema extremamente relevante e doloroso da história do Brasil: a ditadura militar. Dirigido por Walter Salles, é baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e traz uma reflexão profunda sobre a perda, a memória e a resistência.

A ditadura militar, que governou o Brasil de 1964 a 1985, é um período sombrio da história do país, marcado por violência, repressão e censura. O filme "Ainda Estou Aqui" aborda esse tema de forma sutil, mas poderosa, mostrando como a ditadura afetou a vida de uma família e, em particular, de uma mulher, Eunice Paiva.

Fernanda Torres entrega uma interpretação excelente como Eunice Paiva, a mãe do autor do livro Marcelo Rubens Paiva. Sua atuação é marcada por uma intensidade e uma sensibilidade que transmitem a dor e a resistência de uma mulher que lutou contra a ditadura e buscou justiça para o seu marido, desaparecido durante o regime.

O filme também aborda a questão da memória e da verdade, mostrando como a ditadura tentou apagar a história e silenciar as vozes de oposição. Através da história de Eunice Paiva percebemos como a memória pode ser uma forma de resistência e de luta contra a opressão.

Esse filme é de uma importância extrema principalmente nos dias atuais em que muitos fascistas apregoam que o período da ditadura “era uma época boa de se viver”. E o pior: muitos até defendendo de forma insana a volta da ditatura militar.

No entanto, o filme “Ainda estou aqui” vem reacender a memória e denunciar a crueldade que foi a ditatura militar no Brasil que durou 25 anos e até hoje muita coisa está escusa! É um filme que retrata singularidades da história do Brasil, mas também universal pelo drama dessa natureza em outros países que viveram/vivem o horror da tortura e desaparecimento dos seus entes queridos.

O filme vem arrebatando a emoção de muitas pessoas em vários países e já foi vencedor de vários prêmios. Vamos agora ficar na torcida para ganharmos o Oscar nas três categorias de: “melhor filme” “melhor filme estrangeiro” e “melhor atriz do gênero drama”.

Os poetrixtas da Academia Internacional de Poetrix celebram com belos poetrix a excelência do filme e a interpretação do elenco, em especial a nossa querida e talentosa Fernanda Torres!



NO ALTO DA TORRE(S)


Uma dama, um drama
Mundo gira
Globo de Ouro seduz!

(Gilvânia Machado)


UMA DAMA

Estr(Ela), a maior
Sua arte me cala
Eunice, ainda estamos aqui.

(Pedro Cardoso)


MARAVILHOSA

Filha de peixe...
Talento até debaixo d’água
Somos ouro mais uma vez

(Marília Tavernad)

31 de jan. de 2025

Poetrix de Marcelo Marques



BÁSICAS DEFESAS

Necessárias máscaras
Simples proteções
Emoções firmadas em vontades


TONS DIVERSOS 

Um Tom multiplicado em versos 
Com Quintana amor é síntese 
Meu verso é mínimo e eterno 


TRADUZO-ME POETA 

Crio mundos em versos 
Meu sentir se perde ao vento 
O mundo me interpreta


ONDAS DA VIDA

Vêm e vão em movimento 
Velho mar se torna novo
Tudo igual, se faz diferente

Marcelo Marques

Poetrix de Antônio Carlos Menezes


EM ESTADO DE POESIA

Olhos fechados
Sonhos coloridos
Amor no coração!


O PASSADO

Coisa de ontem
As marcas presentes
Coração em silêncio 


O PRESENTE

Dádiva dos deuses
Um sol que renasce
Pássaros cantam...


O FUTURO

Sonho em preto e branco
Tela invisível...
Pinceladas de cores

Antônio Carlos Menezes

29 de jan. de 2025

Barulho do Silêncio por Pedro Cardoso



Barulho do silêncio

morto acorda calado
afaste de mim esse cale-se
meu silêncio é grito


Ximo Dolz




Assim que me deparei com o título, fiquei imaginando o que seria o Silêncio do Barulho. Isto fez-me recordar uma afirmação de Friedrich Nietzsche: "Quem gosta de abismos tem que ter asas". E quem percebe, sente o silêncio. É necessário ter o quê? Talvez a insanidade dos poemas. Um título de grande impacto.

O verso inicial afirma: "morto acorda calado". Não entendo o que o autor pretendia expressar com essas três palavras. Provavelmente, nem ele teria interesse em me contar. Este verso é de uma dureza sem fim, ultrapassa a minha realidade, me sufoca!

O segundo verso é "afasta de mim esse cale-se". O autor está pedindo que afaste dele o silêncio, ele não quer ficar calado. No terceiro verso, ele explode: "meu silêncio é grito".

É importante observar que todas as palavras do poetrix estão interligadas. É como se fosse uma corrente.


Pedro Cardoso