19 de dez. de 2022

Poetrix de Oswaldo Martins

ÁGUA CLARA…

Paz sentida.
Sem cor, rara:
Bela, insípida.

Oswaldo Martins
Salvador, 09/12/2022.

Poetrix de José de Castro

MEIO-DIA

Sol a pino.
Onde a sombra se esconde?
Sob o menino.

josedecastro


Grafitrix de Diana Pilatti


 

Poetrix de Francisco José

GEOMETRIA PLANA

um segmento de linha
... uma figura central
rumo ao hexa: gooonal

Francisco José

Grafitrix de Regina Lyra


 

Poetrix de Oswaldo Martins

JOGO DE MILIONÁRIOS

Lá nas bandas do Qatar.
Riquezas mais luxos vários:
Futebol falimentar.

Oswaldo Martins

Poetrix de Regina Lyra

ADEUS

Muitas são as saudades,
Encontro de laços,
Abraços de ti.

Regina Lyra

Poetrix de Ronaldo Jacobina

COM SALTO… E SUSTO
( Ao poeta Goulart Gomes)

Minimalismo evolui no diverso
Haicai, inspirador: pérola
Pra sonhar, Poetrix: pílula

Ronaldo Jacobina

Poetrix de José de Castro

trem do destino

apaixono-me pelo perigo
fora do trilho, apito agudo
onde dói o coração?

Josédecastro

Poetrix de Francisco José

TERCETOS VIZINHOS

pulou as cercas do quintal
que susto! pariu três versos
o título? depressão pós-parto

Francisco José

Grafitrix de Diana Pilatti


Diana Pilatti

Poetrix de Oswaldo Martins

PATRIOTARISMO BIZARRO

Falares rasos, no sense.
Idoso idiotizado…
Adestrado periquito.

Oswaldo Francisco Martins

Grafitrix de Regina Lyra

 

Regina Lyra

Poetrix de Regina Lyra

BELO JARDIM

Flores,
Folhas desnudadas,
Passagem do tempo.

Regina Lyra

4 de dez. de 2022

Entrevista com Pedro Cardoso

 AIP - ENTREVISTA POR ESCRITO DE ACADÊMICOS PARA O BLOG DA AIP

Entrevistado: Acadêmico Pedro Cardoso
Cadeira: 18
Patrona: Sonia Godoy

A biografia e discurso de posse do poetrixta Pedro Cardoso podem ser lidos acessando o menu Biografias e Discursos da AIP.

Primeiramente, agradeço ao acadêmico Pedro Cardoso por esta entrevista, exclusiva, para o Blog da nossa Academia.

Agradeço também em nome da Diretoria.

1) Nascer em Minas define um modo de ser? Quais as lembranças que guarda da sua infância? Gostaria de falar sobre seus pais – origem, perfis, legado?

 Acredito que sim. Sou como quase todos os mineiros, meio desconfiado, meio calado. Às vezes falo Uai, às vezes, "na estação",  falo: "pega os trens que a coisa vem aí".
Nasci em um município muito pequeno que se chama Bambuí (foto à direita).
 A cidade está localizada no Centro-Oeste de Minas Gerais e faz parte da região da Serra da Canastra. Mas logo me mudei para Goiânia. Porém, a ascendência mineira nunca me deixou, está grudada em mim. Sempre que posso procuro minhas raízes, seja na comida ou na fala.
Ser mineiro é apreciar o nascer do sol todas as manhãs, é ouvir o cantar dos sabiás no entardecer, é ouvir o mugir do gado à beira do curral, é sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida que sempre floresce. É ter simplicidade e pureza na alma.

1.2 Quais as lembranças que guarda da sua infância?

Preciso dizer que minha infância e adolescência foram até os 24 anos de idade, quando comecei a trabalhar no Serviço Público Federal. Até então, vivia para jogar futebol e soltar pipa nos dias mais ensolarados. Devo dizer que brigava demais, cheguei a quebrar o nariz por três vezes.
Nas horas vagas dava aulas particulares de matemática, geralmente para crianças e adolescentes. Era bom demais! Tenho saudade daqueles meninos de outrora.  

1.3 Gostaria de falar sobre seus pais – origem, perfis, legado?

Falar dos meus pais me emociona. Meu pai apenas terminou o segundo grau, meu Herói, que me levava para o seu trabalho no cano de uma bicicleta Harley, de cor preta e pneu faixa branca.

Minha mãe não terminou o primário, mas deixou três livros publicados. Sempre contando suas histórias, da infância à velhice.

Ela teve 13 filhos, de parto normal e em casa, com parteira. 

Todos estão vivos e formados com nível superior.

Em tempo

falar de minha mãe
é algo grandioso para mim,
é quase uma insanidade
defini-la? não é o caso!
não há uma única palavra,
que eu possa dizer neste momento,
que a descreva com total fidelidade.
suas virtudes, ora findas e mortas,
ficaram registradas nas paredes do meu Ser
como lembranças difíceis de serem apagadas.
hoje é um dia paranoico para as minhas verdades,
me doem os ossos, as carnes e metade da alma,
me sinto um menino desnudo,
é como se um nó desatasse as minhas mãos,
me deixasse solto e só.
talvez não devesse revelar estes sentimentos,
eles fazem parte do que há de mais sagrado em mim,
melhor seria que eu chorasse com meus irmãos,
com os amigos e os parentes.
cada pá de terra despejada,
foi como se enterrassem com ela
os meus sonhos
os meus encantos
a minha concretude.
Mãe!
penso que sou um filho insano,
confesso que rezei por sua morte nestes últimos dias,
horas infindáveis... vil solidão!
porém uma parte de mim é luto
a outra, quase na sua totalidade, é gratidão.
não sou o mais bonito dos seus filhos,
nem o mais forte ou rico
posto que, só desejei ser um Fingidor,
um poeta dos versos livres.
leve os meus sonhos,
os meus pesadelos
as minhas vísceras
para onde for
e que Deus a tenha
como a mais bela rima dos meus poemas

2) O que lhe atraiu para a escrita, desde quando escreve e porquê?

Sempre tive vontade de escrever. Mas sempre achei muito difícil, os versos viviam brigando em minha cabeça, uma loucura!