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30 de mar. de 2021

Discurso de posse de Ana Mello



Confesso que relutei muito em escrever esse discurso. Primeiro porque posse é uma palavra que traz para mim muitas contradições. Não julgo possuir nada nessa vida como coisa definitiva, apenas temporária, por um período,e o ato de tomar posse me parece admitir que possuo, sou dona para sempre. Claro, ninguém possui nada para sempre e até o sempre é relativo. Quanto aos discursos, no modo formal e com toda a pompa, não me representam, pois não gosto de formalidades. Porém, minha avó dizia que em determinadas situações devemos dançar conforme a música e ela era muito sábia nas suas vivências.

Então, para honrar a academia e os demais acadêmicos digo que é realmente uma distinção ter um dia descoberto o poetrix e ter integrado a arte de cometer esses tercetos na minha vida. Adoro o minimalismo, talvez porque julgue não ter tempo para muita conversa e por gostar de extrair o cerne de tudo.

É meu lado químico e gastronômico que se une ao gosto literário e procuro na literatura também a simplicidade de sabores, mas com toda essência e pureza.

Desde o início da minha caminha pelo universo do poetrix procurei divulgar a forma e dar destaque a quem também navega neste mar de poesia. Ocupar uma cadeira na AIP só aumenta minha responsabilidade e espero continuar aprendendo e possuir a criatividade suficiente para contaminar outros poetas e leitores.

Que a eternidade possa contradizer meus conceitos de tempo e deixar o poetrix gravado na memória e na história da literatura.

Amém!

Ana Mello

Discurso de Posse de Goulart Gomes na AIP

Era uma vez um menino esquelético que mal tinha o que vestir, nem sempre tinha o que comer e morava em uma casa que não tinha nada, mas tinha um teto, sob o qual seus pais procuraram fazer o melhor que podiam pela sua “criação”. Filho adotivo de Mário, um guarda civil comunista, paraplégico, aposentado por invalidez e de Maria, uma negra semi-alfabetizada de coração gigante, diziam os médicos que o menino raquítico não iria se criar, que não adiantaria tomar Emulsão Scott nem Biotônico Fontoura.  

O golpe militar havia acontecido um ano antes e o pai adotivo – talvez por ironia, talvez por admiração – não hesitou em colocar no menino (nascido no Dia do Trabalhador) o nome do presidente deposto: João Goulart e lhe dar seu sobrenome:  de Souza Gomes.  Um ato de coragem, naqueles anos de chumbo e pólvora, nos quais pessoas desapareciam por muito menos. Não fosse por isso, o menino seria um Ferreira da Silva (sobrenome de Alice, sua mãe biológica), assim como Lampião, o rei do cangaço.  Aquele menino não tinha noção de quase nada, nunca se perguntara a que veio ao mundo, nem mesmo para que o mundo servia. Vivia. Um dia após o outro, proibido de transitar nas perigosas ruas do Centro Histórico de Salvador, Bahia, onde morava, mas que tinha permissão para ir sozinho aos cines Liceu, Guarani, Tamoio, Excelsior, Bahia e à Biblioteca Monteiro Lobato, no Largo de Nazaré, sempre andando, pois dinheiro para a passagem do ônibus não havia.

Aquele menino, que se encantou com os poucos livros de seu pai (trancados em uma velha cristaleira, pois taças também não havia), os filmes do cinema e as séries de ficção científica da TV (Jornada nas Estrelas, Viagem ao Fundo do Mar, Terra de Gigantes, Perdidos no Espaço, etc), foi o gérmen deste homem que aqui fala. Ninguém acreditaria que pudesse ser. Mas aos poucos, mais livros e filmes foram chegando. Como diria meu querido amigo, o poeta Damário da Cruz, o menino conheceu o mundo primeiro por intermédio deles. Daí, talvez, a visão equivocada, ficcional, das coisas que ele carregaria ao longo da vida. Não era um menino para integrar academias, nem de ginástica nem de letras. O escritor Antônio Torres conviveu com aquele menino e seu pai, antes de ganhar o mundo e uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Feliz coincidência: dois acadêmicos passarem por uma mesma casa.

O menino virou adolescente e foi trabalhar como office-boy do Banco Nacional do Norte, aos quatorze anos de idade. E a partir de então já não faltava dinheiro para comprar livros e mais livros, muitos deles adquiridos no sebo Casa dos Livros, de Dário, no Viaduto da Sé. Seis anos depois se casou com uma colega de trabalho (que já mudou de dimensão e lhe legou dois maravilhosos filhos: Gersínio e Leonardo), mesmo ano em que publicou suas primeiras poesias em uma coletânea. Mania de leitor voraz, que achava que podia ser escritor. E foi se inventando poeta, e foi garatujando muitas coisas. A Educação, a Cultura, o Conhecimento são os mais fortes elementos de transformação socioeconômica.

Foi um processo gradativo de mudanças de seus nomes literários: primeiro, Souza Gomes; depois, João Goulart de Souza Gomes, até afirmar-se como Goulart Gomes (por sugestão do poeta Hugo Pontes).

Discurso de posse de Antonio Carlos Meneses

 

Olá, meus amigos poetrixtas!

É uma grande satisfação fazer parte dessa nossa Academia, tendo como objetivo a ampla divulgação do nosso poetrix. Ocupo a cadeira 6, tendo a honra de ter como patrono o saudoso mestre poeta Carlos Drummond de Andrade (Itabira-MG, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987).

Sobre a minha formação universitária, bem como quanto à minha trajetória profissional, em resumo, tudo começou quando fiz o curso de Direito, entre 1977 a 1982, na Universidade Católica de Pernambuco. Logo após a conclusão do curso e, com o registro da OAB-PE, passei a exercer a minha atividade advocatícia na área do Direito do Trabalho. Posteriormente, contemplado no concurso para o cargo de Delegado de Polícia, exerci aquela função em diversas cidades do interior, até quando fui designado para a Corregedoria, onde completei a minha missão como Delegado, aposentando-me com a intenção de retornar a minha atividade anterior. Fiz mais dois cursos de pós-graduação na área jurídica. Porém, sempre fui apaixonado pela literatura, especialmente à poesia. Durante minha cavalgada poética, encantei-me pela poesia do admirável poeta Carlos Drummonde Andrade, meu digníssimo patrono.

Nesta oportunidade, venho saudar ao mestre e amigo Goulart Gomes, criador dessa nova linguagem poética, uma pessoa maravilhosa, inteligente, criativa, que se dedica à literatura em geral, especialmente à poesia, com quem continuo aprendendo muito, durante esses 20 e poucos anos na elaboração do nosso terceto.

Saudade, sinto muita, da época que começamos a criar, inventar, reinventar os nossos poetrix no grupo do Yahoo. A empolgação era intensa, uma alegria demasiada, uma vontade extraordinária de escrever sempre o que sentíamos, o que pensávamos, o que vivíamos, extraindo o que havia de melhor, de mais bonito...

Sinto-me grato e pleno por ter participado de todas as antologias publicadas pelo Movimento Internacional Poetrix.

Em 2014, publiquei o meu primeiro livro de poetrix, pela editora Literata - São Paulo, lançado primeiramente na Bienal do Livro de São Paulo e, posteriormente, na minha cidade Recife/PE, na Livraria Jaqueira. Foi um momento de conquista e de festa!

O meu desejo é seguir esse Movimento Literário sempre na condição de eterno aprendiz, participando de todos os eventos dedicados ao nosso poeminha. E que nem os afazeres e tampouco as adversidades da vida roubem de mim o tempo e a disposição para que eu cada vez mais desfrute dos meus momentos de leitura, de criatividade.

Para finalizar, agradeço de coração a todos os meus amigos poetrixtas e admiradores do nosso poemeto.

Abraços com poesia,

ACM

Discurso de Posse de Aila Magalhães

Hoje só é possível porque foi-se o ontem. 

Tudo é transitório, desfazimento, e por mais que doa ou pareça doer, também passará.

Quisera ter conhecido Manoel de Barros e perdido passos ao seu lado pelas margens de um rio.

Imagino quantos descoisamentos ele poderia ter me revelado. 

Na impossibilidade desse desejo, faço-o cúmplice de meus descompletares.


O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras fatigadas de informar.
Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.

Manoel de Barros

Descobrir Manoel de Barros foi assombroso, foi como olhar dentro de mim. 

Quando o leio, é como se estivesse lendo algo escrito para mim, sinto-me encontrando um amigo de velhos tempos. Não poderia escolher um Patrono que não ele.

Ser poeta não é divino, sublime, nem nada. Penso que ser poeta é mais um não-ser, o que exige o  trabalho de desfazimentos.É difícil praticar desfazimentos, mas isso não precisa ser preocupante. Na verdade, quanto maior a pre-ocupação, menos a  poesia sairá de trás da orelha, do bico da chaleira ou de dentro de uma nuvem.

Bem, o primeiro beijo sempre haverá de preocupar - e muito -  o que não quer dizer que não possa ser poético, porque pode, já que começa por fazer-se e vira tudo que nem sabemos, como lagarta que voa, folha molhada de orvalho, concha que gestou pérola, o primeiro respiro de uma criança ou um raio de sol nadando em um lago .

Poetrix é poema de desfazimentos. Furtar dos versos as desnecessidades e oferecer em troca pegadas que não se sabe aonde chegarão, silhueta nua na sombra da parede,  buraco de fechadura de onde escapa luz.

Estou aprendendo desfazeres. Há 20 anos. 

Neste tempo de ligeirezas, percebi-me por vezes em um estado de não-ser, que somente a poesia ou sonhos orgásticos podem proporcionar, mas vocês sabem, ambos são como nuvens em uma linda manhã de outono, chegando e partindo sem aviso ou cerimônia. 

Então vou seguindo por aí, especulando horizontes e veredas, e vez por outra dou de cara com fiapinhos de espantos largados ao pé de um tamarindeiro - Devires.

Não é segredo que tenho um caso  - com o Poetrix - Um grande caso de amor! 

Conheci-o através do Pedro Cardoso que à distância  cutucou minha curiosidade, bem forte, creio, ou quem sabe fez-se essência do próprio nome e bateu-me na cabeça. Digo-lhe que não doeu, mas rachou, e escorreu um poetrix, o primeiro de muitos. Serei sempre grata pela cutucada e ensinamentos, querido Pedro!

Aquilae

Enquanto dorme a minha noite
Amanhece o teu dia
Quando haverá eclipse?

Depois veio o João Goulart Gomes, o GG. Confesso ter sentido um pouco de medo. 

GG era cheio de pequenas graças escondidas por trás dos óculos, enfeitava palavras com belezuras de tirar o fôlego, inventadas ali, na hora. 

29 de mar. de 2021

Inauguration Speech by Angela Bretas at AIP - Academia Internacional Poetrix

"To be great is to embrace a great cause."
(William Shakespeare)

When I opened my e-mail box, there was an invitation from the master creator of Poetrix, from Bahia, Goulart Gomes, to join the Poetrix International Academy, occupying chair number 4. I was honored and here I am to embrace, together with fellow poetrixts, this great cause. Invitation accepted, it was up to me to choose the patron. I received several literary advice throughout my life when reading different authors and styles, but the one who undoubtedly led me to think fast when expressing myself, the one who made me question or daydream was undoubtedly William Sheakespeare. He wrote:

"The men of few words are the best."
(from Play: Henrique VI)

"To be
or not be
That is the question ! “

(From the monologue in Hamlet)

According to critics, “To be or not to be” went beyond its context and became a broad existential question. "To be or not to be" is about acting, taking action and positioning yourself or not in the face of events. William Shakespeare an immortal writer of the English language, master of dramaturgy and universal literature. His literary style solidified into poetry, romance, drama, comedy and tragedy. Immortalized are his writings, he had a form of 'poetrix' like few others, and it was with reverence for him that I chose him as a patron.

Discurso de posse de Angela Bretas

“Ser grande, é abraçar uma grande causa.”
( William Shakespeare )

Quando abri minha caixa de e-mails lá estava o convite do mestre criador do Poetrix , o baiano Goulart Gomes, para ingressar na Academia Internacional Poetrix ocupando a cadeira de número 4. Honrada fiquei e aqui estou para abraçar, juntamente com os companheiros poetrixtas , esta grande causa.

Convite aceito , ficou a meu critério escolher o patrono. Conselhos literários recebi vários ao longo da vida ao ler autores e estilos diversos, mas aquele que sem dúvida me conduzia a pensar rápido ao me expressar, aquele que me fazia questionar ou sonhar acordada foi, sem dúvida, William Sheakespeare. Escreveu ele:

“Os homens de poucas palavras são os melhores.” ( da Peça: Henrique VI)

“Ser
ou não ser
Eis a questão !” ( do monólogo em Hamlet)

Segundo críticos “Ser ou não ser” extrapolou seu contexto e se tornou um questionamento existencial amplo. “Ser ou não ser" é sobre agir, tomar a ação e se posicionar ou não diante dos acontecimentos. William Shakespeare, um imortal escritor da língua inglesa, mestre da dramaturgia e literatura universal. Seu estilo literário se solidificou em poesia, romance, drama, comédia e tragédia. Imortalizadas são suas escritas, ele possuía uma forma de ‘poetrixar’ como poucos, e é com reverência a ele que o escolhi como patrono.

28 de mar. de 2021

Discurso de posse de Marília Baêtas Tavernard

DISCURSO DE POSSE DA ACADÊMICA MARÍLIA BAÊTAS TAVERNARD, CADEIRA 15


Queridos poetrixtas:

É com imenso prazer que saúdo a todos vocês integrantes da Academia Internacional Poetrix, assim como ao nosso querido Goulart Gomes, por esta iniciativa e por tudo que têm nos presenteado ao longo da trajetória do Poetrix para que o mesmo tivesse o destaque merecido dentro do cenário nacional e internacional.

Hoje, é um dia especial para mim. A indicação do meu nome vem em uma hora muito delicada de minha vida devido a problemas de saúde na família, perdas de pessoas queridas. E ainda vem este ano de 2020, tão atípico, o qual trouxe mudanças radicais na vida de todos. Agradeço de coração a indicação para ocupar a cadeira de número 15 e também a acolhida generosa de todos os envolvidos.

Dentre tantos patronos maravilhosos a escolher, minha preferência foi Kathleen Lessa. Nascida em 14 de novembro, na cidade de São Paulo, formada em Letras (Português/Francês/ Literatura) e em Ciências Sociais e Políticas (Especialização em Sociologia da Vida Cotidiana) atuou profissionalmente nas duas áreas. Trabalhou na Educação durante 33 anos. Contemporânea do grupo Yahoo, sempre dava dicas importantes: “Não deixem de adquirir a obra reunida de Leminski, "Toda Poesia", lançada recentemente pela Companhia das Letras. Conta com cerca de 600 poemas, projeto acompanhado por Alice Ruiz”.

Discurso de Posse de José de Castro

Discurso de Posse de José de Castro na AIP - Academia internacional Poetrix, Cadeira 11


Olá, amigos e amigas poetrixtas e todos os que vierem aqui.

Alegria é feito verso pequeno que fala grande ao coração, assim, feito haicai e poetrix.

Gratidão ao poeta, historiador e acadêmico, Goulart Gomes, criador do gênero e fundador da Academia Internacional Poetrix, pelo convite para eu estar aqui, nesta ilustre casa. Espero corresponder à honra e ser um valoroso Cavaleiro da Távola poetrix. Saúdo a todos e a todas vocês que têm a ousadia de inventar, em três versos, os espantos e os sustos que nos abismam.

Aqui estamos, a tentar colher flores por entre espinhos, em meio à dor e à angústia dessa pandemia, que só não é mais louca do que aquele a dizer que nos governa. Tempos outros virão, tenho fé. Por isso, poemamos miúdo, com palavras de longo alcance. Os olhos queimando de porvir.

Agora, o patrono. Difícil escolha. Muitos nomes bons, poetas vários que me trazem fogo aos olhos, comichão nos dedos, leveza ao coração. De Bandeira e Drummond a Calvino.

Esta Academia é uma festa a cada patrono acolhido. Vejo-me em todos eles. Para nós poetas, a respirar vida, eles representam o oxigênio necessário para alimentar nossa poesia ao longo do tempo que ainda nos resta.

Grande desfile de nomes. O criador dos guilherminos. O poeta pantaneiro Manoel. Alguns, de Minas, feito meu padrinho literário Elias José – que também já se foi para as estrelas junto com Bartolomeu Campos de Queirós. Eu, aqui, órfão e precisando de um patrono que sustente toda essa minha dor de tantas perdas… Aí, lembrei-me dos versos:

essa vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem (Paulo Leminski)

Ah, Leminski, você que se foi tão moço, passagem meteórica por esse planeta, quisera vivesses ainda como tantos poetas e loucos - feito nós - que nos encantamos de palavra pouca para dizer muito. Eu te escolho. Vem, assenta-te aqui, e choremos juntos nossos porres de luar. Enquanto pudermos, cantaremos haicai aqui até a hora derradeira. Antes que a estrela se apague, acendamos o verbo para o crepítar das labaredas que ardem em nossos olhos visionários. Vem, aceita ficar aqui, ao lado de todos esses amigos e amigas que têm o condão de criar, do nada, um mundo de alegorias tantas, para fazer brilhar as luzes de um novo tempo. (Parece-me que ele aceitou, pois foi acatado pelo Goulart. E com o número um não se discute...).

Discurso de posse de Lorenzo Ferrarri

Discurso de Posse de Lorenzo Ferrari na AIP - Academia Internacional Poetrix, Cadeira 13.


Um herói
 
Amor Sublime 
@ Jesus Cristo

“Ame o seu
Próximo como
A si mesmo”
               Mateus 22:37-39
 
Abro meu discurso de posse da cadeira treze com o primeiro herói da minha vida, Jesus Cristo. Logo eu, que nasci em berço judaico, sendo pagão para os moldes católicos. Nunca fui batizado, e até hoje não muito religioso encantei-me com suas palavras.  Este poetrix, adaptado foi escrito em três versos mesmo na Bíblia, e só faltou o título que tomei a liberdade de fazê-lo para demonstrar que o poetrix é bem mais antigo que se imagina... E a grande mensagem sobre o amor perdura na minha vida como meu mantra sagrado.
Com o passar dos anos fui conhecer meu segundo grande herói: Leonardo Da Vinci.

Móbile
@Leonardo da Vinci

“Todo pequeno movimento
Feito por um objeto no ar, é mantido
Pelo seu ímpeto. ”

Conheci nos tempos de colégio quando já escrevia meus primeiros poemas. Da Vinci me encantou pelo seu conhecimento em diversas áreas e pela sua busca incansável do porquê das coisas, do saber, do entender.... Foi a segunda mensagem que recebi na minha vida: o conhecimento é infindável e devemos ter a humildade de reconhecer que nunca vamos aprender tudo, mas que devemos sim sempre estarmos em aprendizado...

Já na adolescência fui conhecer meu terceiro grande herói: Hermann Hesse. No seu grande livro, Sidartha, sobre a vida de Buda podemos extrair

Vida
@Hermann Hesse

“Buscar significa: ter um objetivo.
Mas encontrar significa: ser livre,
Estar aberto, não ter objetivo. ”
 
Hermann Hesse chegou na leva dos ganhadores de Prêmio Nobel de Literatura (1946).  Naquela época já tinha certeza que queria ser um escritor e tinha como meta ler vários ganhadores do Prêmio Nobel. Acabei descobrindo Luigi Pirandello (1934), William Faulkner (1949), Ernest Hemingway (1954), Albert Camus (1957), Jean-Paul-Sartre (1964), Samuel Beckett (1969), Pablo Neruda (1971), Octavio Paz (1990), José Saramago (1998) entre outros. Na época eu era co-editor de um jornal chamado Café Literário, e publiquei vários números resgatando os ganhadores do Nobel de Literatura.
Claro que existiam autores que não foram laureados e acho até injustamente. Um dos meus preferidos Milan Kundera. Mais tarde descobri um autor que considero o maior de todos, meu patrono, Italo Calvino.

Escrever
@Italo Calvino

“Escrever é sempre esconder algo
De modo que mais tarde
Seja descoberto”

Discurso de posse de Lílian Maial

Discurso de Posse de Lílian Maial na AIP - Academia Inernacional Poetrix, cadeira 12.

Senhor Presidente da Academia Internacional Poetrix,
Senhores Acadêmicos,
Prezados Companheiros,

Da mesma forma que Alfredo Bosi (que ocupou a cadeira com o número 12 na Academia Brasileira de Letras) iniciou seu discurso de posse, eu começo o meu com uma simples palavra: obrigada! Não uma palavra usada como um dever, mas como o mais sincero sentimento de gratidão. Agradeço o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, a convivência com amigos queridos, porém, principalmente, pela sensação impagável de pertencimento. Nada como pertencer! Como disse Clarice Lispector, em A Descoberta do Mundo: “A vida me fez de vez em quando pertencer, como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo.”

E este grupo de poetas (e amigos) tem características singulares, ao mesmo tempo que plurais, sem a menor contradição, trouxe a certeza de pertencimento.