NATHAN DE CASTRO, por Lilian Maial
Nathan de Castro era um poeta simples, dessas pessoas, como Manoel de Barros, que dizia belezas e sentia a natureza e a vida como poucos. Sua inércia perante a finitude e a incompletude era expurgada nas pequenas rebeldias de seus versos, fossem quartetos, sonetos ou tercetos. O poetrix possibilitou-lhe voos mais curtos, porém, com a mesma imensidão da poesia que brotava, feito olhos d’água, desse bardo liquefeito.
Sim, Nathan de Castro mantinha uma intensa relação com a água, desde seu nascimento (em meio a uma tempestade, como ele mesmo descrevia), até ao nome da cidade natal: “Olhos d’Água”, município de João Pinheiro – MG.
Água e solidão, essa senhora que ele cativava como cúmplice. Em seu poetrix “Alma de Poeta”, podemos apreciar a extensão:
Alma de Poeta
Alma de poeta
tem asas de borboleta
e penas de solidão.
A perplexidade da vida e a natureza também o inspiravam, como neste excelente “Besouro”:
Besouro
Besouro besta!
Tromba nas paredes...
Pensa que é poeta.
Enfim, Nathan de Castro será imortalizado por seus magníficos versos, qualquer que fosse a forma, sendo um dos pioneiros do poetrix. Ao poeta, nossa eterna gratidão e saudade!
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