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15 de set. de 2021


Melhores Poetrix (entre Acadêmicos) Agosto 2001


1º lugar: empatados: CHIADO DO POVO, de Lorenzo Giuliano Ferrari, e QUERO-QUERO, de José de Castro:


CHIADO DO POVO

no piar de um sábio sabia
existe um tempo de falar vazio...
ruído talvez do tempo
(Lorenzo Ferrari)


QUERO-QUERO

pássaro criança manoel
ser ave poesia miúda
leveza bicando o céu
(José de Castro)



2º lugar: Empatados: SURPRESA, de Pedro Cardoso, PRIMEIRA SESSÃO, de Regina Lyra e ENTRE_MENTES, de Aila Mag:


SURPRESA

trago no ombro a sacola
desgastada!
seus beijos estão intactos
(Pedro Cardoso)



PRIMEIRA SESSÃO

amanhã te quero
desejo no ato
encontro no cinema
(Regina Lyra)


ENTRE_MENTES

olhos, ouvidos, bocas
frestas de meias verdades...
veja, ouça, cuspa!
(Aila Magalhães)


24 de ago. de 2021

Duplix

 

Elementares // Apaixonados
(Aila Magalhães // Regina Lyra)

Amantes improváveis, // conscientes
fogo e água // da paixão
a(s)cendendo céu noturno // em noite enluarada



música // ao longe
(aila magalhães // goulart gomes

quando preenche meus vazios // som distante
torno-me eco // em pleno desfiladeiro
canção em pleno voo // rasante

12 de jul. de 2021

Melhores Poetrix de Junho

Neste mês a disputa foi acirrada. Vejam os mais votados.


1º lugar: Oswaldo Francisco Martins

O TEMPO
Oswaldo Francisco Martins


É bom
Sob nuvens
Mutantes.



2º lugar: Empatados:


FESTA JUNINA
Saulo Pessato


Baile de São João
um beijo na boca
sabor quentão.


BEIJOS
Pedro Cardoso

bocas
nós
atados


CÉU ESTRELADO
Ana Mello

A noite empresta
Vestido negro
De festa


MÉNAGE A QUATRE
Angela Bretas

Cecília cresceu lendo Lobato
Amou Andrade (no mato)
... e confessou com Coralina



3º lugar: Empatados:


MADRUGADA FINDA
Regina Lyra


Prefiro amor existente
Corações, mente.
Alegria do acordar, café quente.



SIMPLES ASSIM
lílian maial


nave avariada
céu estrelado
(re)pouso na poesia


FARO
Aila Magalhães


há matilhas à espreita
odor de sangue ainda úmido...
o alfa testa o desafiante.


Parabéns, participantes!



14 de jun. de 2021

Multiplix

PESCA      //  NOTURNA   //  DIABÓLICA // SEDUÇÃO

que me prendeu // pela boca, // em meu ouvido // sussuro quente
que me levou // na conversa // a voz rouca // ardente desejo...um fogo
que me fez isca // entrelínguas // deixando-me louca // afogando-me em beijos.

Marcelo Marques // Aila Magalhães // Judith de Souza // Marcelo Marques

31 de mar. de 2021

A pitada e o ponto, por Aila Magalhães

Quem cozinha conhece o segredo de um bom poetrix.

Não há receita no mundo capaz de ensinar o tamanho certo da pitada, a exata intensidade da mexida no tacho, a precisão do tempinho a mais no fogo. É tudo decidido no olhar cheio de interesse, no cheiro que se espalha pela cozinha, na ponta da língua...

Quem nunca se maravilhou perante um prato, surpreendido na descoberta de um tempero tão sutil quanto imprescindível? Assim também ocorre com o poetrix. Um título, três versos e trinta sílabas? Não basta! Há que se acrescentar pitadas de amores e humores e se mexer com jeito para não desonerar o molho.

Poetrix

Divi_dida

não queria
ser deus
só duas...

(Aila Magalhães)

30 de mar. de 2021

Poetrix

 


Discurso de Posse de Aila Magalhães

Hoje só é possível porque foi-se o ontem. 

Tudo é transitório, desfazimento, e por mais que doa ou pareça doer, também passará.

Quisera ter conhecido Manoel de Barros e perdido passos ao seu lado pelas margens de um rio.

Imagino quantos descoisamentos ele poderia ter me revelado. 

Na impossibilidade desse desejo, faço-o cúmplice de meus descompletares.


O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.

Manoel de Barros

Descobrir Manoel de Barros foi assombroso, foi como olhar dentro de mim. 

Quando o leio, é como se estivesse lendo algo escrito para mim, sinto-me encontrando um amigo de velhos tempos. Não poderia escolher um Patrono que não ele.

Ser poeta não é divino, sublime, nem nada. Penso que ser poeta é mais um não-ser, o que exige o  trabalho de desfazimentos.É difícil praticar desfazimentos, mas isso não precisa ser preocupante. Na verdade, quanto maior a pre-ocupação, menos a  poesia sairá de trás da orelha, do bico da chaleira ou de dentro de uma nuvem.

Bem, o primeiro beijo sempre haverá de preocupar - e muito -  o que não quer dizer que não possa ser poético, porque pode, já que começa por fazer-se e vira tudo que nem sabemos, como lagarta que voa, folha molhada de orvalho, concha que gestou pérola, o primeiro respiro de uma criança ou um raio de sol nadando em um lago .

Poetrix é poema de desfazimentos. Furtar dos versos as desnecessidades e oferecer em troca pegadas que não se sabe aonde chegarão, silhueta nua na sombra da parede,  buraco de fechadura de onde escapa luz.

Estou aprendendo desfazeres. Há 20 anos. 

Neste tempo de ligeirezas, percebi-me por vezes em um estado de não-ser, que somente a poesia ou sonhos orgásticos podem proporcionar, mas vocês sabem, ambos são como nuvens em uma linda manhã de outono, chegando e partindo sem aviso ou cerimônia. 

Então vou seguindo por aí, especulando horizontes e veredas, e vez por outra dou de cara com fiapinhos de espantos largados ao pé de um tamarindeiro - Devires.

Não é segredo que tenho um caso  - com o Poetrix - Um grande caso de amor! 

Conheci-o através do Pedro Cardoso que à distância  cutucou minha curiosidade, bem forte, creio, ou quem sabe fez-se essência do próprio nome e bateu-me na cabeça. Digo-lhe que não doeu, mas rachou, e escorreu um poetrix, o primeiro de muitos. Serei sempre grata pela cutucada e ensinamentos, querido Pedro!

Aquilae

Enquanto dorme a minha noite
Amanhece o teu dia
Quando haverá eclipse?

Depois veio o João Goulart Gomes, o GG. Confesso ter sentido um pouco de medo. 

GG era cheio de pequenas graças escondidas por trás dos óculos, enfeitava palavras com belezuras de tirar o fôlego, inventadas ali, na hora. 

29 de mar. de 2021

Biografia de Aila Magalhães

Aila Magalhães

CADEIRA 02

PATRONO: Manoel de Barros

FUNDADOR: Aila Magalhães

ATUAL: Aila Magalhães

DATA DE INGRESSO: 5 de julho de 2020

Aila Magalhães, nasceu em um subúrbio de Fortaleza (Ce), em uma casa com quintal  grande e muitas árvores. 

De temperamento tímido, ler e desenhar eram atividades favoritas.

 Estudando sempre em escolas públicas, chegou à universidade aos dezesseis anos, tendo escolhido Ciências Sociais, Letras  e posteriormente Administração, Geografia e Direito, não concluído por divergências em relação ao Código Penal. 

Petroleira por 14 anos, demitiu-se para atuar na educação, inicialmente como professora de língua estrangeira - Inglês e depois como Diretora Escolar, Superintendente e Assessora Técnica da Seduc-Ce. Pretende aposentar-se ainda em 2020.

Residiu em Boston (USA)  como bolsista da Fulbright, estudando na Boston University. 

É especialista em Avaliação da Educação e Administração Escolar e Mestre em Educação pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 

Casada há 38 anos, tem 3 filhos, uma filha, três netas e um neto. 

Participou de todas as antologias Poetrix e outras publicações em em gêneros diversos.