28 de jun. de 2022

Festas Juninas


SOSLAIOS

Adereços juninos
chapéus, bandeirolas
bandeiras nos olhares

Dirce Carneiro


FESTAS DE ÉPOCA

Era correio elegante
agora manda direct
lacra e-mail no olhar

Dirce Carneiro

anarriê: para trás!

tomou caldo de bila
bebeu chá de cansanção
limpou-se com sabugo

Francisco José


AFETO À PARÓQUIA

saiu pela porta dos fundos
estava rezando, confreira?
qual nada, com frade!

Francisco José

01.
flagrante junino

labaredas lambem a lenha
fumaça faz firulas
na fogueira, perdem-se as achas

josédecastro


02.
madrugada afora

adormece a fogueira
sonha batatas-doces
acorda cinzas... e o vento carrega

josédecastro




27 de jun. de 2022

Poetrix de Francisco José

BOTÕES DE ROSAS

abri a manhã de teu peito
descortinei os seios nacarados
o fio de tua nudez teci

Francisco José

22 de jun. de 2022

Poetrix de Sandra Boveto

 QUE PRESENTE É ESSE!

o futuro entrega o presente
desembalo
vejo conteúdo passado

Sandra Boveto

Grafitrix de José de Castro


 José de Castro

Poetrix de Saulo Pessato

Mitômano impichado

Deus acima de todos?
A ciência derruba mitos...
Heil! - que o parta.

Saulo Pessato
Antologia [R]EXISTIR pg. 161

Grafitrix de Socorro Borges



Poetrix de Angela Bretas


ERMITÃO VIRTUAL

Goza fre(nético) em 5G
Teclado melado acusa :
- Ciber-NERD-ico !

@Angela Bretas

Grafitrix de Regina Lyra

Regina Lyra
 

Poetrix de Dirce Carneiro

TAO

Proferida prece
palavra voo
ser pouso

Dirce Carneiro


Grafitrix de Diana Pilatti


Diana Pilatti
 

Poetrix de Andréa Abdala


FOLIA PREGUIÇOSA

Carnaval bate a porta
Convidado indigesto
Pierrot quer colo

Andréa Abdala

13 de jun. de 2022

Entrevista Saulo Pessato

ENTREVISTA AIP

Entrevistado: Acadêmico Saulo Pessato
Cadeira 22 - Patrono: Augusto dos Anjos


Neste mês a AIP apresenta entrevista com o professor, escritor, poeta, incentivador cultural, criador de jogos educacionais digitais, poetrixta Saulo Pessato.
Sua biografia completa pode ser lida no menu biografias, do Blog da Academia.
Primeiramente, quero agradecer ao acadêmico por ter aceitado dar esta entrevista, exclusiva, para o Blog da Academia Internacional Poetrix – AIP.  Agradeço também em nome da Diretoria.

1) Você nasceu em Brasília. A falta de mar na cidade favorece maior imersão nas Artes?

Geralmente não é o oposto? Não dizem que o mar favorece imersão? Então, sua ausência deveria prejudicar, não favorecer, certo? De qualquer forma, para mim é difícil precisar. Saí da cidade muito criança, com apenas 9 anos, e o que havia de artista em mim, se havia, estava ainda muito incipiente. Além disso, nunca vivi em cidades litorâneas. O mar nunca foi um ambiente obrigatório para inspiração. Quem sabe um dia descubra?

2) Como a sua formação acadêmica se conecta com a Literatura que você produz?

Acredito que a ligação com tantos autores clássicos e o inevitável estudo da gramática de nossa língua estimule não apenas certo senso crítico no processo criativo, mas também amplie o leque de mestres e inspirações. Não creio que seja um atributo exclusivo de profissionais de Letras nem que todos dessa área estão sujeitos às mesmas virtudes. Entretanto, a predisposição à escrita e certo talento com as palavras podem ser muito beneficiados por uma formação como essa.

3) Você tem uma trajetória, uma história de atuação em vários segmentos culturais. O que pode nos dizer sobre isto? Como se encaminhou para estas diferentes áreas, com o ofício de escrever?

Parte das oportunidades de experimentação literária teve seu estopim acendido dentro das escolas, por exemplo ao participar de projetos que envolviam teatro. Foi assim que escrevi duas peças infanto-juvenis e rabisquei um musical ainda não concluído. Também dentro do colégio, conheci um professor que encabeçou um ambicioso projeto do qual participei, que unia roteiros de jogos e material didático. Os demais segmentos surgiram a partir de atividades nas redes sociais. Nela envolve-se a publicação de todos os meus livros e minha participação em dois projetos culturais relacionados a programas infantis, mas que ainda estão no papel.

4) Fale-nos da sua atuação nas redes sociais, onde você tem muitos seguidores. Existe algum objetivo, como educador, escritor, nessa atividade, além do entretenimento?

Vejo as redes sociais como uma ferramenta importante e ao mesmo tempo ambigume para a divulgação de um trabalho: por um lado elas permitem que qualquer artista aproxime sua atividade de um público; por outro, estimula, através da cultura do like a qualquer preço, uma inundação de “famosos” sem grandes conteúdos, o que torna bastante difícil para o público consumidor o “garimpo” de bons trabalhos. Além disso, a dinâmica das redes sociais muda constantemente, obrigando o criador de conteúdo a malabarismos maçantes para manter o alcance e isso enche muito o saco. Atualmente, uso-as apenas para agradar ao público que fielmente me acompanha sem tanta preocupação com objetivos de entretenimentos extravagantes.

5) Que livros você já escreveu e em que gêneros? Qual a matéria dos seus livros? Fale-nos sobre eles. Tem um modo especial para vender suas obras?

Escrevi quatro livros como autor e participei de duas antologias como coautor. No jardim das borboletas foi o primeiro deles, publicado no susto, de forma independente em 2016. É um livro de poesias lírico-amorosas, dividido na sua estrutura em três períodos distintos: em Manhã, encontram-se os poemas de lirismo pueril, impetuoso, apaixonado, subjetivo e recíproco; em Tarde, poemas de teor reflexivo-filosófico com abordagens mais analíticas acerca do amor e do amar; em Noite, organizam-se os poemas que tematizam o sofrimento amoroso e as adversidades do amor. Por ser um livro independente — e o primeiro, protagonizo suas vendas, seu envio, sua distribuição. Os demais foram lançados pelo intermédio de editoras, com quem prefiro deixar para realizar a parte operacional. Verso entre virilhas foi lançado em seguida, em 2017 pela Editora Laranja Original (segunda edição agora em 2021 pela Editora Crivo), é um livro de poesias eróticas, tema escolhido por votação em minhas redes sociais.  Com estruturas e ritmos conhecidos da literatura
tradicional combinados a novas possibilidades estilísticas, também apresenta uma divisão em sua composição a partir das partes de uma relação sexual: CORPO – PRELIMINARES – SEXO ORAL – HUMOR – A CÓPULA; e é um livro para quem gosta de poesia, para quem gosta de sexo e para quem gosta de tudo ao mesmo tempo. Diálogos de olhos veio em seguida em 2019, primeiro no gênero crônica. O livro propõe

3 de jun. de 2022

Poetrix temáticos [R]EXISTIR - Antologia Poetrix 7 - 2021 - 42 autores

A Antologia Poetrix 7 [R]existir estará exposta na 26a. Bienal Internacional do Livro de São Paulo
(2 a 10 de julho de 2022)
Sessão de autógrafos 3 de julho de 2022
das 10 às 12:30h
Estande da Editora Scortecci

Este trabalho, para o Blog da AIP, sob o título POETRIX TEMÁTICOS [R]EXISTIR, Antologia 7, traz uma mostra de um Poetrix por autor participante do livro.
A Antologia foi publicada em 2021, embora estivesse sendo preparada desde 2019, pelos poetrixtas e mais tarde acadêmicos Goulart Gomes e Aila Magalhães. 
A proposta do livro foi lançada em 2020 com a criação da Academia Internacional Poetrix e seguiu os moldes tradicionais de organização das publicações Poetrix, até então, ou seja, sob a responsabilidade de seus organizadores.
Tem a participação de 42 poetas, acadêmicos e não acadêmicos, com 12 Poetrix cada um.
Segue a mostra de 1 Poetrix por autor:


Sertão: Do amarelo-queimado ao marrom-acinzentado
Aila Magalhães

Estradinha magra, desnuda,
Sol de derreter moleiras...
Na cerca, um carcará em modus espera

Fases
Ana Mello

Dia é findo
Vem a noite
lua nova sorrindo

Morador de rua
André Figueira

Por muito tempo resisti!
Morei na vida dos outros,
só não residi em mim...

ONÇA PINTADA
Andréa Abdala

sofrido...
assistir a obra
descolorindo

News do Dia
Angela Bretas

Com fome
Sintonizou a TV
...viajou na maionese!

Dias Melhores
Angela Ferreira

como guerras
quanto caos
almejo Paz Mundial!
Coisa do coração
Antonio Carlos Menezes

Sinto-me forte
Não importa se o caminho é longo
Vou sozinho

Caminhos de Luz
Beth Iacomini

Enchem meus olhos
Respiro esperança
! meu País de novo nos trilhos

Reexistir IV
Carlos Fiore

Neste cubículo orbital,
Tudo está dentro da caixinha.
Existir é o que há pra hoje

Sobre(e)xistir
Chico Zé (Francisco José Torres)

assusta-me o salto
assalta-me o susto
a vida tem um custo

Parasitas
Clécia Santos

Sangue do trabalho
Desce ralo
Nas tetas de quem mama

Nada sei
Cleusa Piovesan

Vida além-túmulo?
Existo no presente
Faço presente a vida

Não morro sem ver mudar isso
Cyro Mascarenhas

Isso meu velho dizia
Partiu sem ver mudar nada...
Digo eu, quem sabe, um dia?

Natal
Diana Pilatti

no céu periférico uma estrela
três mulheres sobem a ladeira
na lona-berço Jesus Preto

SOS
Dirce Carneiro

Terra clama
fauna e flora: chamas
nação indígena inflama

Malabarismo da vida
Eliete Marry

Sou pão
Alimento esperança
Sou circo balé de risos

Surreal
Fátima Mota

Com pinceladas
Insisto na vida
Pinto cores DALI, daqui, de lá

Quarentena
Gilliard Santos

Em meio a livros
Em meio a lives
Em breve livres
RITALINAS
Gilvânia Machado

Maria vai com outras
Eu vou à Lee
Reinventar-me.

mini-oração matinal
Goulart Gomes

Nossa Senhora dos Desvalidos
livrai-nos de todo o Mal
hospital, delegacia e tribunal


Pior dos Males o “Desmente”
Isi Caruso

Entorpece, infantiliza
Não sei, não disse
Eu? Não, foi o outro.
Insípido
José de Castro

Sem educação, sem saúde
Destempero no país
Por favor, me passa o pré-sal


Da descoberta das Asas
Karol Castro

Não temo os abismos
Lanço-me no infinito
Sou ponto fora da curva da vida!

Ausências
Leonia Freitas Sá

De teus beijos
Terra árida
Ata_cama
Carnívora
Lilian Maial

A poesia não mata a fome.
O poema tempera a dor.
É como mastigar o perfume da rosa.


VERSOS PRIMITIVOS
Lorenzo Ferrari

Desconectei palavras
Saciei vogais
Degluti ruídos

SERRA BERRA
Luciano Borba

Grito de guerra
Amor pela terra
Ronco da lei...

Não me covid pra balada
Marilda Confortin

Sou dengosa,
evito mosquitos
e más influenzas

Conta a Lenda
Marília Tavernard

Menina não resistiu
Barriga pontuda
Foi o boto, sinhá

Horizontes Para Resistir
Martinho Branco

A paisagem é bela.
O sorriso também.
Sentados na janela o futuro não vem

Jornalismo Verdadeiro
Oswaldo Martins

“Mata a cobra e mostra o pau”.
Revela a verdade crua
- De fácil entendimento!

Garoto Nacional
Pedro Cardoso

tem menino
que usa régua
pra medir seu potencial

Tempo de Flores
Regina Lyra

Entre flores do campo passeio
Meu corpo agradece
Banho de aroma da terra.
Resistência Religiosa
Rita Queiroz

Acredito na força do amor
Respeite o meu credo
Que eu respeito o seu louvor


Um Tijolo para Soletrar
Ao Educador Paulo Freire e à Pernambucana alfabetizada
Ronaldo Ribeiro Jacobina

Ta Te Ti To Tu: TU
Já Je Ji Jo Ju: JÁ
La Le Li Lo Lu: LÊ

Uma nova consciência
Rosa Morena

Acima do caos
Sobre os abismos
O homem fabrica suas asas
Individualidade
Sandra Boveto

resisto à sua régua
tenho minhas medidas
só quero borracha e lápis

Célebre
Saulo Pessato

Na história quem passa, quem fica?
O general da guerra e da glória,
O artista de Guernica

Mulher
Socorro Borges

Engenharia de afetos
Tijolos, pratos, laptop, educação...
A construção é dela!

Persistência
Tânia Souza

Vem acre & seco & ocre
El pranto.
Verse, ainda, teus espantos.

Pro_Nobis
Valéria Pisauro 

Sinal aberto intransitivo
Corpo sem tramelas
Despiu meus possessivos

Ode à vida
Vera Azevedo

Van Gogh
Um abraço o salvaria
Setembro amarelo

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Diretoria de Comunicação - Dirce Carneiro 
Junho/22