NOME COMPLETO DA PATRONA: ELIANA MORA
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Eliana Mora |
DATA DE NASCIMENTO: 22/12/1948
DATA DE FALECIMENTO: sem registro
NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 26
FUNDADOR: DIRCE
CARNEIRO
NOME DO ACADÊMICO ATUAL: DIRCE CARNEIRO
VIDA E OBRA
Eliana
Mora foi muito discreta. Não há muitos detalhes sobre
sua vida. Ela foi jornalista, filha de russa e polaco, professora universitária,
poeta, especialista na Arte de Dizer, integrou o Movimento Internacional Poetrix - MIP,
tendo participado de Antologias do grupo. Seus blogs, seus textos, são de uma
beleza de dar saltos e sustos. Espantos diante do belo. É pura Arte, em
imagens, letras, obras primas, nas quais ela se inspira.
Na 1ª edição da Antologia
Poetrix, de 2002, ela fez uma autobiografia,
em que declara que
é adotada pelo Rio de Janeiro. Capricorniana, de 22 de
dezembro de 1948, filha de russa e polaco, imigrantes judeus. Seu pai escreveu
e musicou muitos poemas. Dizia que ser
poeta “é uma coisa que já nasce com a gente”.
A gracinha de menina foi “levada” aos cinco anos a
frequentar o Curso Olavo Bilac “A Arte
de Dizer”, pela mãe [“ela tem tanto jeito”].
Como a futura “diva” não sabia ler, decorava as
poesias que a mãe lia para ela. E recebeu seu diploma aos 17 anos. É jornalista
e tem dois homens [filhos, gente!]
Vez por outra ministra palestras e cursos de
interpretação de texto poético.
Seu primeiro livro parece que agora...sai!
No seu Blog, Líriodeserto – como se um lírio nascesse no
deserto. No deserto de mim, está escrito, em quem sou eu:
“….no meio do caminho, sudeste, Brasil. Uma mulher que amanheceu a
vida com Poesia. E com ela segue pelos entardeceres.”
Do Rio de
Janeiro, filha de imigrantes, seu pai dizia que “ser poeta é uma coisa que nasce com a gente”
Eu
concordo, tenho sempre dito que ser poeta está no DNA.
Exemplo nos
poemas a seguir:
NÃO EXISTE FÓRMULA
...e o som divino a me rondar
talvez para apenas
me mostrar
levas de sonho
em acordes flamejantes
a compor a avenida
do poema
e eu não sei como explicar
esse simples
teorema
tão lindo
intenso
[e subliminar]
(Eliana Mora, 05/02/2017)
DE
CAMINHOS, BUSCAS E RAÍZES
De tanto olhar o impossível
a mesma direção
muitas, infinitas vezes
as estátuas de mim
não se transformam mais
no sal da terra
muito menos em raízes
que se grudam em árvores passadas.
Buscam mais de mim
aqui - no meu próprio chão.
(Eliana Mora, 24/5/201)
EM OBRA DE ARTE E TEXTOS
Quais as
‘lentes’ que o artista, em sua inspiração, teria usado nesta obra? Incríveis
tons de verde, castanho, tons que poderiam ser sentidos até como escuros,
lúgubres, fechados. E o que ele transmite é a beleza de um lago ao final de um
dia extremamente belo. Reflexos desta beleza explodem em cada pincelada.
Percebi que nos meus pensamentos imaginava com quantas ‘lentes’ temos que
contar, para que a vida não nos ‘leve’, apenas. Para que tenhamos liberdade de
sonhar com algo maior. Para que nunca precisemos abrir mão de explodir também,
em nossos sentimentos e esperanças. [Eliana Mora, 12/2/14] Eliana Mora,
04/11/2019
DUPLIX:
Vá, idade // ...da (c)alma
marilda confortin // Eliana Mora
dobra os joelhos//não me peça tanto
doma o orgulho//não a mais do que devia;
apazigua minh'alma/: da (c)alma ainda vivo -
um dia.
POETRIX:
Uau
(Eliana Mora)
secura de lua
de beijo e doçura
se-cura de ti
nascer
(Eliana Mora)
a vida quando vem
é colo é oásis
tudo tem suave som de cítara
teço
texturas
de ti
em meus tecidos
poeminha viscoço
em meio a teu visgo
me sinto emplastrada
feliz e cansada
concha
Fui colocando muito mar
à minha volta
e virei ilha
Tu, poeta
a fala inquieta
um código meio solar:
pelo tom, fragmento de asteroide...
Para o jornal eletrônico Fractoscópio, Eliana
deu a seguinte entrevista a Rosy Feros:
Eliana: Nasci aqui
no Rio, sou jornalista, maria, faz-tudo e poeta...Para sobreviver a gente faz
de tudo um pouco... meu primeiro livro
ainda não saiu, mas está preparado há um bom tempo - e eu vou mudando,
mudando...gosto muito de ministrar cursos de interpretação poética. Para todas
as idades. Quando eu puder farei isso como voluntária, e será para idosos [como
já fiz] O que me aconteceu de muito, mas muito bom este ano foi a parceria com
Tania Regina - no Mar de Poesia.
Rosy: Tanto o
jornalismo como a literatura são formas de expressar a vida em textos. Para
você, que realiza ambos, são duas atividades distintas, ou eles se alimentam
mutuamente?
Eliana: creio que todas as experiências que possamos
acumular se entrecruzam em nosso trabalho, em nossa vida. E no caso de meu
trabalho, é importante, sim. O mais importante de tudo, a meu ver, é a
sensibilidade para captar as coisas [entender é diferente] deste mundo...
Rosy: A
internet, por si só, influenciou sua forma de produzir poesia? O uso que você
faz de colchetes nos poemas deve-se a isto, é reflexo da influência que a rede
está a operar na escrita contemporânea?
Eliana: Não. Foi
uma fase, que até está diminuindo, e que surgiu antes de eu estar
"freqüentando" o mundo virtual. Aos poucos eu vou colocando em
determinadas ocasiões, somente quando sinto muita necessidade de colocá-los, é
isso. Nada, em mim, na minha poesia, é - nunca foi - estudado. É assim.
Rosy: Acredita
que os escritores ou, mais precisamente, os poetas têm algo a contribuir para
as novas formas de escrita a serem desenvolvidas em meios eletrônicos como a
internet?
Eliana: Os poetas
- a meu ver - têm sempre algo a acrescentar em qualquer plano, a qualquer
momento, seja no deserto, seja pela Internet. Mas veja bem - eu disse poeta [de
verdade]...Claro que o instrumento propicia procurar elementos novos, atiça a
curiosidade. Mas não creio que o Novo ou diferente dependa deste ou daquele
instrumento...
Rosy: Tem para
si que "ser poeta é uma coisa de nascença"?
Eliana: Sim - eu
mesma passei por essa experiência. Meu pai é poeta, inclusive fazia letras de
música que foram cantadas pelas "rainhas do rádio" em período áureo
da Rádio Nacional, aqui no Rio. Ainda era bem garoto e acabava apanhando do pai
-- mas ia... Portanto, eu posso dizer que herdei "ser poeta" . Mas
acontece que poderia não ter desenvolvido isso: mas desenvolvi. Ou melhor
dizendo: " a coisa me pegou" e eu me deixei ser agarrada por ela...
Rosy: Como
professora de interpretação poética, acha que a interpretação bela e eficaz de
um texto é algo que pode ser alcançado por qualquer pessoa amante de
literatura, ou é dom natural que se desenvolve e se aprimora? O autor de um
texto literário é, de fato, a melhor pessoa capaz de interpretá-lo?
Eliana: Não - não
acho. Há treinamentos e regras que ajudam - se bem seguidos podem colocar uma
pessoa apta a dizer e interpretar poemas, mas o dom ajuda muito. O autor pode
até não ser o melhor [seguindo o pensamento] para interpretar seu texto. Ah -
também pode ser tímido. Aí a coisa pega... muito do que se vê, em termos de
interpretação, é preparar antes a pessoa para falar em público. O fator timidez
[em minha experiência] é o que mais "esconde" o autor de dizer seus
ou outros poemas. E de se apresentar - até de conviver pessoalmente com outros
poetas - e pessoas, em geral.
Minha homenagem a Eliana Mora:
CHEGADA
(Dirce Carneiro)
três versos nas mãos
poesia em buquê
nocaute de emoção
Seu livro Mar e Jardim, publicado em 2003, contém 152 poemas compostos de 1999 a 2002.
É uma poeta do seu tempo. Sua produção encontra-se nas redes sociais, em seu Blog, em revistas e jornais eletrônicos.
Eliana Mora
é patrona da cadeira 26 da Academia Internacional Poetrix, inaugurada por Dirce
Carneiro. 26 (8) é número cabalístico para infinito.
Autora: Dirce Carneiro
8 comentários:
Que linda vida poética! Muito bom o seu texto sobre a Eliana, Dirce. Dá gosto de ler.
Ela foi uma das melhores dinossauras do Poetrix. Privilégio tê-la como Patrona na AIP.
Gostaria de ter conhecido a Eliana Mora. Temos a afinidade na poesia e no jornalismo. Parabéns, Dirce, tanto pelo texto quanto pelo privilégio de ter uma poeta desse quilate como patrona de sua cadeira...
Ter uma patrona como Eliana Mora, mulher, poeta, jornalista, mestra, mãe e tudo o mais que não sabemos...enobrece a AIP e muito me responsabiliza. Eliana foi uma mulher do seu tempo, já com seus poemas em Blogs, nas redes, na internete, em Antologias, mais do que em livros solos impressos. Sua Arte levando sua poesia para onde o vento quiser soprar. Como muitos de nós. Gratidão pela oportunidade de homenageá-lá e por fazer parte deste contexto histórico, neste tempo e lugar.
Parabéns, Dirce! Eliana era realmente muito discreta. Tive o prazer de conhecê-la pessoalmente e pude constatar a delicadeza e, ao mesmo tempo, firmeza. Seus poemas refletiam apuro e beleza. Muito boa a homenagem e a possibilidade de sua poesia se eternizar.
Eu também tive a alegria de conhecer a Eliana, até em sua casa estive por minutos! Seus poemas me fascinavam, quanto encantamento! Antes do poetrix Eliana nos brindava no Cantinho do Poeta, uma verdadeira escola para mim. Saudades da Li.
Tive a oportunidade de conhecer a poesia de Eliana, uma patrona maravilhosa Dirce, parabéns
Ah! Obrigada por incluir meu Duplix com Eliana, Dirce. Considero o melhor duplix com a minha participação.
Um primor a poesia intimista da Eliana Mora! Adorei conhecê-la por meio de sua pesquisa, Dirce!
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