24 de abr. de 2024

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 NOME COMPLETO: Carlos Drummond de Andrade

NOME LITERÁRIO: Drummond

Carlos Drummond de Andrade

 

DATA DE NASCIMENTO:  31 de outubro de 1902, em Itabira, MG

DATA DE FALECIMENTO: 17 de agosto de 1987, Rio de Janeiro/RJ

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 06

FUNDADOR: Antônio Carlos Menezes

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Antônio Carlos Menezes

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

Carlos Drummond de Andrade foi um grande poeta, contista e cronista brasileiro. Pelo conjunto de sua obra, tornou-se um dos principais representantes da Literatura Brasileira do século XX. É considerado, por muitos críticos literários, como um dos principais escritores do Modernismo no Brasil. Sua grande obra é A Rosa do Povo, publicada em 1945.

A trajetória pessoal e literária de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) merece ser ainda muito iluminada. Um dos maiores nomes da poesia brasileira de todos os tempos, Drummond levou uma existência aparentemente modesta e avessa aos holofotes enquanto burilava uma obra vasta e rigorosa. Vivendo no Rio de Janeiro entre 1934 e 1987, o mineiro atravessaria boa parte do século XX produzindo poesia, crônica para os jornais e marcando, sobretudo com sua obra, todas as gerações posteriores da literatura produzida no Brasil.

Grande mestre do verso livre e largo, também cultivou o verso minimalista. Ao lado, cinco exemplos de poemas sintéticos. Em meia dúzia de palavras ele consegue passar uma ideia grande, com direito a perplexidade, reflexão e ironia.

Curiosidade a respeito do minipoema "Bahia": mais de 50 anos depois, Drummond publicou um complemento a esse texto. É "O Poema da Bahia Que Não Foi Escrito", no qual ele lamenta não ter conhecido a terra de Caymmi. Esse poema está em Amar Se Aprende Amando, de 1985.

 

CERÂMICA

 

Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.

Sem uso,

ela nos espia do aparador.

 

(In José & Outros, José Olympio, 1967)

 

BAHIA

 

É preciso fazer um poema sobre a Bahia...

Mas eu nunca fui lá.

 

(In Alguma Poesia, Edições Pindorama, 1930)

 

 

COTA ZERO

 

Stop.

A vida parou

ou foi o automóvel?

 

(In Alguma Poesia, Edições Pindorama, 1930)

 

 

[CEMITÉRIO] DE BOLSO

 

Do lado esquerdo carrego meus mortos.

Por isso caminho um pouco de banda.

 

(In Fazendeiro do Ar, José Olympio, 1954)

 

 

ENIGMA (16/06/1973)

 

Faço e ninguém me responde

esta perguntinha à-toa:

Como pode o peixe vivo

morrer dentro da Lagoa?

 

(In Amar Se Aprende Amando, Record, 1985)

 

Autora: Luciene Avanzini, 
Cadeira 09, da Academia Internacional Poetrix

4 comentários:

José de Castro disse...

Drummond pode figurar na galeria da literatura brasileira com um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos, tanto pela vastidão temática, quanto pela qualidade dos seus poemas. Foi bom prosador também. Na biografia aqui postada senti falta de dois poemas ícones: "E agora, José?" e "No meio do caminho". Que tal mencioná-los, pelo menos? Finalmente, um texto biográfico bem escrito, enxuto e sintético. Parabéns.

Marilda Confortin disse...

Beleza de pesquisa, Luciene. Trouxe a essência do Drummond para nosso deleite. 👏

Dirce Carneiro disse...

O prosaísmo poético de Drummond desconcertou os críticos, que à primeira vista não entenderam nada da escrita de Carlos.
É um dos poetas mais modernos estudados, analisados, amados.
Tenta-se decifrar CDA, seu mistério pessoal e literário fascina.
"Tinha uma pedra no meio do caminho" até hoje suscita conjecturas.
Quem não tem uma pedra no meio do caminho?
A de Drummond virou poema. Talvez uma perda - seu filho morto. Quem sabe? De pedras a gente desvia, chuta, pisa, faz joguinhos das 5 Marias, talvez castelos ou base-motivo para seguir em frente. A de Drummond é enigmático poema e nisto está o encanto desse fabuloso escritor moderno, contemporâneo.

Antônio Carlos Menezes disse...

Bravo, bravo, bravo!...