Confesso que relutei muito em escrever esse discurso. Primeiro porque posse é uma palavra que traz para mim muitas contradições. Não julgo possuir nada nessa vida como coisa definitiva, apenas temporária, por um período,e o ato de tomar posse me parece admitir que possuo, sou dona para sempre. Claro, ninguém possui nada para sempre e até o sempre é relativo. Quanto aos discursos, no modo formal e com toda a pompa, não me representam, pois não gosto de formalidades. Porém, minha avó dizia que em determinadas situações devemos dançar conforme a música e ela era muito sábia nas suas vivências.
Então, para honrar a academia e os demais acadêmicos digo que é realmente uma distinção ter um dia descoberto o poetrix e ter integrado a arte de cometer esses tercetos na minha vida. Adoro o minimalismo, talvez porque julgue não ter tempo para muita conversa e por gostar de extrair o cerne de tudo.
É meu lado químico e gastronômico que se une ao gosto literário e procuro na literatura também a simplicidade de sabores, mas com toda essência e pureza.
Desde o início da minha caminha pelo universo do poetrix procurei divulgar a forma e dar destaque a quem também navega neste mar de poesia. Ocupar uma cadeira na AIP só aumenta minha responsabilidade e espero continuar aprendendo e possuir a criatividade suficiente para contaminar outros poetas e leitores.
Que a eternidade possa contradizer meus conceitos de tempo e deixar o poetrix gravado na memória e na história da literatura.
Amém!
Ana Mello
2 comentários:
Verdade. Nada é definitivo, se estamos vivos.
Quem é o seu patrono?
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