Escrever é uma arte, publicar é uma aventura.
Escrever sobre qualquer assunto é difícil e perigoso. O deslize sempre volta contra o autor. Acho que escrever é uma pena de morte, porque você expõe a sua cara ao vento e ao sol. Tudo pode acontecer...! Sempre haverá críticas, mas por pior que sejam, acho que são válidas, desde que o autor não as leve para o lado pessoal.
O Processo Criativo me intriga. Gosto de saber como os escritores se comportam quando estão escrevendo seus textos. Adoro saber sobre suas biografias antes de ler os seus livros. Quero entender como eles viveram ou vivem. Isso faz parte do meu aprendizado.
Hoje resolvi me fazer a seguinte pergunta: como é o seu Processo Criativo?!
Já me perguntei inúmeras vezes e sempre tenho respostas diferentes. Acho que sou um escritor em formação. Não me contento em escrever apenas o que me parece fácil, quero escrever algo diferente e que ainda não foi dito. Isso me faz vasculhar o que me chega às mãos todos os dias. Leio tudo de tudo. Estou sempre querendo ser melhor do que fui ontem. Isso me instiga e me faz desvendar os meus segredos e as minhas dificuldades.
Depois que parei de trabalhar para ganhar dinheiro, tomei gosto pela leitura e escrita. Atualmente estabeleci para mim um horário de "trabalho" para a escrita. Passo horas e horas lendo, ou escrevendo. Não tenho uma metodologia definida. Procuro manter uma disciplina, uma certa quietude para os meus horários. Leio e reflito com muita tranquilidade todas as críticas que recebo. Por pior que sejam me fortalecem.
Nada que escrevo ou penso jogo fora. Tenho uma pasta que chamo de "arquivo morto". Mas de morto não tem nada. Estou sempre buscando em suas entranhas ideias para aproveitar quando estou escrevendo um novo texto.
Sempre que leio uma palavra desconhecida, ela vai para o meu arquivo. Procuro o seu significado para deixar registrado. Isso é importante para mim, principalmente nos dias de hoje. Pois parece que estamos resumindo o nosso vocabulário. Às vezes penso que não pertenço a este planeta quando ouço os jovens conversando.
Eu queria ser um louco, se fosse, meu Processo Criativo seria mais lúdico.
... E viva a poesia!!!
Pedro Cardoso
4 comentários:
Pedro, você poderia destrinchar como surge o mote para o seu texto literário, depois como você escolhe o gênero a ser usado e, por fim, como você estrutura o escrito passando pelo e antevendo os trechos correspondentes ao início, meio e fim, não necessariamente nessa didática ordem. Creio que o tempo dedicado à criação artística, por ser algo prazeroso, deve motiva-lo bastante. Todavia, como acontece para a maior parte dos escritores, a necessidade de sobrevivência e a administração do tempo (esse quase sempre se nos apresenta de modo escasso) são restrições materiais que nos perturbam e nos afastam das condições ideais para quem é afeito à produção nas artes literárias. Sei, entretanto, que falar dos insights na seara literária em que atuamos não é algo fácil de ser posto em palavras. Tentemos superar tal desafio, certo? Forte abraço e viva a Literatura!
Grande irmão! Fiquei feliz pelas suas perguntas. Eu vou tentar responder da melhor forma possível.
O mote dos meus textos literários são consequência da minha necessidade de escrever. Parece que eles brotam forte em mim. Eu quero escrever sobre o que vejo que e me faz bem. Pode ser sobre uma música, pode ser uma dor de amor. Mas procuro escrever mais sobre dramas. A comédia não me fascina. Não me toca, não gosto muito.
Quanto ao gênero literário acho que sou de fase. Não consigo escrever poetrix e cartas ao mesmo tempo. Eu acho complicado. Quando minha mente pensa em poetrix, dano a ler e reler os livros que tenho de poetrix. Quando penso em escrever cartas, leio as de Clarice Lispector e aí escrevo para a Marilda Confortin.
Início, meio e fim são os arranjos mais difícil na escrita. Inicialmente escrevo sem essa preocupação. depois vou lendo e relendo para organizar minhas ideias. Quando é possível, peço para a minha mulher ler o texto em voz alta para que eu possa organizar os parágrafos. Acho difícil não ter com quem trocar ideias. Parece que sempre falta uma palavra ou frase. Uma vírgula faz muita diferença, especialmente no poetrix.
Depois que aposentei, parece que tenho todo o tempo, o que me motiva a escrever cada vez mais. Sinto que estou melhorando os meus textos, gosto de fazer coisas novas. Minha cabeça parece uma Caixa de Pandora.
Eu acho que já passei pela necessidade de sobrevivência. Concordo com você que é importante pensar nisso quando escrevemos.
Quanto aos insights eu não acredito muito nisso, não sei! Acredito no esforço, na dedicação, na vontade e desejo de criar algo novo. Meus textos não nascem prontos. Os desafios são enormes e cada dia ficam maiores e mais evidentes. A inteligência artificial está nos desafiando. Mas podemos vencer esse novo bicho papão. Acho que é isso. E viva a literatura, com ou sem IA!
Engraçado... Depois que me aposentei, escrevi menos. Acho que minha inspiração era movida à pressão do trabalho ou às dificuldades. Agora que minha vida está mais tranquila, fiquei preguiçosa kkk. No teu caso, acho que tinha um poeta pensador fazendo o papel de almoxarife dentro de ti catalogando tudo...só esperando tua aposentadoria para enfim assumir a atividade que te dá mais prazer. Abraços meu amigo
valeu Marilda é sempre uma alegria falar com você. Obrigado por suas palavras. Um grande abraço.
Postar um comentário