15 de mai. de 2024

Varal de Poetrix - MEIO AMBIENTE – NATUREZA NÃO PERDOA


Os acadêmicos da AIP, solidários e sensibilizados com a catástrofe ambiental, dedicam estes poetrix à população do Rio Grande do Sul. 
Maio, 2024.





ÁGUAS SERPENTEIAM DESTRUIÇÃO

gaia chora feridas
dilúvio ceifa inocentes
luto, vida pede clemência

Luciene Avanzini


MEDO NOS OLHOS FELINOS

Águas lambem os telhados.
Gatos acuados.
Canoa vem, ufa!

José de Castro


LIQUIDEZ

Águas do sul
Natureza busca pote
Triste ocupação

Dirce Carneiro


SULRREAL

ciclos de exploração
descaso pelos quatro cantos
Terra deságua, aos prantos

Bianca Reis


NATUREZA SEM PARTIDO

chove na hipocrisia
direita e esquerda submersas
ilhado, um cavalo solitário aguarda o resgate

Lílian Maial


DESCOMPASSO

Barragens aguardam documentos.
Sem burocracia, a natureza.
Temporal vem sem licitação.

José de Castro


VENDAVAL DE TRISTEZAS

Angústias desabrigadas
Caminhos alagados
Há lamas de arrependimento

Claudio Trindade


DESASTRE AMBIENTAL

as águas ensinam o caminho
vá firme em frente, contorne os obstáculos
barreira da ganância: não comporta

Lílian Maial


INUNDAÇÃO NO RS: TRÁGICO IBOPE

Deu no Fantástico.
Bombou no Jornal Nacional.
Reality horror show.

José de Castro



ALAGADA

perdida, só lama e lodo
confusa, sem cama ou toldo
cheia da cheia que enche

@ Angela Bretas



AFOGADOS VERSOS

Natureza reage sem piedade
Humano frágil não comporta...
Lágrimas transbordam alvoroço

Marcelo Marques


CONTRASTE

Ciclones vão e vêm.
Rios inundam tudo.
A burocracia, tartaruga.

José de Castro


REPLAY

Águas revoltadas
Desaba o céu sem parar
Lamentos e dores e prantos

Marília Tavernard


EMOÇÃO QUE ESMAGA O PEITO

Arritmia de sensações
Amor que transborda idades
Correnteza de dúvidas

Claudio Trindade


ERODIDOS

rio flui furioso
correnteza incerta
... nada mais resta

@Angela Bretas


Afogado

transbordaram os meus olhos
inchado de dor, calo
o céu desabou em mim

Pedro Cardoso



Intempéries no campo

Vidas e plantações perdidas
Projetos na gaveta
Na mesa, pratos vazios

Marilda Confortin


O GRITO DAS ÁGUAS

Botes e não mais asfaltos
Natureza reclama cuidado
Coração, um rio seco

Andréa Abdala


GUAÍBA

O Rio do Sul é Grande mesmo
Águas transbordam
Margem de vida é urgente

Dirce Carneiro



A CONTA DA OMISSÃO

Lágrimas não rolam
Rios vingam, afloram
Críticas, não é a hora!

Andréa Abdala


SONHOS AFOGADOS

Água voraz vaza entre vãos
Distraída ou distração?
Transborda sem borda.

Valéria Pisauro


Tristeza

tenho andado cego
não me vejo, não me sinto.
é como, afogado, estivesse

Pedro Cardoso


NATUREZA GRITA

Norte, Nordeste, ecos no Sul
Brasil e mundo em alerta
Ouçam, ajam, acordes...

Dirce Carneiro


CANALHICES E MENTIRAS

Vomitadas por ‘pastor’…
Fortes chuvas, tristes mortes.
Humanistas contra horrores.

Oswaldo Martins


CATÁSTROFES

Forças incontroláveis
natureza age contra exploração
até Deus perdeu o comando

Cleusa Piovesan


Triste Porto Alegre

Guaíba inunda a cidade
Quintana e Drummond paralisados
Olhos fixos na praça vazia

Marilda Confortin



S.O.S. MEIO AMBIENTE (INTEIRO)

Lagoa dos Patos engole gente
sem saída há vidas em risco
mãe Gaia é que virou madrasta má

Cleusa Piovesan


Angústia

dói em mim as lágrimas do rio
(comportas abertas em meu peito)
destemperadas rasgam o chão

Pedro Cardoso



Tragédias climáticas

Topografia, El Niño, marés,
Ventos, suor da Amazônia.
Explicações não confortam.

Marilda Confortin 

6 de mai. de 2024

Poetrix de Antônio Carlos Menezes

O  AMOR

Acontece em silêncio 
Tem passos lentos...
A luz do amanhecer

Antônio Carlos Menezes


AS FLORES DE ABRIL

A terra molhada
O cheiro da relva
Uma brisa morna

Antônio Carlos Menezes


O MEU DIA DE ABRIL

São Jorge é o protetor 
Estórias de um eterno amor
Nas letras, o Shakespeare

Antônio Carlos Menezes


O OUTONO

Relâmpagos e trovoadas
A chuva chega forte
O medo das criançadas...

Antônio Carlos Menezes

3 de mai. de 2024

Poetrix Temáticos - Ditadura Nunca Mais

DITADURA NUNCA MAIS!

Poetrix Temáticos
AIP
Curadoria de Diana Pilatti 
Cadeira 10


Foto: Arquivo Nacional. Instagram
https://www.instagram.com/p/C5LYifxOVFC/?img_index=5.



DITADURA... NEVER MORE

Corvos no poder
Tropicália nas ruas
cultura venceu os tanques

Cleusa Piovesan


HISTÓRIA QUE NÃO PODE FICAR NO PORÃO

Resistência à opressão
"apesar de você" veio a liberdade
os ratos abandonaram a nau

Cleusa Piovesan


NÃO FALEI DAS FLORES?

Brotaram sem água, no DIP
houve cantos e vozes de denúncia
livres... "sem lenço, sem documento"

Cleusa Piovesan


12 DE MAIO DE 1967

Nasci em lua cheia... de revolta
governo ditatorial cresceu comigo
nunca brincamos juntos

Cleusa Piovesan


PURGATÓRIO

alarde o estampido
outra vida perdida
o Ceifeiro veste farda

Diana P


CALE-SE

volto os olhos ao tempo
triste efeméride
silêncio e o vinho tinto de sangue

Diana P


AMANHECEU

Apesar de tudo, é hoje
O amanhã chegou
Liberdade conquistada

Dirce Carneiro


LIBERTÁRIOS

Correntes nunca mais
Mesmo presos, fomos livres
Preito aos que se foram

Dirce Carneiro


VIDAS ROUBADAS

Choro a Educação
Alunos espiões
Jovens violentados

Dirce Carneiro


ELES NOS DAVAM VOZES

Canções do tempo ecoam
Em códigos passam no censor
Milton canta na Travessia

Dirce Carneiro


A ÚLTIMA QUE MORRE

nos calabouços, aquele fio
segue distraído funâmbulo
plateia incrédula

Lilian Maial


O PREÇO

uns nascem para pagar
os que recebem não sabem
uma vida por outras vidas

Lilian Maial


DIA DA MENTIRA

me disseram que eu era livre
naqueles tempos eu era livre
hoje eu sou livre

Lilian Maial


PÁTRIA AMADA

as noites eram longas demais
os gritos ainda ecoam nos porões
um filho teu não foge à luta

Lilian Maial


DITADURA JAMAIS

Basta usufruir o melhor
Liberdade e progresso atuais
Paz abriu as asas sobre nós

Marcelo Marques


FORÇA VENCIDA

Fim da opressão
País livre, leve e feliz
Liberdade a ser desfrutada

Marcelo Marques


CAMISA DE FORÇA

Sentimentos reprimidos
Prisões emocionais
Ditaduras (re)voltam

Marilda Confortin


PRIMAVERAS FALIDAS

Canhões não cospem flores
Balas com mil dentes voam
Mortes repousam eternidades.

Valéria Pisauro


8 DE JANEIRO DE 2024

Golpe segue assombrando
Retorno do cadáver insepulto
Brasil das desigualdades.

Valéria Pisauro


SEM REMISSÃO

Exílio da existência
Resistência não finda
Cicatriz eterna.

Valéria Pisauro


MUTILAÇÃO

Vestido funerário ao vento
Viúvas entre o talvez e o se
Vorazes poesias incompletas.

Valéria Pisauro


Dita_dura

açoitaram os meus olhos
minha mente foi apagada
Réquiem para Matraga


Pedro Cardoso


PORÕES SOM_BRIOS

asas cortadas
prenderem o sorriso
araras voam livres

Claudio Trindade


A DITA REALIDADE

Palavras algemadas
Corações trancafiados
Ratos de broche e fardas

Andréa Abdala


HINO NACIONAL

Silenciaram a canção
Musicalidade atropelada
Cassetetes em dor maior

Andréa Abdala


GORILAS EM MEIA QUATRO

Entreguismo e covardia.
Trevas ao pacato povo.
Cassação da liberdade.

Oswaldo Martins


NUNCA MAIS DITADURA

Sai de cena o inferno
purgatório é sala de espera
democracia promete paraíso

Cleusa Piovesan


O DISFARCE

Opressão em cena
Tablado do descaso
Teatro de sessenta e quatro

Andréa Abdala


QUANDO A HISTÓRIA NÃO ENSINA

defender a tirania
mente torpe ou vazia
nostalgia da estupidez

Sandra Boveto


GOLPE CIVIL-MILITAR

Grande mancha em verde oliva.
Generais, vermes… - traíras!
Criminosos não punidos.

Oswaldo Martins


PÁRIAS NA PÁTRIA

Que hino, que bandeira?
Tristes cidadãos sem chão
Fazer a hora, imperativo

Dirce Carneiro


QUEM SOUBE FEZ A HORA BEM!…

Persistentemente, sim!
Sem esperar o porvir.
Democracia foi salva!

Oswaldo Martins


CENSURA NUNCA MAIS...

sob sombras de medo vivi
memórias choram tempos duros
esperança brota, liberdade

Luciene Avanzini


POBRES ARARAS

meia quatro arrepia
carrascos contra democracia
Poetrix para sempre

Claudio Trindade


GOLPE AOS DIREITOS

crimes hediondos
impunidade militar
inocentes enjaulados

Claudio Trindade


IDEIAS ACORRENTADAS

memórias escondidas
pensar engavetado
censura jamais

Claudio Trindade


DEFENDER O BOM FUTURO

Caminhar por senda reta.
Combater qualquer golpismo…
Persistência democrática.

Oswaldo Martins


28 de abr. de 2024

Poetrix de José de Castro



UM DIA, UM RIO

Minha infância, barco sem rumo
O destino, porto de vento
Onde o meu cais?

José de Castro



JORNADA

Desertos enfrentei
Sol, areia, solidão e vento
Poesia, meu oásis

José de Castro



PREMONIÇÃO

Pressinto a cor do destino
Dores, antevejo todas
Amor, fuga maior em sol menor

José de Castro



DESEJO SECRETO

Abraçar a eternidade
Fluir no tempo
Em silêncio, dormir.

José de Castro


27 de abr. de 2024

EUGÉNIO DE ANDRADE

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: Eugénio de Andrade

NOME LITERÁRIO: Eugénio de Andrade

Eugénio de Andrade

DATA DE NASCIMENTO:  19 de janeiro de 1923

DATA DE FALECIMENTO: 13 de junho de 2005

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 05

FUNDADOR: Anthero Monteiro

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Angela Ferreira

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

Eugénio de Andrade era o pseudônimo de José Fontinhas, poeta que nasceu em Portugal, na freguesia de Póvoa do Atalaia, no Fundão no dia 19 de janeiro de 1923. Mudou-se para Lisboa aos dez anos devido à separação dos seus pais.

Frequentou o Liceu Passos Manoel e a Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936. Em 1938, aos 15 anos, enviou alguns desses poemas a Antônio Botto que, gostando do que leu, o quis conhecer, encorajando-lhe a veia literária.

Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de Inspector Administrativo do Ministério da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950 numa casa que só deixou mais de quatro décadas depois, quando se mudou para o edifício da extinta Fundação Eugénio de Andrade na Foz do D’ouro.

Durante os anos que se seguem até à data da sua morte, o poeta fez diversas viagens, foi convidado para participar em vários eventos e travou amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como Joel Serrão, Miguel Torga, Afonso Duarte, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, José Luís Cano, e muitos outros.

Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».

Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prêmio Camões (2001). A 8 de julho de 1982 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’lago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico e a 4 de fevereiro de 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

Faleceu a 13 de junho de 2005, no Porto, após uma doença neurológica prolongada. Encontra-se sepultado no Cemitério do P`razo do Repouso, no Porto. A sua campa é rasa em mármore branco, desenhada pelo arquitecto seu amigo Siza Vieira, possuindo os versos do seu livro As Mãos e os Frutos.

 

26 de abr. de 2024

SONIA GODOY

 

NOME COMPLETO: Nadir Torquato

NOME LITERÁRIO: Sonia Godoy

Sonia Godoy


DATA DE NASCIMENTO: desconhecida

DATA DE FALECIMENTO: desconhecida

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP:  18

FUNDADOR:  Pedro Cardoso

ACADÊMICA ATUAL: Pedro Cardoso

 

Nadir Torquato, que usava o pseudônimo de Sonia Gody, como nos apresenta Katia Marchese, foi poetrixta do Movimento Internacional Poetrix. Na internet não existem fotos ou escritos sobre sua vida e suas obras. A maneira como percebemos a patronesse é por meio de amigos do MIP e por documentos como esta apresentação de Katia Marchese

  

HOMENAGEM À SONIA GODOY - Por Katia Marchese

QUERO FALAR DE NADIR TORQUATO, NOSSA SONIA G.

 

girassol não gira

à sombra imensa

dos dentes de leão.


Sonia G

 

Poeta, Poetrix, trabalhava a palavra com a maestria de um blue maduro e ácido, tinha a voz poética intensa como Elis Regina, que aliás ela cantarolava, viveu e vive em outras dimensões sua grande força feminina diante das belezas da arte e das injustiças sociais desta vida.  

WILLIAM SHAKESPEARE

 

NOME COMPLETO: William Shakespeare

NOME LITERÁRIO: William Shakespeare


Fig. 1. Dramaturgo e poeta inglês


DATA DE NASCIMENTO: 23 de abril de 1564

DATA DE FALECIMENTO: 23 de abril de 1616

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP:  04

FUNDADOR:  Angela Bretas

ACADÊMICA ATUAL: Angela Bretas

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

     William Shakespeare dramaturgo e poeta inglês nasceu Stratford-on-Avon, em 23 de abril de 1564. Há poucas informações seguras sobre sua vida. Sabe-se que ele era filho de um homem próspero em situação social elevada e que se arruinou, levando a família a dificuldades. Shakespeare com 18 anos se casou com Anne Hathaway, uma mulher oito anos mais velha. Ele foi ator e acionista do grupo de lorde Chamberlain, tendo o palco sido um bom negócio para ele. Em 1596, já tinha normalizado a sua situação econômica, tendo obtido um título de nobreza para o pai.

     Em 1598, instalou-se no Teatro Globo (Globe Theatre). Começou a escrever poemas como; Vênus e Adônis (1593); O rapto de Lucrécia (1594); e 154 sonetos publicados em 1609. Produziu uma grande obra teatral, com uma visão poética refinada, que agradava a aristocracia, mas também com um forte caráter popular, que o fez se eternizar. Para divertir o público tinha em suas peças os assassinatos, as violações, os incestos e as traições. No seu estilo, os críticos de sua obra reconhecem que houve uma evolução: “passou da retórica barroca para o lirismo despojado” (Larousse, 1988, p. 5.574)

     Foram 37 peças (17 comédias; 10 peças históricas; 10 tragédias) atribuídas a Shakespeare, que podem ser divididas em três períodos:

1. Afrescos históricos como: Henrique VI (1592); Ricardo III (1593); Henrique IV (1598) e as comédias ligeiras como: A comédia de erros (1592); A megera domada (1594)

2. Período marcado pelas peças com as decepções pessoais e das grandes tragédias. Romeu e Julieta (1595); Júlio Cesar (1599), Hamlet (1601), Otelo (1604);

3. Período em que se esboça um certo equilíbrio, com as peças romanescas, como: Macbeth (1605); Rei Lear (1606); Antônio e Cleópatra (1606)

  

Fig. 2. Capa e Primeira Página de Henrique IV.1ª e 2ª partes (Skakespeare,s/d [1597; 1598])

24 de abr. de 2024

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 NOME COMPLETO: Carlos Drummond de Andrade

NOME LITERÁRIO: Drummond

Carlos Drummond de Andrade

 

DATA DE NASCIMENTO:  31 de outubro de 1902, em Itabira, MG

DATA DE FALECIMENTO: 17 de agosto de 1987, Rio de Janeiro/RJ

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 06

FUNDADOR: Antônio Carlos Menezes

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Antônio Carlos Menezes

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

Carlos Drummond de Andrade foi um grande poeta, contista e cronista brasileiro. Pelo conjunto de sua obra, tornou-se um dos principais representantes da Literatura Brasileira do século XX. É considerado, por muitos críticos literários, como um dos principais escritores do Modernismo no Brasil. Sua grande obra é A Rosa do Povo, publicada em 1945.

A trajetória pessoal e literária de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) merece ser ainda muito iluminada. Um dos maiores nomes da poesia brasileira de todos os tempos, Drummond levou uma existência aparentemente modesta e avessa aos holofotes enquanto burilava uma obra vasta e rigorosa. Vivendo no Rio de Janeiro entre 1934 e 1987, o mineiro atravessaria boa parte do século XX produzindo poesia, crônica para os jornais e marcando, sobretudo com sua obra, todas as gerações posteriores da literatura produzida no Brasil.

Grande mestre do verso livre e largo, também cultivou o verso minimalista. Ao lado, cinco exemplos de poemas sintéticos. Em meia dúzia de palavras ele consegue passar uma ideia grande, com direito a perplexidade, reflexão e ironia.

Curiosidade a respeito do minipoema "Bahia": mais de 50 anos depois, Drummond publicou um complemento a esse texto. É "O Poema da Bahia Que Não Foi Escrito", no qual ele lamenta não ter conhecido a terra de Caymmi. Esse poema está em Amar Se Aprende Amando, de 1985.

 

CERÂMICA

 

Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.

Sem uso,

ela nos espia do aparador.

 

(In José & Outros, José Olympio, 1967)