NOME COMPLETO
DO PATRONO: OLGA SAVARY
NOME LITERÁRIO: OLGA
SAVARY
DATA DE NASCIMENTO: 21 de maio de 1933
DATA DE FALECIMENTO: 15 de maio de 2020
NÚMERO DA CADEIRA NA AIP: 03
FUNDADOR: Ana Mello
NOME DO ACADÊMICO ATUAL: Ana Mello
VIDA E OBRA DO PATRONO
Olga Savary nasceu em Belém, no Pará, em 1933. Era filha única do engenheiro eletricista russo, Bruno Savary e da paraense neta de indígenas, Célia Nobre de Almeida. Enquanto criança, absorveu fortemente os elementos da cultura de sua terra natal, transmitidos pela família materna. Até os três anos, teve a vida dividida entre Belém e Monte Alegre no interior do Pará, cidade de seus avós maternos. Em 1936, seu pai, por motivo de trabalho, leva a família para o Nordeste, onde fixa moradia em Fortaleza.
Em 1942, os pais de Olga se separaram e ela foi para o Rio de Janeiro onde passou a morar com um tio materno, começando a desenvolver suas habilidades literárias. Aos onze anos passa a redigir um jornalzinho, incentivada por um vizinho, para quem escrevia, sendo remunerada por isso. Sua mãe, no início, recriminava a vocação da filha, pois queria que ela se dedicasse à música, o que Olga detestava. Nesse tempo, ela começa a escrever e a guardar seus escritos em um caderninho preto, que sempre era deixado com o bibliotecário da ABI para que sua mãe não o destruísse.
Sua convivência com a mãe se torna difícil ao ponto de Olga, aos 16 anos, pensar em ir morar com o pai, desistindo por achar que ainda estaria muito perto da mãe. Contudo, aos 18 anos, Olga volta a Belém, indo morar com parentes e estudando no Colégio Moderno. Posteriormente decide voltar para o Rio, onde começa a alavancar sua carreira de escritora.
Participou do filme de 1968, “Edu, Coração de Ouro”. Correspondente de diversos periódicos no Brasil e no exterior, organizou várias antologias de poesia. Sua obra também está presente em diversas antologias brasileiras e internacionais, como a Antologia de Poesia da América Latina, editada nos Países Baixos, em 1994, com 18 poetas — inclusive dois prêmios nobel: Pablo Neruda e Octabio Paz.
Foi poeta, como gostava de ser chamada, contista, romancista, crítica, tradutora e ensaista. Traduziu mais de 40 obras de mestres hispano-americanos, como Borges, Cortázar, Carlos Fuentes, Lorca, Neruda, Octavio Paz, Jorge Seprun e Mario Vargas Llosa e os mestres japoneses do Haicai - Basho, Buson e Issa.
Foi membro do PEN Club associação mundial de escritores, vinculada à UNESCO, da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da ABI - Associação Brasileira de Imprensa e do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica. Foi presidente do Sindicato de Escritores do Estado do Rio de Janeiro em 1997-1998. Foi também conhecida por ter sido a primeira mulher brasileira a lançar um livro inteiramente dedicado a poemas eróticos.
Colaborou com vários jornais e revistas do Brasil e do exterior. Teve também alguns de seus poemas musicados pelo compositor e intérprete Madan, Pedro Luiz das Neves (1961 - 2014), como "Çaiçuçáua", "Pele" e "Geminiana".
PREMIAÇÕES
A escritora acumulou vários dos principais prêmios
nacionais de literatura, entre eles o Prêmio Jabuti, de Autor Revelação, pelo
livro Espelho Provisório, concedido pela Câmara Brasileira do Livro(1971), o Prêmio de Poesia, pelo livro Sumidouro,
concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (1977), e o
Prêmio Artur de Sales de Poesia, concedido pela Academia de Letras da Bahia pelo livro
Berço Esplêndido (1987).
LIVROS PUBLICADOS
· 1970 - Espelho Provisório
(poemas)
· 1977 - Sumidouro (poemas)
· 1979 - Altaonda (poemas)
o 1982 - Magma (o 1º livro
editado por uma mulher só com poemas eróticos)
· 1982 - Natureza Viva
(poemas)
· 1986 - Hai-Kais (poemas)
· 1987 - Linha d'água
(poemas)
· 1987 - Berço Esplendido
(poemas)
· 1989 - Retratos (poemas)
· 1994 - Rudá (poemas)
· 1994 - Éden Hades (poemas)
· 1996 - Morte de Moema
(poemas)
· 1996 - Anima Animalis
(poemas)
· 1997 - O Olhar Dourado do
Abismo (contos)
· 1998 - Repertório Selvagem
(poesia reunida
Olga faleceu em Teresópolis, 15 de maio de
2020, por causa de uma parada cardíaca, devido a COVID-19.
Autora: Marília Tavernard
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REFERÊNCIAS
Itaú Cultural (28 de março de 2011).
«Enciclopédia Literatura Brasileira». Consultado em 21 de janeiro de 2013.
Pereira, João Carlos (13 de fevereiro de 2021).
«Olga Savary». Instituto Silvio Meira. Consultado em 22 de março de 2022.
«Olga Savary». Tiro de Letra. Consultado em 15
de maio de 2020
«A poeta e tradutora Olga Savary, morre aos 86
anos, vítima de covid-19». Revista Prosa Verso e Arte. Consultado em 15 de maio
de 2020.
«Edu, Coração de Ouro». Cinemateca Brasileira.
Consultado em 15 de maio de 2020.
«Olga Savary, a poeta do erotismo». Universidade
Livre Feminista. Consultado em 15 de maio de 2020.
«Morre, aos 86 anos, a poeta Olga Savary». O
Estado de São Paulo. Consultado em 15 de maio de 2020.
5 comentários:
Hilda Hilst escreveu alguns livros com trabalhos eróticos e pornográficos. Vemos que essas mulheres - Olga e Hilda - ambas nascidas nos anos 30 - desafiaram preconceitos e tabus sociais, muitos deles ainda arraigados em mentes conservadoras e retrógradas de reminescentes mentes atrasadas e ainda vivas a infernizar a sociedade hoje com seus mundos de trevas.
Gostei muito do texto. A pena da Marilda é sempre impecável. Parabéns!
Esqueci de colocar meu nome no comentário anterior. Escusas!
Oi Oswaldo! A pesquisa sobre a Olga é da nossa acadêmica amiga Marília Tavernard. Eu só publiquei. Os créditos são para ela.
Agradeço sua leitura e benvindos comentários. Abraços.
Das poetas contemporâneas, Olga é minha favorita. Tive o prazer e a honra de ter sido sua amiga e de ela ter feito o prefácio de meu primeiro livro de poemas em julho/2.000. Ela foi ao lançamento, inclusive. Repertório Selvagem é livro de cabeceira. Ela fazia poetrix sem saber que eram, e haiku. Ótima biografia, Marília! Parabéns!
Amo Olga Savary! É uma das autora de minha tese de Doutorado, com a temática Erotismo na Literatura. Belo trabalho, Marília!
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