28 de abr. de 2024

Poetrix de José de Castro



UM DIA, UM RIO

Minha infância, barco sem rumo
O destino, porto de vento
Onde o meu cais?

José de Castro



JORNADA

Desertos enfrentei
Sol, areia, solidão e vento
Poesia, meu oásis

José de Castro



PREMONIÇÃO

Pressinto a cor do destino
Dores, antevejo todas
Amor, fuga maior em sol menor

José de Castro



DESEJO SECRETO

Abraçar a eternidade
Fluir no tempo
Em silêncio, dormir.

José de Castro


27 de abr. de 2024

EUGÉNIO DE ANDRADE

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: Eugénio de Andrade

NOME LITERÁRIO: Eugénio de Andrade

Eugénio de Andrade

DATA DE NASCIMENTO:  19 de janeiro de 1923

DATA DE FALECIMENTO: 13 de junho de 2005

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 05

FUNDADOR: Anthero Monteiro

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Angela Ferreira

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

Eugénio de Andrade era o pseudônimo de José Fontinhas, poeta que nasceu em Portugal, na freguesia de Póvoa do Atalaia, no Fundão no dia 19 de janeiro de 1923. Mudou-se para Lisboa aos dez anos devido à separação dos seus pais.

Frequentou o Liceu Passos Manoel e a Escola Técnica Machado de Castro, tendo escrito os seus primeiros poemas em 1936. Em 1938, aos 15 anos, enviou alguns desses poemas a Antônio Botto que, gostando do que leu, o quis conhecer, encorajando-lhe a veia literária.

Em 1943 mudou-se para Coimbra, onde regressa depois de cumprido o serviço militar convivendo com Miguel Torga e Eduardo Lourenço. Tornou-se funcionário público em 1947, exercendo durante 35 anos as funções de Inspector Administrativo do Ministério da Saúde. Uma transferência de serviço levá-lo-ia a instalar-se no Porto em 1950 numa casa que só deixou mais de quatro décadas depois, quando se mudou para o edifício da extinta Fundação Eugénio de Andrade na Foz do D’ouro.

Durante os anos que se seguem até à data da sua morte, o poeta fez diversas viagens, foi convidado para participar em vários eventos e travou amizades com muitas personalidades da cultura portuguesa e estrangeira, como Joel Serrão, Miguel Torga, Afonso Duarte, Carlos Oliveira, Eduardo Lourenço, José Luís Cano, e muitos outros.

Apesar do seu enorme prestígio nacional e internacional, Eugénio de Andrade sempre viveu distanciado da chamada vida social, literária ou mundana, tendo o próprio justificado as suas raras aparições públicas com «essa debilidade do coração que é a amizade».

Recebeu inúmeras distinções, entre as quais o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários (1986), Prémio D. Dinis da Fundação Casa de Mateus (1988), Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1989) e Prêmio Camões (2001). A 8 de julho de 1982 foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’lago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico e a 4 de fevereiro de 1989 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

Faleceu a 13 de junho de 2005, no Porto, após uma doença neurológica prolongada. Encontra-se sepultado no Cemitério do P`razo do Repouso, no Porto. A sua campa é rasa em mármore branco, desenhada pelo arquitecto seu amigo Siza Vieira, possuindo os versos do seu livro As Mãos e os Frutos.

 

26 de abr. de 2024

SONIA GODOY

 

NOME COMPLETO: Nadir Torquato

NOME LITERÁRIO: Sonia Godoy

Sonia Godoy


DATA DE NASCIMENTO: desconhecida

DATA DE FALECIMENTO: desconhecida

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP:  18

FUNDADOR:  Pedro Cardoso

ACADÊMICA ATUAL: Pedro Cardoso

 

Nadir Torquato, que usava o pseudônimo de Sonia Gody, como nos apresenta Katia Marchese, foi poetrixta do Movimento Internacional Poetrix. Na internet não existem fotos ou escritos sobre sua vida e suas obras. A maneira como percebemos a patronesse é por meio de amigos do MIP e por documentos como esta apresentação de Katia Marchese

  

HOMENAGEM À SONIA GODOY - Por Katia Marchese

QUERO FALAR DE NADIR TORQUATO, NOSSA SONIA G.

 

girassol não gira

à sombra imensa

dos dentes de leão.


Sonia G

 

Poeta, Poetrix, trabalhava a palavra com a maestria de um blue maduro e ácido, tinha a voz poética intensa como Elis Regina, que aliás ela cantarolava, viveu e vive em outras dimensões sua grande força feminina diante das belezas da arte e das injustiças sociais desta vida.  

WILLIAM SHAKESPEARE

 

NOME COMPLETO: William Shakespeare

NOME LITERÁRIO: William Shakespeare


Fig. 1. Dramaturgo e poeta inglês


DATA DE NASCIMENTO: 23 de abril de 1564

DATA DE FALECIMENTO: 23 de abril de 1616

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP:  04

FUNDADOR:  Angela Bretas

ACADÊMICA ATUAL: Angela Bretas

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

     William Shakespeare dramaturgo e poeta inglês nasceu Stratford-on-Avon, em 23 de abril de 1564. Há poucas informações seguras sobre sua vida. Sabe-se que ele era filho de um homem próspero em situação social elevada e que se arruinou, levando a família a dificuldades. Shakespeare com 18 anos se casou com Anne Hathaway, uma mulher oito anos mais velha. Ele foi ator e acionista do grupo de lorde Chamberlain, tendo o palco sido um bom negócio para ele. Em 1596, já tinha normalizado a sua situação econômica, tendo obtido um título de nobreza para o pai.

     Em 1598, instalou-se no Teatro Globo (Globe Theatre). Começou a escrever poemas como; Vênus e Adônis (1593); O rapto de Lucrécia (1594); e 154 sonetos publicados em 1609. Produziu uma grande obra teatral, com uma visão poética refinada, que agradava a aristocracia, mas também com um forte caráter popular, que o fez se eternizar. Para divertir o público tinha em suas peças os assassinatos, as violações, os incestos e as traições. No seu estilo, os críticos de sua obra reconhecem que houve uma evolução: “passou da retórica barroca para o lirismo despojado” (Larousse, 1988, p. 5.574)

     Foram 37 peças (17 comédias; 10 peças históricas; 10 tragédias) atribuídas a Shakespeare, que podem ser divididas em três períodos:

1. Afrescos históricos como: Henrique VI (1592); Ricardo III (1593); Henrique IV (1598) e as comédias ligeiras como: A comédia de erros (1592); A megera domada (1594)

2. Período marcado pelas peças com as decepções pessoais e das grandes tragédias. Romeu e Julieta (1595); Júlio Cesar (1599), Hamlet (1601), Otelo (1604);

3. Período em que se esboça um certo equilíbrio, com as peças romanescas, como: Macbeth (1605); Rei Lear (1606); Antônio e Cleópatra (1606)

  

Fig. 2. Capa e Primeira Página de Henrique IV.1ª e 2ª partes (Skakespeare,s/d [1597; 1598])

24 de abr. de 2024

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

 NOME COMPLETO: Carlos Drummond de Andrade

NOME LITERÁRIO: Drummond

Carlos Drummond de Andrade

 

DATA DE NASCIMENTO:  31 de outubro de 1902, em Itabira, MG

DATA DE FALECIMENTO: 17 de agosto de 1987, Rio de Janeiro/RJ

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 06

FUNDADOR: Antônio Carlos Menezes

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Antônio Carlos Menezes

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

Carlos Drummond de Andrade foi um grande poeta, contista e cronista brasileiro. Pelo conjunto de sua obra, tornou-se um dos principais representantes da Literatura Brasileira do século XX. É considerado, por muitos críticos literários, como um dos principais escritores do Modernismo no Brasil. Sua grande obra é A Rosa do Povo, publicada em 1945.

A trajetória pessoal e literária de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) merece ser ainda muito iluminada. Um dos maiores nomes da poesia brasileira de todos os tempos, Drummond levou uma existência aparentemente modesta e avessa aos holofotes enquanto burilava uma obra vasta e rigorosa. Vivendo no Rio de Janeiro entre 1934 e 1987, o mineiro atravessaria boa parte do século XX produzindo poesia, crônica para os jornais e marcando, sobretudo com sua obra, todas as gerações posteriores da literatura produzida no Brasil.

Grande mestre do verso livre e largo, também cultivou o verso minimalista. Ao lado, cinco exemplos de poemas sintéticos. Em meia dúzia de palavras ele consegue passar uma ideia grande, com direito a perplexidade, reflexão e ironia.

Curiosidade a respeito do minipoema "Bahia": mais de 50 anos depois, Drummond publicou um complemento a esse texto. É "O Poema da Bahia Que Não Foi Escrito", no qual ele lamenta não ter conhecido a terra de Caymmi. Esse poema está em Amar Se Aprende Amando, de 1985.

 

CERÂMICA

 

Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.

Sem uso,

ela nos espia do aparador.

 

(In José & Outros, José Olympio, 1967)

23 de abr. de 2024

DENISE SEVERGNINI

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: Denise de Souza Severgnini

NOME LITERÁRIO: Denise Severgnini

Denise Severgnini

 

DATA DE NASCIMENTO: 19 de março de 1959

DATA DE FALECIMENTO: 09 de janeiro de 2013

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 10

FUNDADOR: Diana Pilatti

NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Diana Pilatti

 

VIDA E OBRA

Denise Severgnini nasceu em Porto Alegre, mas morava em Lomba Grande, zona rural de Novo Hamburgo na companhia das suas duas gatas de olhos azuis como os dela, por quem era apaixonada. Casada com Márcio Prass, não tinha filhos. Graduada em Biologia pela UFRGS, foi professora da Rede Municipal de ensino de Novo Hamburgo, lecionando as disciplinas de Ciências, Artes e Matemática, ensino religioso e Inglês. Desde pequena gostava de escrever. Em 1983 participou de duas coletâneas: Festa na Janela e Cacos de Luar. Por mais de 20 anos ficou afastada dos escritos poéticos só retomando em 2004 quando começou a publicar poemas no site da Notívaga Noturna. A partir de então começou a publicar poemas em site próprio (http//denisesevergnini.multiply.com) ou em sites de outros poetas virtuais.

Faleceu no dia 9 de janeiro de 2013, aos 53 anos, devido à parada cardio-respiratória, deixando a poesia lusófona mais pobre e centenas de poetas e amigos, chocados e chorosos, desdobrando-se em poemas, mensagens e homenagens a querida amiga das letras. Escrevia em quase todos os estilos, desde a literatura infantil, diversas formas de poema, até ao erótico, sendo brilhante em todos. Tem textos publicados em vários sites, entre eles Recanto das Letras, Jornal Raiz Online, Poetas e Escritores do Amor e da Paz e Poesia Retrô.

Denise Severgnini por Diana Pilatti, “saudosa poeta gaúcha, que nos deixou no dia 9 de janeiro de 2013, aos 53 anos. Também professora, sua escrita audaz transita por vários gêneros, da prosa ao poema, da literatura infantil à erótica – cujos textos estão disponíveis em diversos sites especializados em publicações literárias e também em seu site pessoal na internet. Curiosa e apaixonada pela inovação, explorava a palavra em todas as suas possibilidades. Dela guardo um duplix, escrito em 2008, sobre o outono e seus encantos”

 

Videotrix de Andréa Abdala


 

Poetrix de Sandra Boveto



 ANÃ MARROM

queria ser Sol 
só já sou
estrela sem vida

Sandra Boveto

20 de abr. de 2024

POETRIX DE OSWALDO MARTINS


SINGULARIDADES ÍMPARES

Raios solares fortíssimos.
Céu, mar e terra e palmeiras.
Pássaros fazendo festa.


FALSA LIBERDADE E ELON

Contra tudo de Ciência.
Destruir democracias.
Anarquismo quer no mundo.


NASCITURO POEMINHA

Com origem em Bashô?
Para além da Natureza!...
Sem título, incerto e livre.


Oswaldo Martins

Poetrix de Dirce Carneiro

 

GABIB

(Série Romances)

Nacib quer casar
Gabriela só quer amar
Melhor ficar no tempero baiano

Dirce Carneiro



SINOS

(Série Romances)

Vozes da chama
Quem mata se morre
Mary-Jordan são respiros

Dirce Carneiro



SHAN_ARYUMAND

(Série Romances)

Coroa de saudade
Motivo de amor e dor
Taj Mahal, lágrima-arte

Dirce Carneiro

14 de abr. de 2024

ARMANDO LEAL


NOME COMPLETO: Desconhecido

NOME LITERÁRIO: Armando Leal

FOTO: não encontrada

DATA DE NASCIMENTO: desconhecida

ANO DE FALECIMENTO: Outubro de 2004

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 16

FUNDADOR: Martinho Branco

ACADÊMICA ATUAL: Martinho Branco



Armando Leal foi um poetrixta do início do movimento Poetrix, quando ainda não existiam os recursos das redes sociais de hoje e as poucas ferramentas de comunicação virtual disponíveis do Brasil eram o e-mail e uma plataforma de gerenciamento de listas de associados chamada YahooGroups.


Armando Leal era de Portugal e permaneceu conosco por pouco tempo, de 2001 até 2004. Não chegamos a conhecê-lo pessoalmente. Assim como aconteceu com outros poetrixtas do início do - Movimento Internacional Poetrix que partiram precocemente, não registramos seu nome completo, fotografia nem seus dados pessoais. Por esse motivo, nossas buscas na internet para obter mais informações, não foram bem-sucedidas. Se alguém tiver mais informações sobre ele, por gentileza encaminhar para a AIP - Academia Internacional Poetrix, para complementarmos a biografia.

O que temos sobre Armando Leal é um belo e sensível texto escrito pelo acadêmico português Martinho Branco, publicado na Antologia Poetrix 6 em 2019, o qual transcrevo fielmente abaixo.


HOMENAGEM À ARMANDO LEAL – Por Martinho Branco



Para quem conviveu, ainda que virtualmente, através da sua escrita poética, de Setembro de dois mil e um a Outubro de dois mil e quatro, guarda na lembrança, certamente, o olhar atento, lúcido e dinâmico, patente nas escritas do poeta e poetrixta Armando Leal. Quando ele nos deixou… Pedi silêncio, porque tinha partido um poeta e um bom amigo.

Escrevi num poetrix, na altura, algumas palavras sentidas de homenagem ao Armando…



Os poetas fazem a diferença

Questionam
Futuram a vida
Despertam silêncios



É com profunda tristeza [emoção] e grande saudade que sentimos a ausência de um Amigo [Leal] tão verdadeiro. O Armando partiu demasiado cedo, em dois mil e quatro, e nunca [Nunca] nos encontrámos no mundo real. É curioso, em Portugal moramos todos perto uns dos outros [o país é tão pequeno], mas tão distantes, cada um de cada um.


Assim, perdemos boas oportunidades de nos encontrarmos, de aprofundarmos amizades e de criarmos novos horizontes na construção da arte poética. No entanto, no grupo Poetrix [MIP], através da net, existia uma boa afinidade poética.

Chegámos a fazer parceria em vários Duplix [poetrix duplo construído por dois autores].

Vejamos um dos seus Poetrix, talvez o menos conhecido, como se fosse uma pintura ou uma breve impressão feita de palavras:


ÀS AVESSAS

há em mim um pirilampo
e um fundo de cores:
escrevo ao contrário e sem luz [A.Leal]



Na realidade, o nosso poeta Leal gostava do tema pintura… em mais uma mistura pictórica de vocábulos, através do surreal, numa homenagem ao pintor da Catalunha, façamos com os sentidos bem despertos uma viagem introspectiva pelas sombras das palavras, à descoberta das horas perdidas…



À Salvador Dali

relógios dobrados pela cintura
pesquisam o tempo
ao longe caem horas dos ponteiros [A. Leal].


Escrever também é esculpir ideias, modelar palavras, dar sentido aos sonhos, desbravando caminhos novos pelos trilhos, ruas, travessas, becos ou avenidas do poema. Tantas vezes sentimo-nos à deriva e refugiamo-nos ou não…



Fútil
sinto-me vazio e escrevo.
as letras parecem pedras
e doem-me os gestos. [A. Leal].



No grupo Poetrix [MIP], este foi considerado e votado como um dos “Melhores Poetrix de 2003”.

Mas o poeta, apesar de desanimado, seja qual for a sua razão, não desiste e da fraqueza gera novas energias…


Adjectivando

Talvez ainda haja versos e céu
e vozes dentro do cérebro.
Amanhã invento mais substantivos. [A. Leal].



Por vezes, quando olhamos para o mundo que nos rodeia, por distração nossa ou outras razões, apenas conseguimos distinguir certas cores, mas se tivermos um olhar um pouco mais atento, talvez consigamos descobrir que no mundo há sempre mais algumas cores e que todas são, igualmente, importantes e necessárias na vida de todos nós…



Aquarela


degrau a degrau
desmonto a paisagem
- redescubro outras cores [A. Leal]



Um bom exemplo da sua forma de ser, de estar e de fazer, num dos momentos de pousio, em que a produção escrita esteve um pouco arredada do grupo Poetrix, em Março de dois mil e quatro, escreveu o nosso amigo A[r]mando…



Então, vamos que vamos? Nada escrito, depois da nossa querida Aila ter assumido de novo a condução da lista? Quando fui director, nos idos anos 80, duma revista do Centro Cultural e esportivo da empresa onde trabalhava escrevi um editorial em que dizia: Transformar tempo em espaço escrito é, desde há muitos séculos, a atitude mais criadora do Homem. Frequentemente diz-se: Não há tempo. E passa-se o tempo à espera que o tempo passe. Acho que é o que se está passando com a nossa lista. Se todos os associados escrevessem de 2 em 2 ou de 3 em 3 dias, mesmo que seja fraquinho, atrás virão outros Poetrix de maior qualidade. Não fiquem a olhar o tempo... a ver se chove ou se faz sol. Abraços. A.Leal”


Lembro-me de, num e-mail enviado para o grupo, ter escrito este parecer...

Grande Armando, subscrevo as tuas palavras. Abaixo a ociosidade! Mas, atenção, os poetas não preguiçam, voam, viajam… “E viva a Poesia!”


A mensagem do poeta Leal foi lida e, provavelmente, seguida por todos os que amam a escrita poetrix, porque o MIP [Movimento Internacional Poetrix] e o Poetrix sobreviveram a todos os momentos menos fáceis e, passados vinte anos [1999-2019], cá estamos nós a comemorar o abandono da adolescência poetrix, com edição da 6.ª Antologia Internacional Poetrix.


É verdade, não nos esqueçamos que o nosso saudoso amigo e poeta [pela qualidade das suas palavras, pelo trato e pelo ritmo das suas ideias com futuro] é um nome a não esquecer.


Por tudo isto, poetrixta Armando Leal, estejas onde estiveres no mundo virtual [real?] do além vida ou em outro espaço qualquer, uma certeza eu tenho: o Poetrix estará sempre contigo.

Até sempre, Amigo!


Autor: Martinho Branco

Fonte: Antologia 6 – Poetrix 20 anos, Rumo Editorial, 2019




MANOEL DE BARROS

 

NOME COMPLETO DO PATRONO: Manoel Wenceslau Leite de Barros

NOME LITERÁRIO: Manoel de Barros

Manoel de Barros

 

DATA  DE NASCIMENTO: 19 de dezembro de 1916.

DATA DE FALECIMENTO: 13 de novembro de 2014

NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 02

FUNDADOR: Aila Magalhães

ACADÊMICA ATUAL: Aila Magalhães

 

VIDA E OBRA DO PATRONO

 

[...] "Quisera ter conhecido Manoel de Barros e perdido passos ao seu lado pelas margens de um rio. Imagino quantos descoisamentos ele poderia ter me revelado. Na impossibilidade desse desejo, faço-o cúmplice de meus descompletares:


O apanhador de desperdícios

 

Uso a palavra para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras fatigadas de informar.

Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão

tipo água pedra sapo (Manoel de Barros).

 

Descobrir Manoel de Barros foi assombroso, foi como olhar dentro de mim.

Quando o leio, é como se estivesse lendo algo escrito para mim, sinto-me encontrando um amigo de velhos tempos. 

Não poderia escolher um Patrono que não ele.” –Trecho do discurso da Acadêmica AilaMagalhães, titular da cadeira 2 da Academia Internacional Poetrix.

 

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Manoel de Barros nasceu em Cuiabá, Mato Grosso, no dia 19 de dezembro de 1916. Filho de João Venceslau Barros e de Alice Pompeu Leite de Barros. Passou a infância em fazenda da família localizadas no Pantanal.

Foi naqueles ambientes primitivos, em contato pleno com a natureza, que Manoel de Barros cresceu e começou a inventar palavras como se elas não existissem, como se fossem lagartas que ele criava, mimava e alimentava para um dia transformá-las em borboletas.

Já na adolescência, no colégio interno na cidade de Campo Grande, onde estudou, o menino pantaneiro identificou-se com a escrita de Padre Antônio Vieira e com sua rebeldia nata chocou os professores, dizendo que, para ele, a frase era mais importante que a fé.

Eu não gostava de refletir, de filosofar; mas os desvios linguísticos, os volteios sintáticos, os erros praticados para enfeitar frases, os coices na gramática dados por Camilo, Vieira, Camões, Bernardes - me empolgavam. Ah, eu prestava era praquilo! Eu queria era aprender a desobedecer na escrita (Manoel de Barros).

12 de abr. de 2024

Varal de Poetrix - Roseana Murray


Poetrix carinhosamente escritos por acadêmicos da AIP para 

Roseana Murray 





MURRAY 

eu não a conhecia
seu lugar é à esquerda
agora, mora em meu peito

Pedro Cardoso


POETA ROSEANA 

Manhã como outra manhã
Uma luta desproporcional
Teus versos continuarão


Marilia Tavernard


ROSEANA MURRAY

Leveza e afeto nos versos
Braço forte pra defender a vida
Poesia é amor e garra

José de Castro


NA DESTREZA ORA PERDIDA

Valentia em luta vista.
Vida sã se fez dorida.
Esperança está prevista!

Oswaldo Martins


SUPERAÇÃO

Felicidade desfocada
Hiato desafia a vida
Sangra a poesia.

Valéria Pisauro


A LUTA DA POETA CONTRA TRÊS PITBULLS

perde o braço, mas não perde o verso
a palavra sobrevive vangogheanamente
vida à esquerda!

Lílian Maial


MURRAY

a caneta ninguém lhe tira
de suas páginas, a heroína
fez-se autora da própria vida

Sandra Boveto


QUATRO DÉCADAS DE POESIA

"Fardo de carinho" na bagagem
infantes abraçaram Roseana
"Emaranhado" de sensibilidade

Cleusa Piovesan


ATAQUE DE CÃES A POETA

No chão o verso sangra
Poesia em carne viva
Um anjo demitido

Andréa Abdala


ATAQUES DA VIDA

Surpresas dilacerantes
Feridas a preço de sangue
partes perdidas... reconstruídas

Marcelo Marques
 

O PINTOR E A POETA

um perde a orelha direita
ambos ganham um brilho nos olhos
a arte estava à esquerda

Francisco José


PRESENTE DE MÃO DIREITA, VIDA

Eterna mão perdida
Memória celular em versos
A que fica agradece o existir

Dirce Carneiro