NOME
COMPLETO: AUGUSTO DE
CARVALHO RODRIGUES DOS ANJOS
NOME LITERÁRIO: AUGUSTO
DOS ANJOS
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos
DATA DE
NASCIMENTO: 20/04/1984
DATA DE
FALECIMENTO: 12/11/1914
NÚMERO DA
CADEIRA NA AIP: 22
FUNDADOR: Saulo
Pessato
ACADÊMICA
ATUAL: Saulo Pessato
VIDA E OBRA DO PATRONO
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no engenho Pau d´Arco, Cruz do Espírito Santo, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Filho de Córdula Carvalho Rodrigues dos Anjos, Alexandre Rodrigues dos Anjos
Começou
seus estudos no Liceu Paraibano e escreveu seus primeiros poemas em 1901, aos
17 anos, no jornal local “O Comércio”.
Em
1903, entrou na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Na
faculdade conheceu o “cientificismo” da chamada “Escola de Recife”, onde se
destacava o afro-sergipano Tobias Barreto. Formou em direito, mas nunca exerceu
a advocacia. Ingressou não magistério secundário, como professor de Literatura
no Liceu paraibano, onde foi aluno.
Estou
os autores clássicos do positivismo, do materialismo mecanicista e do
evolucionismo, com destaque para Comte, Haeckel, Darwin e Spencer, que foram
determinantes em sua visão de mundo e em sua poesia. Some-se a isso a
influência do filosofo alemão Schopenhauer, com seu pessimismo, cuja salvação
estaria na criação artística, sobretudo na poesia. “Somente a Arte, esculpida a
humana mágoa / Abranda as rochas rígidas, torna água / Todo o fogo telúrico
profundo” (“Monólogo de uma Sombra”. Anjos, s/d, p. 16). Um exemplo foi sua
“visão da natureza como um processo recorrente e interminável de geração e
destruição orgânica.” (Pires, s/d).
Casou-se
em 1910 com Ester Fialho, e tiveram dois filhos: Guilherme Augusto Fialho dos Anjos, Glória Fialho Rodrigues dos Anjos. Nesse ano de casamento afastou-se do Liceu
Paraibano, mudando-se para a capital federal, sendo professor de Geografia na
Escola Normal do Rio de Janeiro e do internato do Colégio Pedro II. Com
problemas de saúde se mudou para Leopoldina em Minas Gerais, sendo diretor do
Grupo Escolar Ribeiro Junqueira. Com quatro meses de sua chegada a cidade
mineira, em 12 de novembro de 1914, ele piorou de sua pneumonia e se
encantou.com 30 anos de idade.
O
poeta Ferreira Gullar dividiu sua obra poética em três fases: a de 1901 a 1905,
caracterizada por uma linguagem simbolista, com reminiscência parnasianas e
românticas e com uma “falta de domínio expressivo”. A segunda, de 1906 a 1910,
fase de sua maturidade poética, caracterizada pela “forma poética da
experiência existencial cotidiana”. A terceira, 1910 a 1914, demonstra uma
preocupação filosófica e a predominância do soneto.
Seu
único livro publicado em vida foi “Eu”, em 1912, com poemas da fase simbolista
e de sua maturidade. Em sua poética há “uma comovente simpatia por seres e
coisas e uma extraordinária capacidade de transfiguração verbal”
Augusto foi resgatado, de volta aos braços dos Anjos da crítica contemporânea, que identificou nele um dos primeiros autores da morbidade poética, “na recusa do falso sentimento e da retórica, na assunção do cotidiano e sua ‘sordidez’ enquanto matérias-primas da poesia”.
Fig. 3. Augusto dos Anjos
Com
um pouco de saliva quotidiana
Mostro
meu nojo à Natureza Humana.
A
podridão me serve de Evangelho…
Amo
o esterco, os resíduos ruins dos quiosques
e
o animal inferior que urra no
s bosques
é
com certeza meu irmão mais velho
(Anjos,
Augusto. Eu / Outra Poesia, “Monólogo de uma Sombra”, p. 16).
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Ferreira Gullar, já referido acima, prefere identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas.
Pessato destaca que Augusto dos Anjos estava impossibilitado de se filiar a qualquer escola, então ele “fez do Eu a sua própria; e é na escola dos excluídos que quaisquer dos excluídos fazem escola”:
Como um fantasma que se
refugia
na solidão da natureza
morta,
por trás dos túmulos, um
dia,
eu fui refugiar-me à tua
porta!
(Anjos, Augusto. Eu /
Outra Poesia, “Solitário”, p. 46).
Saulo Pessato foi aprovado para a cadeira n. 22 da Academia Internacional Poetrix, sob as asas do anjo Augusto, tendo sido bem acolhido pelos confrades e confreiras:
Para minha surpresa e contentamento, não apenas seus passageiros ajudaram-me com as bagagens, apresentaram-me o carro e o percurso, mas o próprio maquinista, idealizador da viagem, ofereceu-me no bilhete uma cadeira definitiva: a de número 22 desta Academia Internacional Poetrix. Com o gesto, pude sentir algo pouco sentido na vida: a alegria de fazer parte (Pessato, 2020).
Para concluir retiro um terceto dos últimos versos do poema “Vencedor” de Augusto dos Anjos (s/d., p. 106):
ANJOS,
Augusto dos. Eu/Outra Poesia. São Paulo: Círculo do Livro, s/d.
AUGUSTO
dos Anjos. São Paulo, jul. 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_dos_Anjos. Acesso em: 05 abr. 2024.
PESSATO,
Saulo. Discurso de posse na Academia
Internacional Poetrix, Cadeira 22. São Paulo, 5 jul. 2020.
PIRES,
Álvaro Roberto M. O Autor e sua obra.
In: ANJOS, Augusto dos. Eu / Outra Poesia.
São Paulo: Círculo do Livro, s/d.
Ronaldo Ribeiro Jacobina
Titular da Cadeira 25 – Patrono Júlio Afrânio
Peixoto
Academia Internacional Poetrix
3 comentários:
Muito bom, Jacobina! Gosto muito de Augusto dos Anjos e de Saulo. Você homenageou os dois nesse texto. Parabéns!
Augusto dos Anjos, após um período de apagamento na história literária, foi redescoberto pelos amantes da Literatura, que lêem e admiram sua Poesia.Parabéns ao acadêmico Ronaldo Jacobina, pelo texto em homenagem ao Patrono da Cadeira 22 da AIP, ocupada atualmente por Saulo Pessato
Grande trajetória deste poeta que nos tira do lugar comum!...
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