28 de ago. de 2022

Poetrix de José de Castro

brasil de hoje

novos tempos
novos ventos
que soprem ao contrário

josédecastro

Grafitrix de Angela Bretas


Angela Bretas

Poetrix de Dirce Carneiro

DANÇA-VINHO

Pisar as uvas
mosto, gosto, povo
raízes culturais

Dirce Carneiro

Grafitrix de Regina Lyra


Regina Lyra

Poetrix de Saulo Pessato

Missão ingrata

soldado sempre invade a terra
vivo ou morto entra nela
a pátria chora ouço a mãe

Saulo Pessato

Poetrix de Marília Tavernard

DESPRETENSIOSO

Como neve que chora desci minhas mãos
Teu corpo cheio de curvas sinuosas
Beijos e delírios

Marilia Tavernard

Poetrix Temáticos Lisboa de Ronaldo Ribeiro Jacobina

Imagem Google


LISBOA NUMA BOA

I
D’ARAUJO FERREIRA: TETRAVÓS
(A Antônio D’Araujo Ferreira)

Meu desejo: voltar às origens
Andar em Lisboa
Sim, “tou de boa”!

II
TAPAS E CAFÉ: DE GRAÇA NÃO É

Largo da Graça, bar Desgraça
Prazer do comer e beber… do viver
Te digo: o mundo ainda não tá perdido!

III
AINDA NO LARGO DA GRAÇA

“Tapas” no bar Desgraça
Frida -uma shih-tzu- foi fazer o quê, aí?!
Dar o ar de sua graça!

IV
BOA FAMA
(À Lisboeta Constança)

Minha e nossa é Vossa Lisboa
Da boa Constança:
Aqui, com a música, sua alma dança

V
PESSOA BOA
(À lisboeta Alice Lisboa)

Na parede, um rosto alegre
Alma viva de Alfama
Aqui, não atoa é sua fama

VI
BELLA SOMBRA, BELA ÁRVORE

Fonte do feliz e do prazer
Alegria, se queres: semeia e cria
Só assim, colherás um dia

VII
BERTRAND: O PRAZER DE LER
(À Livraria Bertrand)

No Chiado: fado e cafezinho
Das mais antigas do mundo
Fado meu: de livro… não me livro

VIII
A AUGUSTA POESIA

Dom Pedro I aqui, no Rossio, é IV
Em Martinho da Arcada - só em Lisboa -
De modo mágico, ouvi Pessoa!

IX
VIAGEM SENTIMENTAL

Em Augusta: degusto
Alfama merece a fama
Tá de boa, sim, é andar em Lisboa

Lisboa - PT, 9-31 Jul. 2022

ronaldo ribeiro Jacobina
Lisboa, 09-31/07/2022

18 de ago. de 2022

Entrevista com Acadêmico - Francisco José

 AIP - ENTREVISTA POR ESCRITO DE ACADÊMICOS PARA O BLOG DA AIP

ENTREVISTADO:
ACADÊMICO: FRANCISCO JOSÉ SOARES TORRES
CADEIRA: 24
PATRONO: MARCOS GIMENES SALUN

Neste mês apresentamos a entrevista com o médico, escritor e poeta, Acadêmico Francisco José Soares Torres.

Sua Biografia completa pode ser lida no menu Biografias, do Blog da Academia. Seu discurso de posse também está disponível na sua página pessoal neste Blog.

Primeiramente, quero agradecer ao acadêmico por ter aceitado dar esta entrevista, exclusiva, para o Blog da Academia Internacional Poetrix – AIP. Agradeço também em nome da Diretoria.

1) Fale-nos um pouco de você: onde nasceu, sua infância, que lembranças guarda com sua família, o que é prazeroso recordar.

Nasci no dia 12 de novembro de 1956. Nesta data, meus pais estavam em Crateús, Ceará, para onde haviam se dirigido a fim de que minha mãe me desse à luz e de onde retornaríamos em seguida, a Buriti dos Montes, Piauí. Fui batizado na Igreja de Nosso Senhor do Bonfim tendo como padrinho de batismo, São Francisco de Assis.
De volta para casa, cercada por areia cristalina, brincava no quintal aberto, empurrando com as mãos cepos de madeira de lei como se fossem carros e trotando vértebras de bois com os dedos indicador e médio escarranchados na curvatura desses ossos, como se fossem lombos de gado da fazenda.
Então, elevava os olhos para os morros que cercavam Buriti dos Montes, imaginando o que haveria para além daqueles cumes envoltos em mistério e magia. Em minha imaginária máquina do tempo, vejo minha avó carregando uma lata d’água protegendo a cabeça com uma rodilha de pano e meu avô, depois de embrenhar-se por breves momentos, no mato, voltar com um feixe de lenha nas costas atirando-o com estrupido no chão para hábil destroçá-lo com o machado, lenhando a madeira em cavacos para acender o café da manhã; minha mãe abrir os mourões da porteira do curral a fim de ordenhar as vacas leiteiras, deixando, no interior do cercado, do lado de fora, os machos e se dirigindo até uma fôrma rústica de madeira para prensar o queijo de coalho, sendo que metade do leite era recolhida em tigelas de Agnes para ser bebido mugido; revejo meu pai à luz de lamparina, fazendo deslizar, entre as palmas das mãos, um frasco de penicilina com o pó liofilizado, enquanto a seringa de vidro, a agulha de metal e o êmbolo da injeção fervilhavam na água, flambados por uma chama azul, alimentada com álcool, para aplicar no deltoide de minha avó, que estava morrendo: naquele momento, desejei ser médico. Em cima da mesa de madeira mal talhada, o café borbulhava na água que desmanchava um pedaço de rapadura para adoçá-lo. Logo que levantávamos da mesa, começava um sarau de poesia...

2) Você nasceu num berço literário. Sua mãe recitava poesia para você dormir. Outros membros da família também cultivavam a arte. Fale-nos sobre isso.

Minha mãe me embalava numa rede para dormir, declamando de cor versos da literatura de cordel, principalmente os cadernos do poeta José Camelo de Melo Resende: O Romance do Pavão Misterioso, Pedrinho e Julinha, Coco Verde e Melancia, O Valor da Mulher, Entre o Amor e a Espada, e Os Três Cavalos Encantados e seus Três Irmãos, que meu pai trazia de Crateús, de onde chegava com os alforjes da sela do cavalo recheados de boa leitura. Um tio poeta me incentivava a ler em voz alta, depois do jantar, à luz de uma vela feita de sebo de carneiro, embebida em azeite, num pires, em verso e prosa, tudo o que existia na pequena biblioteca da família. Meu pai era repentista e sobrinho-neto de um conhecido poeta da região, o qual era cego.

3) Como médico, a Literatura, enquanto Arte, interage com a Medicina, no seu caso?

Gosto muito de Mitologia: o centauro Quíron , nascido na Tessália, no Norte da Grécia, era médico ...

Nasci no Sertão dos Inhamuns, leste do Piauí, terra de gente que não come barro, uma região infestada por cascavéis que elevavam na ponta da cauda o chocalho, de onde tiravam as notas do prelúdio de um breve canto de morte, onde a luta por sobrevivência era difícil e transcorria numa era de devastação e miséria, tornando a maioria das pessoas rudes e práticas e comumente não formava habitantes com índole de artista, mas gerou uma família que se tornou o oásis poético desse rincão duro e seco, cantando sua terra e sua gente de forma simples e delicada, espalhando por toda a região um singelo canto. Que ninguém se aproximasse demais dos poetas, esse era o recado que dava a vida real. Mas como carregava a síndrome do mal dos poèts maudits comigo, fiz Medicina para curar um pouco a mim mesmo também. Durante longos anos dedicados ao exercício de uma das mais belas das artes, pensei que estivesse “curado”: engano fatal! Paulatinamente, aquela miíase que havia sido implantada e permanecia em estado latente em meu corpo, após um longo período de incubação volta, atingindo-me com toda sua “virulência”, infectando-me “gravemente”. Assim, entre sonhos e

15 de ago. de 2022

Dia dos Pais 3 (26 a 33)

26. PAI


Pilar seguro, braço forte
Sustentável coluna
Não deixava a casa cair

_ @Angela Bretas _


27. LEITURA

No início, sem tradução
no meio do caminho, versão
no epílogo, compaixão

Dirce Carneiro



28. VIDA

Na aurora, livre
ao meio dia, a força de um leão
no pôr do sol, um passarinho

Dirce Carneiro


29. NÓS DE SANGUE

O ciclo não se encerra
filho, pai, neto
eternos elos de amor

Dirce Carneiro


30. PARADIGMAS

Mulheres-pais
Dupla função
Paraíso em dobro?

Dirce Carneiro


31. MEU PRESENTE

Hoje, “dia dos Pais”
Mudo o acento, ponho no “i”
Que seja novamente livre meu País

ronaldo ribeiro jacobina  14 ago. 2022


32. PESCARIA

Aila Magalhães


33. COMPLETITUDE

meus primeiros passos
seus últimos momentos
estar no meio: dá gosto

Francisco José


Dia dos Pais 2 (18 a 25)

 

18. Meu velho Chico


Era forte e valente
Na roça, no campo...
Orgulho pra sua gente

(Antônio Carlos Menezes)


19. Caminho Partido
In memorian Augusto de Britto Lyra

Um grito de protesto
Olhos marejados,
Sorriso triste…

Regina Lyra


20. CEGO É QUEM NAO LÊ

Visão cansada da vida
Causos a contar
Fui sua menina dos olhos

©Angela Bretas


21. Pater noster

Se existes, estás no céu.
Perdoai nossos pecados.
Já perdoamos os teus.

Marilda Confortin


22. Pai

Misto de amor e temor
Carinho: gole de vinho
Boneca: espiga de milho

Marilda Confortin


23. PAI NO DISFARCE

Igual sobrenome
Nenhuma vontade
Corações à parte

Andréa Abdala


24. Pai

Um guia na infância
Na adolescência, paciência
na velhice, lembrança.

Saulo Pessato


25. meu pai


sempre andou armado
no coração, a fé
no bolso, a bíblia

josédecastro

14 de ago. de 2022

Poetrix - Dia dos Pais 1 (1 a 17)

HOMENAGEM DA ACADEMIA INTERNACIONAL POETRIX AO 
DIA DOS PAIS
AGOSTO DE 2022




01.BOA HORA

Espera, dores, choro
junto à mãe, vida nova
nasce um pai 

Dirce Carneiro




02. O meu eterno pai

Era segredo
Tu me ensinavas
Sou aprendiz

(Antônio Carlos Menezes)



02. PORTO SEGURO

Mão guia fazia cafuné
Contador de histórias
Onde ancorava minha dor

Marilia Tavernard




04. UM VELHO PAI

Peleu censurou a esposaTétis
não viu os calcanhares dos netos
... Aquilo de morrer solteiro!

Francisco José


05. QUANDO O PAI NÃO DIZ EU TE AMO

Há de certo um amor oculto
o jeito que aprendeu amar
...sair e voltar, todos os dias

Dirce Carneiro


06. PAI

Colo seguro
Palavras certas
Sigo tuas pegadas

Lílian Maial




07. DESPEDIDA

Na madrugada o hospital.
Amanheceu… sua mão tocou meu rosto,
Partida… meu pai.

Regina Lyra


08. CONSELHO DO VOVÔ

Dias sem sal
Noites insonsas
Tempere a vida com amor

© Angela Bretas


09. MELHOR AMIGO

Óculos, sempre parceiro
O velho rádio de pilha
Coração ainda menino

Andréa Abdala




10. PAI

não é só que gera
pai se vê no filho
pai ama e cuida

josédecastro




12. PAIS

Está no Céu
Estou na Terra
Será em Primaveras

Andréa Abdala


13. O PAI NOSSO

A quem nunca teve um pai
presente é Deus, pai-criador
nele somos filhos e irmãos

Dirce Carneiro


14. IMAGEM

Lá vinha ele, talvez sóbrio
não tinha palavras doces
debaixo do braço, o pão

Dirce Carneiro


Poema original:

PAI

Lá vinha ele, talvez sóbrio
não tinha palavras doces
trazia o pão no sovaco

Dirce Carneiro



15. IN MEMORIAM
(A Deraldo Jacobina de Britto)

De tão forte e com seus ardis
Só cabe em ti, Poetrix
O Amor por meu pai

ronaldo ribeiro Jacobina
Lisboa, 06/08/2022


16. MEU PAI

Trocava minha fralda
vigiava meu sono
os papéis se invertem

lílian maial


17. PAI

é forte, é meu herói
às vezes, meu vilão
mil facetas do amor

lílian maial

Os Grafitrix: Poetrix com imagem - são de Aila Magalhães

8 de ago. de 2022

Poetrix em homenagem a Jô Soares de Dirce Carneiro

MÚLTIPLO-HOMEM-ARTE

O mundo era bom com o Jô
homem-criança a brincar
ainda o vejo com seu bongô

Dirce Carneiro
Imagem: Exposição dos cartunistas em homenagem a Jô Soares